quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

GOVERNO DA BAHIA GASTOU APENAS 45 MIL REAIS NUMA OBRA DE 45 MILHÕES. E DIZ QUE A OBRA É DE RUY COSTA!

Bolsonaro virá inaugurar aeroporto de Conquista

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou no twitter que o presidente Jair Bolsonaro (PSL), virá a Vitória da Conquista inaugurar o novo aeroporto da cidade.
Recurso do Governo Federal
Na construção do terminal, coube ao Governo Federal investimento de quase 100% da obra. O Governo do Estado da Bahia investiu apenas a irrisória soma de R$ 45 mil (quarenta e cinco mil reais). O extrato oficial pode ser conferido abaixo.
O Governador Rui Costa (PT), nunca revelou que os recursos para a construção do aeroporto foram gerados no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
A verdade vem a tona com a declaração do ministro Tarcísio Gomes de Freitas, ao confirmar a presença do presidente Jair Bolsonaro na inauguração da obra.
Abaixo o extrato que denota que o Governo Federal investiu 99,9% dos recursos que chegam a R$ 44.955,000,00 (quarenta e quatro milhões novecentos e cinquenta e cinco mil reais).
Na construção da 1ª etapa da obra, a pista de 2.100 metros de extensão, o Governo Federal participou com o equivalente a 90% dos recursos.
A construção de um viaduto para facilitar o acesso ao aeroporto pela BR 116, Rio-Bahia, dependerá também de verba do Governo Federal.
Desde o início da obra, nosso amigo Mover - Edmilson Santos, autor da planta original entregou nas mãos de José Maria Caires (Conquista Pode Voar Mais Alto) a planta que posteriormente foi alterada e assinada pelos engenheiros do Estado da Bahia. At´[e a presente data, Mover não recebeu um centavo pelo trabalho. O ex-senador ACM Junior, dotou sua verba parlamentar de 15 milhões para início das obras e aí foi dada a largada, ainda no governo Dilma Rousseff. Com a chegada de Temer ao poder a obra foi intensificada, graças ao prefeito Herzem Gusmão e sua influência política em Brasília. O resto é conversa fiada!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

RICARDO DE BENEDICTIS - EDITORIAL:

VALE DE LÁGRIMAS E IMPUNIDADE
Ricardo De Benedictis
Seis diretores da Vale receberam 30 milhões de reais de bônus, fora seus altos salários em 2018. Isto quer dizer que a empresa assassina os brasileiros em Mariana e agora repete os crimes em Brumadinho, totalmente impune. E seus diretores ainda são premiados! Uma maravilha este nosso Brasil.
Na tragédia de Mariana, a Vale não pagou até esta data, nem um centavo dos 800 milhões de reais de multas que o inofensivo IBAMA lhe aplicou, muito menos 1 bilhão de reais que a Justiça determinou. Imediatamente, a assassina, que destruiu 19 vidas e acabou com o sossego de mais de 200 famílias em Mariana, paga míseros salários mínimos e ‘aluguel social’ para os desabrigados. E acha que tudo está bem. Destruiu um rio caudaloso, o Rio Doce e os arredores de milhões de habitantes em suas margens, inclusive deixando infértil todo o vale do rio que lhe empresta o nome e que nunca mais vai valer alguma coisa, com suas águas poluídas e peixes mortos, populações mortas de fome e desabrigadas. Até o santuário de Abrolhos, na Bahia foi atingido pela maldita lama com toda sorte de rejeitos do minério por ela extraídos sem o mínimo respeito à vida. Que fez o governo? Nada!!!
Agora a tragédia vem inexorável e ameaça atingir o nosso rio São Francisco. Na China, de regime comunista, estes assassinos seriam fuzilados. Aqui, prendem-se 5 bodes expiatórios de terceiro escalão e o presidente falastrão, que deveria estar na cadeia, posa de bonzinho, porque vai dar de esmola 100 mil reais a cada família atingida. Maravilha!
As turbinas da hidroelétrica foram preventivamente desligadas para evitar que os rejeitos cheguem à grande Hidrelétrica de 3 Marias, aí sim, decretando a morte do nosso ‘velho chico’, que a incúria do brasileiro tenta matar há séculos e não consegue. Aí está a oportunidade de acabar com esse velho rabugento. Prá que rio? Prá que Nordeste?
Vamos detonar logo o rio Negro e Solimões. Prá que esta besteira de preservar matas ciliares? Prá que o mar? Vamos fazer o que os paulistas e cariocas vêm fazendo: tome esgoto o lixo nas praias e nos rios!!!
Minha gente, o nosso país preocupa-se com coisas mais importantes. Enriquecer os ladrões que mandam nos sucessivos governos, desde Cabral, enriquecer e enriquecer. Comida pouca, meu pirão primeiro e viva o Crime, eis o lema da bandidagem que se apossou do Brasil, há séculos!

TRAGÉDIA ANUNCIADA NA VALE QUE NADA VALE!

Número de mortos em Brumadinho: 84; 42 identificados

Léo Rodrigues e Redação da Agência Brasil,
A Vale destrói o Brasil, não paga multas e zomba dos mortos, impunemente!

