SUJOS COMO BANHEIROS PÚBLICOS
Jeremias Macário
As agências bancárias
deveriam ser obrigadas por lei a disponibilizarem luvas e máscaras aos seus
clientes que utilizam os caixas eletrônicos porque são tão sujos quanto os
banheiros públicos - segundo estudos feitos pela empresa britânica BioCote. Na
Rodoviária de Vitória da Conquista, no entanto, os sanitários são mais limpos
que os caixas ao lado.
Existe até uma proposta
de lei de um vereador de São Paulo para que as instituições financeiras coloquem
álcool em gel nas áreas dos caixas. Segundo os mais entendidos no assunto, a
higienização com álcool em gel pode eliminar 99% dos germes. E como controlar a
circulação das notas fora dos caixas?
Enquanto nada disso aconteça, quem vai deixar
de ir aos caixas eletrônicos tirar sua grana para o sustento? Ninguém, é claro,
porque dinheiro é dinheiro e, infelizmente, não se vive sem o deus do
capitalismo, que tem provocado tantas
desgraças e criado monstros da corrupção.
Gedel, por exemplo, não importa com isso e
nem está aí, ou deve usar máscaras e luvas especiais para visitar suas queridas
espécies nas malas. Coitadinhas delas, presas e solitárias naquele apartamento,
sem tomar sol! E os que entopem os bolsos, sacolas e cuecas! Nem estão aí para doenças!
Eles querem é mais!
Não são somente os caixas. O danado rola de
mão em mão transportando uma pesada carga invisível de bactérias, mas, quem
quer saber disso? O que interessa é que, visivelmente, o bicho passa alegria,
alívio e serve até para baixar o estresse das pessoas da lida sufocante do dia
a dia.
Não importa, lá está
todo mundo correndo atrás de uma “bendita” nota. É um bom tranquilizante para
preocupação com dívidas. Nem precisa procurar psicólogo ou analista. Tem gente
que levanta da cama e dá um tapa na depressão.
Cientistas “desocupados” da Universidade de
Nova Iorque realizaram um projeto chamado “Dirty Money” que analisou a presença
de micro-organismos nas ações cotidianas que prejudicam a saúde. Foram
encontrados até três mil tipos de bactérias em notas de dólares (imagine no
nosso pobre real!) que circulam em Nova Iorque.
Descobriram que 80% das cédulas contêm
cocaína. Aí é que os viciados vão cheirar mesmo o deus do capital, sem contar a
economia que podem fazer reduzindo a compra da droga! É, mas os cientistas
apontaram que as bactérias encontradas nas notas podem causar infecções de
pele, úlceras de estômago e intoxicação alimentar.
Tem muito hipocondríaco aí que não vai a banco
e manda um parente ou amigo tirar o “didim” por ele. É muita maldade! Como
desculpa alega que não é apegado ao danado das notas. Ele é um dos defensores
de que as agências instalem, pelo menos, pias para que os correntistas lavem as
mãos antes e depois de sacar o dinheiro.
Poderiam também colocar
um aviso: Teclados contaminados por bactérias, cuidado! Garanto que este
comunicado não iria deter ninguém. Muitos vão dizer: Conversa de cientista
doido que condena comer ovos e outros alimentos pesados em colesterol.
Quero ver naturalista,
vegetariano e vegano deixar de ir aos caixas eletrônicos, mesmo sabendo que as
notas são gordurosas e sujas de bichinhos vivos por toda parte? E os teclados e
as teclas, hem, cheios de bactérias e vírus!
Podem ser sujos quanto os banheiros públicos,
não deixando de colocar aí na lista os botecos e até bares e restaurantes
particulares, mas ninguém vai deixar de ir lá arrancar a danada difícil do
caixa, e quando sai lá de dentro é mais um feito e tanto comemorado. Que sujo
que nada! O bom mesmo é desfilar com elas no bolso para as compras e tomar umas
geladas numa mesa com os amigos com umas rodadas de petiscos.
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