ECPP - Conquista
deixa de ganhar 1 milhão
Carlos
Albán González - jornalista
Os
assinantes da TV fechada em todo o Brasil assistiram na última terça-feira o
primeiro time eliminado da milionária Copa do Brasil de 2018. Entre os 91 clubes
selecionados pela CBF o Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista foi o
primeiro a dar adeus ao torneio. No duelo dos bichos, o Bode foi derrubado pela
Coruja, a mascote do Boa Esporte. O representante da cidade mineira de Varginha
segurou o 0 a 0, garantindo passagem para a segunda fase do torneio.
Num raro
momento de paternalismo, ao redigir o regulamento da Copa do Brasil, a CBF
decidiu abrir o cofre, beneficiando clubes, como o Vitória da Conquista e o
Fluminense de Feira de Santana, que vivem a “estender o chapéu à caridade
pública”. Os prêmios, que já começaram a ser distribuídos, são superiores aos
pagos em campeonatos disputados na América do Sul, como a Libertadores e o
Brasileiro da série “A”.
Antes de
entrar em campo o clube conquistense já havia garantido uma cota de R$ 500 mil,
o que lhe garante o pagamento de duas folhas (R$ 180 mil cada) salariais do
time de profissionais. Se passasse para a segunda fase seriam mais R$ 600 mil.
O Fluminense de Feira, que vive os mesmos problemas do seu coirmão baiano, planeja
reforçar o time com o milhão que está entrando em sua conta bancária. Mais
esperto e mais valente, o Touro eliminou o Santa Cruz e agora espera em casa um
outro time pernambucano, o Náutico.
O ECPP
Vitória da Conquista tinha apostado todas suas fichas no jogo de abertura da
Copa do Brasil. Seu presidente, Ederlane Amorim, imaginou a partida como uma
final de Copa do Mundo. Hoje, depois de duas derrotas no Estádio Lomanto Júnior
pelo Campeonato Baiano, e o empate com o Boa Esporte, sem ter marcado um gol, o
dirigente deve ter chegado a conclusão que o seu time não tem condições
técnicas de disputar as finais do Baianão e de fazer uma boa campanha no
Brasileirão da série “D”, que começa no dia 22 de abril.
“Caçadores”
No início
do ano centenas de jogadores com menos de 21 anos disputaram dois torneios
nacionais, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Vários deles foram promovidos
ao profissionalismo. Cabe aí a pergunta: por que os clubes nordestinos não vão
atrás dessa garotada, em lugar de contratar “caçadores de ratos”? Espero que
amanhã não apareça por aqui um caçador de tatu, para trazer intranquilidade a
um dos veteranos jogadores do Conquista.
A péssima
campanha nesse início de temporada não deve ser atribuída exclusivamente ao
time. O estado do gramado do “Lomantão”, mostrado pelo Sportv no jogo da Copa
do Brasil, não serve de palco para um bom futebol. O chefe do Gabinete Civil da
prefeitura, Marcos Ferreira, ficou zangado com as críticas feitas, lembrando
que uma empresa especializada foi contratada para recuperar o campo, que sofreu
a ação de fungos. Os treinos coletivos do Conquista no local foram suspensos.
Quando
uma banda de axé vem se apresentar na cidade a divulgação é feita com larga
antecedência. A mesma estratégia publicitária deve ser aplicada antes dos jogos
de maior apelo popular do ECPP Vitória da Conquista. Na partida contra o Boa
Esporte, além da desclassificação, o clube local ficou com um prejuízo de R$
10.994,14, segundo o borderô da CBF. Os 1.399 torcedores que compraram
ingressos a 10 e 20 reais deixaram nas bilheterias R$ 18.435,00, um valor
inferior às despesas, que somaram R$ 29.429,14.
Nos jogos
pelo Campeonato Baiano, diante do Vitória (público de 3.175) e do Jequié (1.415
pagantes), o Conquista arrecadou R$ 35.262,68. Pelo torneio estadual mais três
partidas estão programadas para o “Lomantão”: Juazeirense, dia 4 deste mês;
Jacuipense, dia 17; e Fluminense de Feira, dia 4 de março. O jogo com o Bahia,
sempre o de maior público, foi marcado pela FBF, cujo presidente é filho desta
cidade, para a Fonte Nova. Se nesta fase o Conquista ficar entre os quatro
primeiros, garante, pelo menos, um jogo em casa.
Privilegiados
Os
borderôs desses três jogos revelam um quadro interessante: 681 sócios do clube pagaram
apenas R$5,00 para ter direito a cadeira em arquibancada coberta. Nesse
reservado de um estádio, que é do município e não de um clube, um porteiro, que
não é funcionário da prefeitura, impediu, nas últimas edições da Copa do
Brasil, a entrada de profissionais de jornais do Paraná, Minas Gerais, São
Paulo e Pernambuco, que buscavam um local para transmitir suas matérias. Há
poucos metros desses torcedores privilegiados, membros da organizada Kriptonita,
sentados ou em pé nas arquibancadas de cimento, se esforçam para incentivar o
time.
Vale
lembrar que, depois de 20 anos afastado das atividades profissionais,
dedicando-se apenas às categorias de base e ao futebol feminino, o Conquista
Esporte Clube anunciou, no final do ano passado, a formação de um elenco para
disputar o Campeonato Baiano da 2ª Divisão.
O torneio
terá a participação do Conquista, Galícia, Colo-Colo (Ilhéus), Atlético de
Alagoinhas, Atlético de Teixeira de Freitas e Cajazeiras (Salvador). Cada time
jogará um mínimo de dez partidas e um máximo de 12 entre os dias 4 de março e 20
de maio. Apenas o campeão terá acesso à série “A”. Anotem a tabela de jogos da
equipe azul e branca, com mando de campo no Estádio Lomanto Júnior: Dia 4/3 –
Teixeira de Freitas (fora); 10/3 – 17 hs. – Cajazeiras (em casa); 18/3 – 16 hs.
– Galícia (em casa); 25/3 – Colo-Colo (fora); 1/4 – 16 hs – Alagoinhas (em
casa); 7/4 – Alagoinhas (fora); 15/4 – 16 hs - Colo-Colo (em casa); 21/4 –
Galícia (fora); 28/4 – Cajazeiras (fora); 5/5 – 17 hs. - Teixeira de Freitas
(em casa).
Nenhum comentário:
Postar um comentário