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

BIG BEN - COLUNISTA VIP:

A obra-prima das mãos de Deus!
BIG BEN
A criatura humana precisa parar de arrumar culpados para seus
infortúnios. O x da questão é: a "encrenca" não vem de fora, mas  sim se processa dentro da sua cuca, melhor dizendo, da sua mente. Cada mente é senhora das suas próprias tragédias ou glórias. Ou seja: A mente é tudo! Está tudo na mente! Luz, trevas, paz, guerra, vitória, derrota, felicidade, sofrimento, saúde, doença, coragem, medo, esperança, desespero, erro, verdade, dúvida, fé, amor, ódio, vida e morte.

Não existe realidade para a mente, apenas abstrações que não têm existência própria. Ela constrói a sua "pseudo-realidade" de acordo com suas realidades condicionadas. Isto é, você está nas "mãos da sua mente"! Condenado, pelos restos de seus dias, a vir-lhe prestar reverência e obediência.

Sinto muito em dizer isso, mas o seu "livro da vida" não passa de um  mero enredo construído pela "Grande Escritora", a sua mente. -Então, o que fazer? - Posso tentar ajudá-lo? Como toda criatura viva, a mente precisa de aprendizado e adestramento. Portanto, é preciso tomar muito cuidado com o que você irá dar para ela se entreter. Outra coisa importante: a mente não gosta dos ensinamentos simples, mas sim das coisas complicadas. Isto a faz ganhar "músculos", crescer, e faz toda a diferença. Ela é simplesmente apaixonada por enigmas e experimentações. Gosta de navegar em águas desconhecidas, ainda não mapeadas.

Adivinhe quem foi a autora do maior livro de todos os tempos? Adivinhe quem foi a protagonista da maior guerra de todos os tempos? -Preciso responder? Tudo é fruto da imaginação e inventividade dessa "cascata de reações sensoriais" que atende pelo nome de "mente". Sem dúvida nenhuma, ela é a  "obra-prima das mãos de Deus"!

JEREMIAS MACÁRIO - COLUNISTA VIP:

