Eunício diz que Senado vai 'tocar a pauta' mesmo após denúncia de Temer
Presidente do Senado foi questionado sobre o impacto, no Congresso, da denúncia apresentada pela PGR. Para ele, a Casa é 'madura' e analisa uma pauta do Brasil, não do governo.
Questionado sobre o impacto no Congresso da denúncia contra o
presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, disse
nesta terça-feira (27) que a Casa vai “tocar a pauta” de votações,
independentemente da crise envolvendo o Palácio do Planalto.
A denúncia contra o presidente da República foi apresentada pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal
Federal (STF) nesta segunda-feira (26). A Câmara dos Deputados é
responsável por autorizar ou não o prosseguimento do processo.
Na denúncia, Janot identificou que o presidente cometeu o crime de
corrupção passiva. O procurador-geral se baseou nas gravações feitas
pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS. “Independente do que
vai acontecer na Câmara, eu vou tocar a pauta do Senado. A pauta do
Senado é uma pauta do Brasil, não é uma pauta da política, do governo”,
declarou Eunício.
Nesta quarta-feira (28), está prevista a votação da reforma trabalhista
na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na próxima
semana, o tema deverá ser analisado pelo plenário da Casa.
Parlamentares de oposição ao Palácio do Planalto defendem a suspensão
do calendário de votação da reforma em razão do agravamento da crise
política.
Eunício disse que não é “líder do governo” e, como presidente do
Senado, tem o a “responsabilidade” de manter as atividades da Casa. Ele
citou o índice de desempregados para defender a continuidade dos
trabalhos.
O parlamentar disse ainda que o Senado é uma Casa “madura”, de homens e
mulheres de cabelos brancos e pediu “serenidade” aos colegas.
“É um momento de termos serenidade – esta Casa é uma Casa mais madura,
de homens e mulheres de cabelos brancos, alguns de cabelos pintados, mas
cabelos brancos – para que a gente possa tocar aquilo que interessa aos
brasileiros e não ao governo, partido A ou partido B, ou a situação ou a
oposição”, finalizou o peemedebista.
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