UMA TORMENTA QUE NÃO PASSA
NA ENCRUZILHADA DOS DIABOS
Jeremias Macário
As explosões dos
camaradas capitalistas da JBS roubaram a cena de Lula e do juiz Sérgio Moro. É
que Temer, o senador Aécio e o deputado Rodrigo ficaram com ciúmes e mandaram
chumbo grosso com metralhadoras de alto calibre mortífero. Vem aí a bomba de
Palocci que pode superar e reverter o placar do jogo sujo. Dentro de toda esta
cafajestagem, constata-se que a grande maioria dos advogados é paga em milhões
com dinheiro de propinas.
Quem avaliou que as
delações da Odebrecht foram as mais venenosas, a esta altura já mudou de ideia
com as revelações da JBS que incriminam um presidente da República que
simplesmente recebeu um empresário investigado pela Lava Jato na calada da noite
em sua residência, coisa que até um bicheiro pé de chinelo evitaria tal contato
sozinho. O homem não teme nada.
O inusitado de tudo é que os irmãos Joesley e
Wesley, da JBS, ficaram livres como passarinhos de luxo, depois de tantas
sujeiras que fizeram comprando parlamentares e governantes. Além do mais,
peritos estão apontando irregulares nas gravações que sofreram várias edições e
cortes.
Há mais de dois anos o Brasil vive uma tormenta
que não passa, apesar de alguns intervalos de calmaria. Vive-se numa
encruzilhada dos diabos, os quais estão sempre retornando para cobrar seus
pactos maléficos. Nem os pais-de-santo com a força de todos os orixás, médiuns
e exorcistas juntos conseguem descarregar este encosto satânico que se
incorporou no país.
O território nacional virou um Inferno de
Dante onde não há limites para a prevaricação, mesmo em pleno auge dos
processos investigativos da força tarefa da Polícia Federal, do Ministério
Público e do Supremo Tribunal Federal. Nada consegue deter, conter e saciar a
ganância destes diabos que armaram um tabuleiro maligno de armações, complôs e
conspirações por mais sangue e almas penadas. Coisas misteriosas, esquisitas e
estranhas rondam o nosso reino.
Será que a saída não
seria prender todos estes diabos da encruzilhada maldita numa cadeia altamente
reforçada e depois jogar a chave fora? Ah, toda área teria que ser isolada com
concreto armado à prova de radioatividade nuclear! Poderiam também ser
acorrentados e enviados a trabalhos forçados na Coréia do Norte ou na China
onde a corrupção é punida com fuzilamento.
De tanto ouvir e ler os noticiários de
delações, propinas, superfaturamento, caixas 2, notas frias, sabotagens, subornos,
malas de milhões e negações dos acusados ditos inocentes, confesso que fiquei deprimido. Um amigo meu me pediu para falar
alguma coisa e logo me lembrei dos horrores da Divina Comédia, de Dante, e do
Inferno, de Dan Brown que acabo de ler.
Gostaria aqui de expressar que a esta altura
eles me tiraram um bocado do prazer de viver num país onde o trânsito travou
por completo, num caos infernal, sem guardas nem desvios para se sair da
tormenta. A sensação é que todos entraram num beco sem saída e cada um defende
escapatórias e soluções diferentes para seus representantes diabos protetores.
Saindo das metáforas para os fatos concretos,
gostaria de saber em quem acreditar? Nos manifestantes de hoje das “Diretas Já”,
ou nos de ontem do impeachment comprado? Nos de ontem divididos entre apoios e
contras, coxinhas e mortadelas, ou nos de hoje do “Fora Temer”? Naqueles que se
recolheram em suas locas e hoje dão aval às reformas perversas? Nos ratos que
saltaram do barco furado e depois voltaram, ou nos piratas disfarçados de
bonzinhos que querem reconquistar o navio das tormentas? Será que o Temer caiu
mesmo numa cilada, ou é mesmo um participante ativo dos esquemas para dar
alpiste aos pássaros?
São perguntas que estão nas cabeças dos
passageiros desta turbulenta nave. De uma coisa se tem certeza,a de que o
Congresso Nacional que aí está e que já se vendeu ao diabo, não tem mais moral
para indicar nomes para presidente numa eleição indireta e ainda mais fazer
reformas maldosas contra trabalhadores e aposentados em fim de vida. O
Congresso virou um porão que fede, cheio de malfeitores e bandidos perigosos.
O Temer treme-treme não se sustenta mais e
uma “Diretas Já” vai de encontro à Constituição. O jeito é contratar um técnico
de fora para tomar conta do segundo tempo do jogo. No placar, o povo está
perdendo de goleada para os diabos e belzebus.
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