O POVO DE BOQUIRA ENCURRALADO POR UMA MINA
JEREMIAS MACÁRIO
Com base num fato real de uma matéria jornalística realizada no auge pesado da ditadura civil-militar de 1974 pelo jornal “Estado de São Paulo”, proibida de ser divulgada, o assunto virou livro “Boquira”, numa reportagem romanceada a partir da pena ligeira e denunciativa do amigo-companheiro jornalista Carlos Navarro Filho, que na época chefiava a Sucursal do periódico, em Salvador.
  O relato é a fiel voz de desabafo de um povo do interior do sertão baiano que sofreu todo tipo de opressão de uma companhia multinacional de mineração e que dava toda cobertura ao regime militar em troca de benesses dos governos dos generais Médici e Geisel. A empresa tinha suas influências políticas até em Vitória da Conquista onde Renato Rebouças possuía participações em muitas decisões.
   Naquele período já era repórter de economia do jornal “A Tarde” e conheci o dinâmico, competente e irrequieto colega Navarro em algumas andanças de coberturas, inclusive feitas em outros estados. Em meu livro “Uma Conquista Cassada” faço algumas referências ao caso “Boquira” e sua prestação de serviços à ditadura na captura do capitão Carlos Lamarca.
A obra começa com um comentário fidedigno do repórter Biaggio Talento sobre o ambiente redacional barulhento, insalubre e “fumacê” dos jornais daquele tempo, e as dificuldades para se passar um texto do interior. Sou como meu amigo Carlos Gonzalez da mesma geração das máquinas de escrever, do teletipo e do aparelho de telefoto que enviava as imagens reveladas num laboratório para filmes.
  Para matar as saudades, concordo com Paolo Marconi, no prefácio, quando disse que “fomos felizes e não sabíamos”. Lembra ele do respeitado Jornal do Brasil e os tradicionais Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e o Globo, bem como do famigerado Ato Institucional no 5. As críticas não podiam ser nem construtivas, mas elogiosas, como retrucou o marechal Arthur da Costa e Silva para os editores do JB.
  Para Marconi, o livro é produto de uma desforra de quem viu seu jornal não publicar uma grande reportagem sobre Boquira/Cobrac – Companhia Brasileira de Chumbo, subsidiária da francesa Penãrroya Oxide S.A. Foi, na verdade, uma censura interna. “O livro é de denúncia e ainda atual por mais estranho que possa parecer”. Depois de paralisar a extração em 1992 em Boquira e fechar a fábrica de lingotes de chumbo em Santo Amaro, a Cobrac deixou um dos maiores passivos ambientais da história da mineração do país.  A Samarco, em Minas Gerais, talvez tenha superado em termos de danos.
 Em redor da mina e margeando o município de Boquira, Marconi calcula que existam mais de seis milhões de toneladas de resíduos, sem qualquer contenção. Em Santo Amaro estão hoje 490 mil toneladas de material contaminado, com metais pesados. Os órgãos de controle ambiental tentam, desde 1993, condenar a Penãrroya. A primeira sentença condenatória foi proferida em 2014. Mesmo assim, em janeiro de 2016 houve recurso da ré.
O PADRE AVARENTO
   Na narração de Navarro, em sua história “Boquira”, que tanto mal fez ao povo do povoado de poucas casas, tudo começou no ano de 1954 com o padre Nazário, um descontente com sua situação de pobreza, saindo de Oliveira dos Brejinhos com destino à fazenda Pajeú, em Boquira, para dar a extrema-unção à idosa Neusina de Filó.
Ele descreve o cenário de calor infernal do sertão. Padre Nazário é um avarento e passa pelo Morro do Pelado onde se esbarra com, seu guia Codó, com pepitas gigantes. Imagina que as pedras são ouro puro e não esquece do que viu na terra de pessoas ingênuas e ignorantes.
  Na volta, ele recolhe amostras das pedras brilhantes que só serviam para fazer cercas de mureta para não deixar animal escapar. Aquela extrema-unção um dia veio a mudar a vida de toda aquela gente de Boquira. Dali em diante o estado de espírito do padre se renovara e atendia a todos com satisfação em Macaúbas e vizinhança. Aguardava ansioso a chegada do seu amigo farmacêutico Agenor, para levar as pedras para exame em Salvador.
Tudo calculado na sua mente traiçoeira. Três semanas depois o amigo retornou e o resultado dava alto teor de chumbo, mas as pedras careciam de exames mais precisos a serem feitos em São Paulo. O padre malandro continuava a celebrar suas missas em Macaúbas, mas sonhava ficar rico. Passou a namorar a filha do Agenor que dava uma de médico charlatão.
Em 1955, os dois começaram a tirar minério de Boquira no lombo de burro. Tempos depois Nazário tornou-se pequeno sócio da grande empresa e ficou rico em 1965. Passou a explorar outras áreas enganando os tabaréus e repassando o domínio por milhões à multinacional. Certo dia reapareceu em Boquira num jipe sem falar com ninguém e foi direto para o Morro do Pelado onde encheu o carro com grandes pedras, para exames no sul. Deu fraco, mas não desistiu. Voltou a pegar mais pedras e dessa vez deu galena viva, puro chumbo.
