JANOT MANDA NOVA DENÚNCIA CONTRA TEMER, MAS FACHIN SÓ DESPACHARÁ DEPOIS DE JULGAMENTO DA QUESTÃO DE ORDEM DA DEFESA PELO PLENO DO STF
Por que tanta pressa de Janot? |
O ministro Luiz Edson Fachin decidiu aguardar uma decisão do plenário
do Supremo Tribunal Federal (STF) antes de enviar à Câmara dos Deputados
a nova denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o
presidente Michel Temer, apresentada nesta quinta-feira (14).
Temer foi novamente denunciado ao STF
pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, desta vez pelos crimes de
organização criminosa e obstrução de Justiça. Mas o Supremo só poderá
analisar a acusação contra o presidente se a Câmara autorizar.
Na próxima quarta (20), o plenário do STF deverá analisar um pedido de Temer para suspender o andamento da denúncia até o fim das investigações sobre suposta omissão de informações nas delações de executivos da J&F, cujas provas embasaram a denúncia.
A decisão do ministro adia, em no mínimo em uma semana, o envio da
denúncia à Câmara. Se na próxima quarta o plenário do STF decidir
esperar o fim da investigação sobre omissão na delação da J&F, o
envio da denúncia à Câmara pode demorar ainda mais.
Além de Temer, foram denunciados por organização criminosa os ministros do PMDB Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral); os ex-ministros do PMDB Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Eduardo Alves (Turismo); o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ); e o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Por obstrução de Justiça, também foram denunciados os executivos do grupo J&F Joesley Batista e Ricardo Saud, cujos acordos de delação premiada foram rescindidos pela PGR e enviados para homologação do ministro Fachin.
Julgamento no plenário
O julgamento sobre a suspensão da denúncia começou nesta quarta (13) no
plenário, mas não houve tempo para a tomada dos votos dos 11 ministros.
Na sessão, o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira,
sustentou que as provas da nova denúncia devem ser invalidadas, pela
suspeita de terem sido produzidas sob a suposta influência do
ex-procurador Marcello Miller.
Uma das principais é uma gravação de Joesley Batista, dono da J&F,
com Temer, em março deste ano, no Palácio do Jaburu. Ex-auxiliar do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Miller ainda trabalhava na
PGR quando teria começado a orientar os delatores da J&F a fazer o
acordo de colaboração.
Denúncia 'recheada de absurdos'
Após a PGR oferecer a nova denúncia, o Palácio do Planalto divulgou uma
nota à imprensa na qual afirmou que a acusação contra o presidente
Michel Temer é "recheada de absurdos" e mostra a "marcha irresponsável" de Rodrigo Janot.
Segundo apuraram o G1 e a TV Globo, o presidente estuda fazer um pronunciamento nesta sexta (15) para comentar a nova denúncia.
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