Polícia prende ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em Brasília
Ex-assessor de Temer foi flagrado recebendo mala com R$ 500 mil que, segundo delator da JBS, era propina
A Polícia Federal prendeu na manhã deste sábado (3) o ex-deputado
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente
Michel Temer. O mandado de prisão foi assinado na noite desta sexta pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, relator
da Operação Lava Jato, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
Rocha Loures é suspeito de cometer os crimes de organização criminosa,
corrupção passiva e obstrução de Justiça. Em março, ele flagrado pela PF
recebendo em São Paulo uma mala com R$ 500 mil. Segundo
delações de executivos da JBS no âmbito da Operação Lava Jato, o
dinheiro era a primeira parcela de uma propina que seria paga por 20
anos.
Ele foi preso preventivamente (antes do julgamento) em Brasília e
levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal, onde ficará
numa sozinho numa cela de 9 metros quadrados, com beliche e uma cama. O
local não tem televisão, pia, chuveiro, nem janelas. Na próxima segunda
(5), ele deverá ser transferido para o Presídio da Papuda, nos arredores
da capital federal.
Em manifestação enviada ao STF nesta sexta, o advogado do peemedebista,
Cezar Bitencourt, avaliou que o pedido de prisão tinha como objetivo "forçar delação". Ao G1, o advogado disse, na manhã deste sábado, que o ex-assessor de Temer "ficará em silêncio" e que vai recorrer ao STF.
Ao contestar o novo pedido de prisão, a defesa afirmava que Rocha
Loures não poderia interferir mais nas investigações, já que as buscas e
apreensões da Operação Patmos foram realizadas e porque, após deixar o
mandato, já não tinha poder político para prejudicar a produção de
provas.
Rocha Loures deixou o mandato de deputado e virou suplenete após a
decisão de Osmar Serraglio de retornar à Câmara após sua exoneração do
Ministério da Justiça.
Decisão
Na decisão que autorizou a prisão, Fachin disse que só nao havia
determinado a medida anteriormente por conta do mandato parlamentar à
época exercido por Rocha Loures. Ele disse, porém, que já considerava a
prisão "imprescindível" para interromper o cometimento de crimes.
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