  A partir daí, passou a frequentar mais o povoado, agradar o povo e a celebrar missa todos os domingos. Foi aí que armou a trama. No sermão dizia que precisava de assinaturas do povo para um abaixo-assinado a ser levado ao governo, para construir uma igreja nova. Foi nessa safadeza que passou a perna em todo mundo.
COMPROU TODO MUNDO
  Com as assinaturas, procurou um advogado em Salvador e requereu usucapião da área, incluindo serras vizinhas com todos os poderes passados em nome dele pelos moradores. Foi vender ações no estrangeiro. O maior comprador foi o doutor Linus, o pistoleiro da companhia. Qualquer advogado era comprado pela empresa.
  Como sempre acontece, a mineradora passou a agradar o povo com besteiras, como caminhão de cervejas, jogos de futebol com times do Rio de Janeiro, emprestar dinheiro e fazer churrascos com as piores partes dos bois. O prefeito foi comprado e todos aqueles que apareciam em defesa da população. Mesmo quem tinha documentos da terra perdia para o advogado baiano Armando da Silveira, que antes foi contratado para defender os proprietários e tornou-se parceiro da Mineração Boquira.
  A reportagem registra vários depoimentos queixosos dos que perderam tudo para o padre e o Agenor que, com seus capangas, destruíram roças e pastagens. “Mandam a polícia, pegam os proprietários, prendem e dão até bolo. Essa companhia só tem brutalidade. O padre tirou a batina e não foi condenado a nada” – desabafou um entrevistado.
  As matérias foram feitas pelo fotógrafo Bel e o repórter de redação Dailton, que foram ameaçados e tiveram que deixar o local às pressas, mas com uma boa colheita de dados. Em seu livro, Navarro pinta o cenário daquela época ditatorial e dos jornalistas que acreditavam mudar o mundo, denunciando crimes, prisões ilegais, corrupção, grilagens no oeste, tortura e morte, mas eram amordaçados pela censura.
  A mineradora tinha seus prepostos militares que reprimiam qualquer manifestação, e vigiavam o Núcleo de Assistência Rural de Boquira. Quando o negócio começou a apertar, os repórteres foram aconselhados por Linus, o coronel reformado da PM, a deixar a cidade.
  Além de Santo Amaro, parte da produção do minério era transportado para o Paraná, e a companhia praticava contrabando de ouro, prata e sonegação fiscal, conforme levantamento da equipe do jornal “Estadão”. Com mão de ferro,a empresa mantinha o controle opressor da população.
  A reportagem incluiu levantamentos extraídos até na França, país de origem da multinacional, que tinha um dos braços da mineração em Salvador, Curitiba, São Paulo e Brasília. O regime militar monitorava tudo e recebia seus dividendos da companhia, que comprou todos em Boquira.
   Mesmo assim, depois de tudo pronto nas apurações, o “Estadão” ainda publicou a primeira matéria, mas o editor francês do jornal impediu que as demais fossem divulgadas. Como o trabalho foi feito em conjunto com o Diário de Notícias e o Jornal da Bahia, só os baianos fizeram as denúncias.
  Em sua obra romanceada, mas verdadeira, com sua linguagem atrativa que prende o leitor do início ao fim, Navarro conta todos detalhes das armações praticadas pela mineradora em Boquira, inclusive assassinatos, linchamentos e torturas. Aponta os personagens das arbitrariedades criminosas, e cita asvítimas dos carrascos dos moradores.
Descreve, por exemplo, a história de João Mega, um dos donos do Morro do Pelado, que foi lesado pelo padre Nazário. No seu desabafo, disse: “Mate um homem, mas não desmoralize ele que pode virar um filho do cabrunco e cometer barbaridades, ou pode se amofinar e morrer um tantinho a cada dia”... Para Navarro, João Mega sofria da dor de dentro e morria de morte doída. Eram os pistoleiros matando, a água contaminada e os adversários da mina acuados.
  Na sua expressão de revolta, o autor de “Boquira” chega a afirmar que a empresa controla os negócios, a saúde, a polícia, os órgãos públicos e a igreja, exceção de Jesus Cristo, “porque aqui ele nunca botou os pés”. A mina bota prefeito e tira prefeito. A CPI do Congresso apontou vários crimes cometidos pela companhia (sonegação fiscal, contrabando, mortes), mas não aconteceu nada.
  Por fim, o jornalista Navarro faz um histórico sobre as origens do povoado de Boquira e como seu povo simples sempre foi ludibriado pelos mais fortes, culminando com a chegada da mineradora. Destaca todo o aparato montado pelas forças armadas e pelo delegado Fleury na região (Brotas de Macaúbas, Oliveira dos Brejinhos e Boquira), com todo apoio logístico da mineradora, para capturar e matar Carlos Lamarca e seu companheiro Zequinha. “Os gringos vindos dos quintos dos infernos cometeram barbaridades”- protestou João Mega. 

