Saindo do atoleiro
O aumento da confiança, com o avanço das reformas, poderá abreviar a reativação
A economia saiu da
mais longa e mais funda recessão já registrada pelas contas nacionais,
segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br)
divulgado ontem. A boa novidade só será confirmada, se for, no começo de
junho, quando as contas nacionais, com o Produto Interno Bruto (PIB) do
período, forem publicadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Até lá, os analistas, operadores de mercado e
empresários terão de se arrumar com aquele indicador provisório,
considerado uma prévia do PIB. Pouco se pode esperar, por enquanto, além
da mera confirmação do fim da fase recessiva, depois de oito trimestres
de negócios em retração e desemprego em alta. Pelos números parciais
disponíveis até agora, nem mesmo se pode apostar num segundo trimestre
com o mesmo ritmo de recuperação observado entre janeiro e março.
Sair do atoleiro e ter como próximo objetivo a aceleração do avanço já terá sido, sem dúvida, um avanço importante. Mas será necessário um enorme esforço para ganhar dinamismo. Os números da recuperação indicados até agora são modestos. Em março, a atividade foi 0,44% menor que no mês anterior, segundo a série do IBC-Br com ajuste sazonal. Mesmo com esse recuo, o nível dos negócios no primeiro trimestre foi 1,12% mais alto que nos três meses finais do ano passado. Em 12 meses, no entanto, ainda houve uma perda de 2,78%, também na série com ajuste. Na outra – dos dados meramente observados – o recuo foi pouco menor e chegou a 2,63%. Por qualquer dos dois números fica evidente a grande recuperação necessária só para voltar ao nível de atividade registrado um ano antes.
A essa constatação é preciso acrescentar uma dúvida. Não está claro, até agora, quanto do crescimento no trimestre inicial deste ano reflete o bom desempenho das lavouras de grãos e oleaginosas, na safra de verão. A recuperação só será efetiva – e sustentável – com uma firme reativação da indústria. Por enquanto, os levantamentos da atividade industrial apontam uma recuperação desigual entre os vários setores e ainda muito fraca no conjunto. De janeiro a março a produção da indústria geral foi apenas 0,6% maior que a de um ano antes. Em 12 meses a retração acumulada ainda ficou em 3,8%.
Os aspectos mais animadores do quadro dependem da diversidade dos segmentos. Nos primeiros 3 meses, 13 dos 26 segmentos listados no levantamento do IBGE produziram mais que no trimestre inicial de 2016. Os maiores crescimentos, nessa comparação, foram do grupo formado por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com produção 18,3% maior que a de um ano antes, e do conjunto composto por veículos automotores, carrocerias e reboques, com avanço de 11,5% sobre a mesma base. Vestuário e acessórios (8%) e tecidos (6,2%) também tiveram ganhos superiores a 5% no confronto anual.
A exportação tem contribuído para a recuperação de alguns setores e isso mais uma vez confirma a importância de uma integração maior no mercado global. É preciso exportar e importar muito mais e participar mais intensamente das cadeias internacionais de produção, explorando as possíveis vantagens em certas áreas de produção. O Brasil tem uma participação respeitável no comércio do agronegócio, com participação da lavoura, da pecuária e da indústria vinculada ao campo. É preciso envolver mais amplamente outros segmentos industriais nesse jogo. Para isso é preciso abandonar o protecionismo e outras tolices da política dominante no período petista.
Mas o desemprego será um entrave à recuperação ainda por algum tempo. As montadoras de veículos, por exemplo, produziram entre janeiro e abril 20,9% mais que um ano antes e exportaram, em valor, 52,6% mais. No entanto, em abril ainda empregavam 120,9 mil pessoas, 6,5% menos que um ano antes. Desemprego elevado tenderá a retardar a retomada do consumo e, por extensão, a produção industrial. O aumento da confiança dos empresários e produtores, com o avanço da pauta de reformas, poderá abreviar a reativação.
Sair do atoleiro e ter como próximo objetivo a aceleração do avanço já terá sido, sem dúvida, um avanço importante. Mas será necessário um enorme esforço para ganhar dinamismo. Os números da recuperação indicados até agora são modestos. Em março, a atividade foi 0,44% menor que no mês anterior, segundo a série do IBC-Br com ajuste sazonal. Mesmo com esse recuo, o nível dos negócios no primeiro trimestre foi 1,12% mais alto que nos três meses finais do ano passado. Em 12 meses, no entanto, ainda houve uma perda de 2,78%, também na série com ajuste. Na outra – dos dados meramente observados – o recuo foi pouco menor e chegou a 2,63%. Por qualquer dos dois números fica evidente a grande recuperação necessária só para voltar ao nível de atividade registrado um ano antes.
A essa constatação é preciso acrescentar uma dúvida. Não está claro, até agora, quanto do crescimento no trimestre inicial deste ano reflete o bom desempenho das lavouras de grãos e oleaginosas, na safra de verão. A recuperação só será efetiva – e sustentável – com uma firme reativação da indústria. Por enquanto, os levantamentos da atividade industrial apontam uma recuperação desigual entre os vários setores e ainda muito fraca no conjunto. De janeiro a março a produção da indústria geral foi apenas 0,6% maior que a de um ano antes. Em 12 meses a retração acumulada ainda ficou em 3,8%.
Os aspectos mais animadores do quadro dependem da diversidade dos segmentos. Nos primeiros 3 meses, 13 dos 26 segmentos listados no levantamento do IBGE produziram mais que no trimestre inicial de 2016. Os maiores crescimentos, nessa comparação, foram do grupo formado por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com produção 18,3% maior que a de um ano antes, e do conjunto composto por veículos automotores, carrocerias e reboques, com avanço de 11,5% sobre a mesma base. Vestuário e acessórios (8%) e tecidos (6,2%) também tiveram ganhos superiores a 5% no confronto anual.
A exportação tem contribuído para a recuperação de alguns setores e isso mais uma vez confirma a importância de uma integração maior no mercado global. É preciso exportar e importar muito mais e participar mais intensamente das cadeias internacionais de produção, explorando as possíveis vantagens em certas áreas de produção. O Brasil tem uma participação respeitável no comércio do agronegócio, com participação da lavoura, da pecuária e da indústria vinculada ao campo. É preciso envolver mais amplamente outros segmentos industriais nesse jogo. Para isso é preciso abandonar o protecionismo e outras tolices da política dominante no período petista.
Mas o desemprego será um entrave à recuperação ainda por algum tempo. As montadoras de veículos, por exemplo, produziram entre janeiro e abril 20,9% mais que um ano antes e exportaram, em valor, 52,6% mais. No entanto, em abril ainda empregavam 120,9 mil pessoas, 6,5% menos que um ano antes. Desemprego elevado tenderá a retardar a retomada do consumo e, por extensão, a produção industrial. O aumento da confiança dos empresários e produtores, com o avanço da pauta de reformas, poderá abreviar a reativação.
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