Polícia crê que outras 30 cargas como a dos 60 fuzis apreendidos no Galeão tenham entrado no país por rota de Miami
RJTV teve acesso ao terminal de carga onde foi feita a maior apreensão de armas da história do Rio. Nos últimos 150 dias, 250 fuzis foram apreendidos
A rota de contrabando que levou ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, 60 fuzis de guerra, apreendidos pela Polícia Civil do Rio,
pode ter trazido ao país pelo menos outras 30 cargas semelhantes com
armas ilegais. Ou seja, outros 1,8 mil fuzis podem ter chegado às mãos
de facções criminosas do Grande Rio, segundo os investigadores que
participaram da operação deflagrada nesta quinta-feira (1º).
Segundo informações do RJTV, esta foi a maior apreensão de armas da
história do Rio. Os agentes disseram que os fuzis são vendidos por até
R$ 70 mil cada no mercado negro fluminense.
O material bélico estava em contêineres com aquecedores de piscina
importados. Os repórteres Leslie Leitão e Eduardo Tchao tiveram acesso,
com exclusividade, ao terminal de cargas onde os equipamentos aguardavam
liberação da receita federal, após chegarem em dois voos. As
declarações de importação têm datas de 23 e 30 de maio.
Dos 60 fuzis apreendidos, 45 são do modelo AK 47, 14 são AR 10 e outro é
do modelo G3 – todos com a numeração raspada, para evitar que sejam
rastreadas. Só as tropas de elite da polícia do Rio pode usar este tipo
de armamento. Também foram encontrados carregadores e munições.
"É o armamento mais moderno disponível no mercado hoje pra guerra", declarou o delegado Maurício Mendonça da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC).
A operação foi planejada para conseguir apreender os dois carregamentos.
"Nós ficamos monitorando a chegada dessas cargas e nós esperamos quando
elas duas já estavam juntas nós fizemos a ação porque nós sabíamos que
isso não ia prejudicar a diligência. As cargas não sairiam daqui nesse
intervalo."
À tarde, a Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva. O secretário
de Segurança, Roberto Sá, se disse emocionado com o resultado.
"Estou tomado pela emoção e pela indignação. Mas tenho que agradecer
pelo trabalho da Polícia Civil. Preciso dizer que estamos em estado de
calamidade pública, oficialmente, com uma série de serviços suspensos e
falta de RAS [regime adicional de serviço], o que não impediu que nossos
policiais deem resposta à criminalidade. Eles demonstram amor à
profissão e compromisso´."
Segundo ele, nos últimos 150 dias, 250 fuzis foram apreendidos no Rio
de Janeiro. "Os últimos 90 [contando os 32 da Cidade Alta], sem disparar
um tiro", acrescenta.
Quatro presos
A operação teve quatro presos. O dono de uma das duas empresas que
importou as armas e um uma pessoa ligada a ele. Os dois não tiveram os
nomes divulgados. Os outros presos são: João Vítor Silva Rosa, suspeito
de revender as armas, nas favelas do Rio; e o comparsa dele, José Carlos
dos Santos Lins.
A Polícia Civil do Rio também pediu ajuda à polícia americana para prender um brasileiro que está sendo procurado em Miami.
Estima-se que a apreensão desta quinta tenha representado um prejuízo aos traficantes da ordem de R$ 1,6 milhão.
Polícia quer fuzis
Segundo o delegado Fabrício Oliveira, da Delegacia Especializada de
Armas, Munições e Explosivos (Desarme), que também participou da
operação, a Polícia Civil vai representar para que as armas sejam destinadas para a utilização pela própria corporação.
A investigação sobre as armas levou um ano e envolveu interceptações
telefônicas. A suspeita inicial era a de que televisores fossem usados
para esconder as armas.
Em maio, houve outra grande apreensão, de 32 fuzis, na comunidade
Cidade Alta. A ação foi após o confronto entre facções pelo controle na
venda de drogas na região.
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