NANDO DA COSTA LIMA - COLUNISTA VIP:


BOTO TEM EM TODO CANTO
Nando da Costa Lima
 Dona Salustiana, uma matrona braba dos anos 1930, levou a afilhada pro porão do casarão, e indagou:
— E agora, Docarmo, o que eu vou falar pra sua avó que me confiou você? Você vai ter que falar quem te embuchou, senão as coisas vão piorar pra você. Fala o nome do safado. Foi Joaquinzão do acarajé? Neco da padaria?
— Posso falar não, madrinha. Nem que eu morra! Não conto pra ninguém.
— Ué, menina, quer dizer que você prefere sofrer sozinha só pra proteger um sacana. Ele é casado?
— Eu já disse, madrinha. Da minha boca não sai um “a”.
— E pra seu pai, aquele ignorante, como é que você vai se arranjar? Ele vai querer saber nem que seja de baixo de pau. Você conhece a ignorância de Profírio mais que eu, foi até por isso que você veio morar comigo e Miguidônio. Por falar nele, meu marido ta pra endoidar. Como é que ele vai explicar essa situação pra seu pai, tão ignorante... Vai acabar acontecendo coisa ruim, ali é a tampa e a panela da estupidez.
—Fale isso não, madrinha. Parece que a senhora ta querendo ver sangue.
— Me respeite, sua desqualificada. Você faz coisa errada e ainda tem coragem de falar desaforo pra mim. Quando  eu falei que não ia dar nada que presta, é porque eu conheço os dois, e sei que na hora que ficarem sabendo quem foi o responsável por sua perdição. Se for solteiro, vai ter que casar  na raça... Mas se for casado, ta lascado.
— É por isso que eu jurei que não conto pra ninguém, nem se mãe fosse viva eu contaria.
— Eu já vi que esse filho da puta deve ter te ameaçado. Isso só piora a situação dele, nem precisa ser advinhona pra saber que é homem casado...
— A senhora é muito boa comigo, mas está me julgando sem provas. Se eu contar a verdade pra senhora, vai contar pro resto da parentada? Vai deixar eu ir embora pra Sompaulo antes de pai chegar?
—Ué, por que resolveucontarassim de uma hora praoutra?
— É que a senhora é uma mulher letrada e vai entender logo.
—Fugir por que? Se você vai me contar tudo, eu posso resolver o resto. Quem vai pagar é o peste que conseguiu tirar sua caçola de botão nos lados. Desembucha, eu já to pra morrer de curiosidade. Quem foi o filho da égua que te passou pra trás? Tá pensando que aqui não tem lei? Deixa Miguidônio ficar sabendo!
—Tá bom, madrinha, eu vou abrir o jogo. A senhora como professora vai entender e contar pra estas almas sebosas que vão me crucificar na língua.
— Ô, Docarmo. Cê ta querendo me enrolar? Parece até que ainda táimaginando uma história pra poder contar.
— A senhora sabe que eu detesto mentira. Posso ser qualquer coisa, menos mentirosa.
— Então desembucha, eu já to ficando nervosa. Traz logo minha pomada pra morroida... E conta tudo pra sua madrinha.
— A senhora então senta que eu vou falar de vez.
—Fala logo, trem ruim.
—Foi o “Boto” que me seduziu, madrinha.
— Mas Docarmo, em pleno século XX você quer que eu acredite e ainda convença o resto da família que quem lhe emprenhou foi o boto. Parece até que não sabe que o boto é um peixe que só tem lá pros lados da Amazônia. Se fosse o tarado da Normal lá de Conquista, eu até podia fingir que acreditei.
— Eu sei, madrinha...
— E onde é que esse boto foi achar água pra viver aqui nesse caatingão, tem mais de um ano que não chove. Toma vergonha na cara, menina. Me conta a verdade ou eu vou apelar pra palmatória. Cê sabe que nem meu marido escapa dela.
—Tá bom, madrinha. Eu queria resolver as coisas de um jeito mais fácil, a senhora sabida do jeito que é ia convencer todo mundo que foi o boto. Erá só inventar que aqui na caatinga, quando secam as lagoas e os riachos, o boto se transforma em gente e só desvira quando vê um açude sangrando. Mas como a senhora quer a verdade, lá vai: madrinha, quem me embuchou foi o padrinho Miguidônio, seu marido. Até a ideia de dizer que foi o boto foi dele, disse que a senhora acreditava em tudo.
— É melhor você tirar o nome de Miguidônio dessa enrola, sua desalmada. Eu pensei direito e vi que foi o boto. Deve ter sido naquele dia que eu e Miguidônio lhe levamos pra conhecer o aguão de Conquista. Eu lembro que CE já voltou de lá com a cabeça na lua. Pode deixar que assim que eu te despachar pra Sompaulo, conto pro resto da família... Boto filho da puta, esse eu faço questão de castigar
Dona Salustiana tava se queimando por dentro. Sabia que o culpado era o sacana do marido. Fez aquilo e ainda mandou a afilhada vir com história de boto... Ele tava se vingando do tempo em que ela era a mulher mais bonita da cidade. Ele sabe que naquele tempo era só chegar um dotô novo na cidade que ela era a primeira a se consultar. Só parou quando o último cobrou a consulta e falou que não precisava voltar. Aí que ela viu que o tempo gosta de aprontar. Miguidônio sabia de tudo, mas era frio igual uma barata. Também, com o tanto de dinheiro que o pai de Salustiana tinha. Sem falar da valentia... Não foi uma nem duas vezes em que Miguidônio teve que ficar calado e vermelho igual a um peru. Era só o sogro falar que a filha dele ficava viúva, mas não separava. E era mesmo, tinha duas cunhadas viúvas e ninguém nunca falava dos finados maridos.
E foi depois de muito matutar é que dona Salustiana viu que era melhor colocar a culpa no boto. Criou o menino como se fosse seu neto, a afilhada nem precisou viajar... Só Miguidônio que se lascou: depois daquilo dona Salustiana, além de não permitir que ele entrasse no casarão e só andasse de cueca, mandou fazer uma lagoa murada no fundo da sede e seu Miguidônio era obrigado e ficar dentro o dia quase todo. A mulher mandou ele escolher: quer virar defunto ou quer virar boto até o fim dos seus dias? Miguidônio aceitou a 2ª opção, mas não durou muito tempo. Os jagunços que ficavam tomando conta não deixavam ele ficar mais de duas horas fora d’água. “Ordem de madrinha Salustiana”.  Sem contar o terço das seis horas que ela rezava todo dia pra ele tomar vergonha e virar gente. Não era nem um terço que ela rezava, era um rosario. E nessas horas, lá na “Lagoa do Boto”, ele era obrigado a ficar ajoelhado em cima dum rochedo até acabar a reza...
Morreu tuberculoso, mas antes de morrer, devido aos maus tratos, ficou “aluado”, ele próprio achava que era oboto. No dia de sua morte,dona Salustiana, além de deixar correr uma lágrima (de raiva), rezou pra mais de dez “ruzaro” pro boto caatingueiro ir parar no meio do inferno. Ficou tão desgostosa com essa história que acabou morrendo. E até hoje, todo mundo que passa em frente ao velho casarão, vai logo falando: “Aqui era a casa da viúva do boto”. E dona Salustiana morreu pensando que ninguém sabia quem era o boto que abusou de sua afilhada.

CAÇA AOS BRUXOS!

Engenheiros que atestaram segurança de barragem que rompeu são presos em SP

Yahoo Notícias - Bombeiros e voluntários realizam trabalhos de resgate na região atingida pela lama (Flávio Tavares/Hoje em Dia/Futura Press)
O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil do estado cumpriram na manhã desta terça-feira (29) dois mandados de prisão contra engenheiros que atestaram a segurança da barragem que se rompeu em Brumadinho (MG) na última sexta-feira. A operação ocorre simultaneamente na capital paulista e em Belo Horizonte. Os mandados foram expedidos pela Justiça Estadual de Minas Gerais no domingo.
RECEBA AS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO BRASIL E DO MUNDO NO SEU WHATSAPP
Os engenheiros foram identificados como Makoto Namba e André Yassuda. Em Minas, foram cumpridos outros três mandados de prisão contra funcionários da Vale. São eles: César Augusto Paulino Grandshamp, Ricardo Oliveira, e Rodrigo Arthur Gomes de Melo. Os mandados são de prisão temporária, com validade de até 30 dias.
Tanto Namba quanto Yassuda, que trabalham na empresa alemã TÜV SÜD, prestadora de serviços da Vale, serão levados para MG. 
Por meio de nota, a Vale disse estar “colaborando plenamente com as autoridades”. “A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas”, diz o texto.
Toda a operação é coordenada por policiais, promotores e procuradores de Minas Gerais. A força-tarefa envolve, além do Ministério Público Estadual e Federal, as polícias civil e federal. Em São Paulo, a ação é coordenada por promotores do núcleo da capital do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-SP, e pelo Departamento de Capturas (Decade) da Polícia Civil.
Até a noite da última segunda-feira, a Defesa Civil de Minas Gerais informou que há 65 mortos e 279 desaparecidos decorrentes da tragédia.

Suspeita de fraude

Ainda na capital paulista, a Polícia Federal cumpre outros dois mandados de busca e apreensão em empresas que prestaram serviços para a Vale, responsável pela barragem.
As empresas ainda não tiveram o nome divulgado, mas a investigação apura se documentos que atestavam a segurança da barragem foram fraudados.
Já em Minas, a PF vasculha a sede da Vale em Nova Lima, outra cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. (Com informações do portal G1 e do jornal Estado de Minas)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

PRESIDENTE PASSA BEM!

Após quase 9 horas, cirurgia de Bolsonaro chega ao fim

 Yahoo
Bolsonaro fez cirurgia nesta segunda-feira (28) (Reprodução/Instagram)
A cirurgia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para retirar a bolsa de colostomia terminou na tarde desta segunda-feira (28) após quase nove horas de duração. Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que se tratou de um procedimento realizado “com êxito”; o porta-voz do governo, general Rego Barros, deve realizar um pronunciamento às 17h.
RECEBA AS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO BRASIL E DO MUNDO NO SEU WHATSAPP
“O boletim médico será divulgado tão logo seja autorizado pela equipe médica. Às 17h haverá briefing à imprensa com o porta-voz da Presidência da República, general Rego Barros, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo”, diz a nota.
Bolsonaro entrou na sala de cirurgia por volta de 6h30 desta segunda, embora o início só tenha sido divulgado em torno de 7h. Ele internou ontem (27) no Einstein, na capital paulista, após realizar exames que indicaram normalidade para realizar o procedimento operatório. É a terceira intervenção cirúrgica pela qual o presidente passa desde que sofreu uma facada em Juiz de Fora (MG), em setembro passado.

ATENÇÃO JOVENS:

Sai o Resultado do Sisu 2019

Foi divulgado na manhã desta segunda-feira (28), o resultado da primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Para acessar a lista de aprovados, é preciso entrar no site do programa.
As matrículas ocorrerão entre 30 de janeiro e 4 de fevereiro. Nesse período, os candidatos precisarão reunir os documentos exigidos e comparecer ao endereço informado pela instituição de ensino em que estudarão. Os estudantes que não foram selecionados podem participar da lista de espera a partir de amanhã (29).
Para este semestre, são oferecidas 235.476 vagas, em 129 instituições públicas de todo o Brasil. Segundo o Ministério da Educação, foram 1.823.871 inscritos e 3.492.751 inscrições, considerando as duas opções de curso. O total equivale a 51% dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

NA VOLTA DE DAVOS...

Bolsonaro poderá escolher reitores de 11 universidades

Yahoo Notícias 

CONQUISTA - EDUCAÇÃO EM ALTA:

Avançar com Mérito premia escolas com 14º salário


A Prefeitura de Vitória da Conquista, na manhã desta 4ª feira (23), às 10 horas, na AABB, localizada no início da Av. Olívia Flores, reunirá professores das escolas que alcançaram a meta do Ideb para oficializar o pagamento do 14º salário.
Além dos professores, todos os demais funcionários das escolas serão contemplados dentro da premiação da 1ª Edição do Projeto Avançar com Mérito. Merendeiras, porteiros e auxiliares também estão incluídos na premiação.
A Smed – Secretaria de Educação, sob o comando da Prof. Selma Oliveira, na foto ao lado da prof. Márcia Campos, vem comandando desde o ano passado o Projeto Educar Pra Valer, experiência exitosa de Sobral (CE).
A Fundação Lemann escolheu 5 cidades no Brasil e patrocinou a implantação do projeto pedagógico da cidade cearense com intuito de elevar a qualidade do ensino das escolas públicas do país.
A Fundação Lemann, que patrocina a introdução do modelo pedagógico da cidade cearense, cujo Ideb alcançou média de 9,1,  é uma organização familiar, sem fins lucrativos, que colabora e trabalha por uma educação pública de qualidade para todos e apoia pessoas e organizações que dedicam suas vidas a solucionar os principais desafios sociais do Brasil.

JEREMIAS MACÁRIO - COLUNISTA VIP:

OS GRANDES IMPERADORES, A DEPRAVAÇÃO

 E A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO ROMANO (I)
Jeremias Macário
Reza a lenda que quando os gregos Menelau, Ulisses e Aquiles conquistaram Tróia, na Ásia Menor, um dos poucos defensores a se salvar foi Enéias, cuja mãe era a deusa Venus-Afrodite. Ele andou perambulando com sua mala ao lombo até alcançar o Lácio, no norte da Itália. Casou-se com Lavínia, filha do rei Latino, onde fundou uma cidade com o mesmo nome da mulher.
  Seu filho Ascânio fundou Alba Longa, a nova capital. Depois de 200 anos, Numitor e Amúlio, descendentes de Enéias, ainda ocupavam o trono do Lácio. Um dia Amúlio expulsou seu irmão e matou todos seus filhos, menos Réia Sílvia, mas obrigou-a a se tornar sacerdotisa da deusa Vesta para não ter filho.
 Num dia bem quente resolveu tomar um ar fresco e adormeceu. Numa das suas descidas à terra, Marte a viu, apaixonou-se por ela e a engravidou. Amúlio ficou muito zangado, mas esperou que ela desse à luz e nasceram dois meninos gêmeos. Depois fez Sílvia colocá-los num barco e deixou-os à deriva na correnteza do mar. A embarcação encalhou nas areais e uma loba os acolheu dando do seu leite.
 Esse animal tornou-se depois símbolo de Roma, mas muitos dizem que se tratava de uma mulher com o nome de Acca Larentia, chamada Loba pelo seu caráter selvático e infiel ao seu marido pastor. Os dois receberam os nomes de Rômulo e Remo. Depois de crescidos, voltaram a Alba Longa, mataram Amúlio e recolocaram Numitor no trono.
 Depois de tudo resolveram construir um novo reino em meio às colinas onde corre o Tibre. Ali começaram a discutir sobre o nome a ser dado à cidade. No impasse, decidiram que venceria quem visse mais pássaros. Remo viu seis sobre o Aventino e Rômulo 12 sobre o Palatino. Foi colocado o nome de Roma e, em torno dela,edificaram muralhas. Remo achou frágeis e com um chute colocou um pedaço abaixo. Em represália à sua conduta, Rômulo abateu o irmão com um golpe de enxada.
  Tudo isso, segundo o historiador Indro Montanelli, em “História de Roma”, aconteceu por volta de 753 a.C.(21 de abril). As terras trabalhadas por Remo e Rômulo se tornaram o centro do Lácio e depois da Itália, a ab urbe condita. A Urbe se tornou caput mundi, descendentes de Enéias e dos deuses Venus, Marte e Júpiter. Fábula ou não, trinta mil anos antes da fundação aquela terra já era habitada pelo homem, do tempo da Idade da Pedra.
  Estudiosos falam da época de 2000 a.C. quando dos Alpes chegaram outras tribos vindos da Europa Central que construíram suas habitações em palafitas. Introduziram novidades, como trabalhar matérias brutas, de cultivar o solo, de tecer panos e de cercar suas aldeias com bastiões de barro e de terra batida. Pouco a pouco desceram ao sul e fundaram Vilanova, se tornando num centro de uma “nova civilização”. Dela se originaram os úmbrios, os sabinos e os latinos.
  Não se sabe o que os vilanovianos fizeram com os indígenas, chamados “bárbaros” Podem ter se misturado e fundaram muitas aldeias entre o Tibre e a baia de Nápoles, por volta de 1000 a.C. Entre essas cidades estava Alba Longa, capital do Lácio (Castel Gondolfo). Dali, um punhado de jovens aventureiros migraram rumo ao norte e fundaram Roma.
  Não se sabe bem o motivo do deslocamento deles. Talvez foram espionar o local que fazia fronteira com a Toscana onde havia desembarcado uma nova população conhecida como etruscos, muito mal falados. Entre esses pioneiros, podiam estar Rômulo e Remo. O lugar ficava a uns 20 quilômetros do mar. Os charcos e os pântanos condenavam à malária, mas haviam as colinas que os protegiam dos mosquitos, como o Palatino.
  Para povoar o local precisavam fazer filhos, mas faltavam mulheres. Voltando à lenda, o chefão conseguiu mulheres para si e seus companheiros. Anunciaram uma grande festa e convidaram os sabinos, seu rei Tito Tácio e suas filhas. Durante a festa e a disputa de corridas, os donos da festa raptar as moças, como no caso de Helena que terminou na destruição de Tróia.
 No outro dia, seus pais e irmãos voltaram para libertar as mulheres. Entrincheiraram no Capitólio e cometeram o erro de entregar a chave da fortaleza para Tarpéia, uma romana apaixonada por Tito. Ela abriu as portas aos invasores. Estes, não gostando de traição, a esmagaram. Depois tudo acabou num banquete, e as mulheres se colocaram entre os dois exércitos. Rômulo e Tácio decidiram governar juntos, como reis das duas tribos (romanos Quirites). Tácio morreu.
Tudo pode ter sido uma cerimônia nupcial combinada, ou, em outra versão, coisa de patriotismo para dizer que os sabinos conquistaram Roma. De qualquer forma, existia a ameaça de um inimigo comum que eram os etruscos que, a partir de Tirreno, se espalhavam pela Toscana e pela Úmbria. Roma e a Sabina estavam na rota deles. A Urbe teve que encarar esses difíceis rivais durante toda sua história, por meio das guerras e da diplomacia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

HAMILTON MOURÃO ASSUME PRESIDÊNCIA PELA PRIMEIRA VEZ:

Bolsonaro embarca para participar na Suíça do Fórum Econômico Mundial em Davos

Foto: Alan Santos | PR
O presidente da República Brasileira Jair Messias Bolsonaro embarcou na noite deste domingo (20), na Base Aérea de Brasília, em direção a Davos (Suíça), onde participará nesta semana do Fórum Econômico Mundial. A previsão é que Bolsonaro chegue a Zurique, capital suíça, na tarde desta segunda-feira (21). Conforme a agenda oficial, o presidente fará uma escala em Las Palmas (Espanha). Antes de embarcar, Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Santos Cruz (Secretaria de Governo, além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ). Durante o período em que Bolsonaro estiver no exterior, o vice-presidente, Antônio Hamilton Martins Mourão, assume a Presidência do Brasil. A viagem a Davos é a primeira internacional de Bolsonaro desde 1º de janeiro, quando ele tomou posse. Segundo o governo, no fórum, os representantes brasileiros tentarão destacar a importância da reforma da Previdência Social para as contas públicas. Buscarão, também, ampliar a participação das exportações no Produto Interno Bruto (PIB), tentando mostrar que o Brasil tem ambiente favorável aos negócios. Informações do G1.

SALVADOR EM FESTAS:

Cobiçado, Santo Antônio Além do Carmo vira centro de polêmicas do Verão

Moradores reclamam da exposição do bairro e grande demanda de eventos e festas
Fernanda Lima* - fernanda.lima@redebahia.com.br - Foto: Arisson Marinho /CORREIO)
Noite de 1970: o Santo Antônio Além do Carmo, um dos bairros mais antigos de Salvador, está completamente tranquilo. A movimentação é restrita ao vaivém de beatas e aos moradores nas calçadas. Noite de 2019: mesas e cadeiras são organizadas no asfalto. A fila de motoristas causa engarrafamento e o som invade os casarões. Um morador, da sacada, resmunga. Passado e presente confrontam-se em discussões nem sempre harmônicas sobre o futuro da região centenária. 
Não mais que cinco mil pessoas vivem ali, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Da janela de sua casa-ateliê, Maria Maranhão, artista e figura folclórica do bairro, descreve o dia a dia: “É um lugar da paz”. Não sem completar: “Da paz ameaçada”. A moradora se refere aos grandes eventos e ao fluxo de visitantes ao falar em risco.
 
Somente no início deste ano, foram três denúncias relacionadas ao barulho no bairro, calculou a Secretaria Municipal de Ordem Público (Semop) a pedido do CORREIO – contra cinco no vizinho Pelourinho. Ano passado, no mesmo período, só uma queixa havia sido prestada. 
Moradora do bairro, Maria Maranhão reclama do grande volume de festas no bairro
Foto: Betto Jr/CORREIO

sábado, 19 de janeiro de 2019

PERDAS!!!


PERDAS IRREPARÁVEIS
Ricardo De Benedictis
Ricardo, Heleusa e Vicente, na ACL em 2013
Estes primeiros dias de 2019 nos reservaram algumas perdas que julgávamos fora de qualquer propósito.
No noticiário desta sexta (18), a morte de Marciano, aos 67 anos, que fez dupla com João Mineiro e depois com Milionário, autor de importantes canções do estilo ‘sertanejo’.
As perdas, porém, vêm sucedendo a galope, como num turbilhão de azares para a Cultura, tão necessitada da presença física dos seus maiores expoentes.
Aqui em Conquista, perdemos a nossa querida Heleusa Figueira Câmara, que conhecemos desde que iniciamos nossa vida cultural por estas plagas, no final da década de 1970. Juntos fomos fundadores da Academia Conquistense de Letras, em 1980 e do Conselho Regional de Cultura, este último, o primeiro de uma série que criamos nos anos 1990.
Além do mais, éramos amigos, até o último instante, embora politicamente contrários, sem jamais ter discutido ou mesmo trocado idéias sobre ideologias.
Heleusa sucedeu Erathosthenes Menezes na presidência da ACL, em 1986. E eu fui seu sucessor em 1990.
Cedemos para ela o espaço ‘Pró-Memória’ do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima para que instalasse a sede do PROLER, que até hoje ali permanece. Ela freqüentava minha residência e eu a visitei em sua casa algumas vezes.
Escritora, com dois livros publicados, fundou o Museu Regional da UESB, localizado na Praça Tancredo Neves, que aproximou muito a comunidade conquistense daquele ‘dinossauro’ à época, distante 7 Kms. do centro da cidade.
Além de freqüentar as reuniões dos Vilaça, Plínio Doyle da Academia Brasileira de Letras, no Rio, realizadas aos sábados. Ela se deslocava de Conquista para embelezar o ambiente carioca com sua fala mansa e alma de artista.
Viajou sem combinar, de uma hora para outra e deixou órfã toda a comunidade carente de saber que ainda persiste em Conquista.
Deixou Fe iluminar a alma dos presidiários que ‘assistia’ com a disseminação do gosto pela leitura e fez chegar em muitos lares o maior presente que alguém pode receber: o livro. Só por esse belo trabalho comunitário ela já se eternizara
Como diria o poeta Castro Alves, em seu poema ‘Vozes da América’:
Oh bendito que semeias/Livros, livros a mão cheia/E manda o povo pensar./O livro caindo n’alma/É germe que faz a palma,/É chuva que faz o mar.
Heleusa está para Conquista, assim como Atena para os gregos, Minerva para os romanos.
Descanse em paz, querida amiga!