Comentário jocoso de rubro-negro vira arma do Bahia
em ação de marketing
Tricolor aproveitou polêmica nas redes sociais para lançar campanha com objetivo de se reaproximar dos torcedores de baixa renda
“Lá
em São Paulo é muito comum a rivalidade entre Corinthians e Palmeiras e
eu comecei a perceber que aqui, por onde eu passava, só tinha camisas
do Bahia. Andando com o meu namorado, eu comecei a contar quantas
camisas a gente encontrava. Foram umas 40 do Bahia e pouquíssimas do
Vitória. Inclusive, eu confundi uma do Vitória com a do Flamengo. Mas
foi nessa percepção. Foi uma diferença muito grande”, explica Giovana.
A
publicação incomodou um torcedor do Vitória, de perfil intitulado
Ricardo Oliveira, que reagiu com o seguinte comentário: “Você viu
vendedor de picolé, queijinho e limpador de para-brisa nas sinaleiras.
Por isso viu tantos”, escreveu.
Giovana
conta que não chegou a responder, mas condenou a atitude. “Eu achei
muito preconceituoso da parte dele elencar as profissões como se elas
fossem desmerecidas porque são mais simples”, disse. Torcedores do Bahia
e do Vitória criticaram o rubro-negro.
A situação foi um prato cheio para a diretoria do Bahia, que logo em seguida lançou campanha e ações de marketing para reafirmar a identidade do clube como time de massa.
A situação foi um prato cheio para a diretoria do Bahia, que logo em seguida lançou campanha e ações de marketing para reafirmar a identidade do clube como time de massa.
Um
vendedor de picolé e um limpador de para-brisas que trabalham na
sinaleira em frente ao Shopping da Bahia foram presenteados com camisas
do Esquadrão e tiveram suas histórias contadas nas redes sociais do
tricolor: “Gabriel e Heber trabalham diariamente na região do Iguatemi.
Gabriel vende picolé nos ônibus que vão passando. Heber limpa
para-brisas dos motoristas que aguardam a sinaleira em frente ao
shopping. Eles orgulham a maior e mais diversificada torcida do
Nordeste”.
Amor visto de longe
A tentativa do Bahia de se reaproximar das classes mais pobres é reflexo do processo de afastamento que setores da torcida vêm sofrendo nos últimos anos. Desde que passou a jogar na Arena Fonte Nova, em 2013, o custo para acompanhar o time dentro do estádio ficou maior.
Uma pesquisa realizada no ano passado aponta que o tricolor tem o oitavo tíquete médio mais caro entre os 20 clubes que jogaram a Série A em 2017, com valor de R$ 26. A cifra supera com folga as de Vitória (R$ 14) e Sport (R$ 20), embora valha a ressalva que os rivais possuem estádio próprio e que não são arenas.
O fato é que, em uma conta rápida, uma família de quatro pessoas que tem renda de um salário mínimo (metade da população brasileira vive com menos de um, segundo o IBGE) comprometeria cerca de 18,8% do orçamento mensal para ir à Fonte Nova.
Amor visto de longe
A tentativa do Bahia de se reaproximar das classes mais pobres é reflexo do processo de afastamento que setores da torcida vêm sofrendo nos últimos anos. Desde que passou a jogar na Arena Fonte Nova, em 2013, o custo para acompanhar o time dentro do estádio ficou maior.
Uma pesquisa realizada no ano passado aponta que o tricolor tem o oitavo tíquete médio mais caro entre os 20 clubes que jogaram a Série A em 2017, com valor de R$ 26. A cifra supera com folga as de Vitória (R$ 14) e Sport (R$ 20), embora valha a ressalva que os rivais possuem estádio próprio e que não são arenas.
O fato é que, em uma conta rápida, uma família de quatro pessoas que tem renda de um salário mínimo (metade da população brasileira vive com menos de um, segundo o IBGE) comprometeria cerca de 18,8% do orçamento mensal para ir à Fonte Nova.
Isso
já considerando o mínimo no valor de R$ 954, embora em 2017 fosse de R$
937. Além dos ingressos para o setor mais barato (R$ 40 inteira / R$ 20
meia), o cálculo leva em consideração valores de transporte (R$ 3,70
por trecho) e lanches – duas pipocas (R$ 6 cada), uma cerveja (R$ 8) e
dois refrigerantes (R$ 5 cada). Total: R$ 179,60. Sem os lanches, R$
149,60.
“O Bahia é um clube de massa e a gente tem que, dentro da função de presidente, fazer com que cada vez mais essas pessoas estejam incluídas no processo mais singular, que é ir ao estádio, participar desses momentos mais felizes do clube. Tudo que a gente vem pensando é no sentido dessa inclusão, isso faz parte do debate que a gente já iniciou com a Arena Fonte Nova e de outras questões do clube como o plano de sócios e valor da camisa”, explica Guilherme Bellintani.
“O Bahia é um clube de massa e a gente tem que, dentro da função de presidente, fazer com que cada vez mais essas pessoas estejam incluídas no processo mais singular, que é ir ao estádio, participar desses momentos mais felizes do clube. Tudo que a gente vem pensando é no sentido dessa inclusão, isso faz parte do debate que a gente já iniciou com a Arena Fonte Nova e de outras questões do clube como o plano de sócios e valor da camisa”, explica Guilherme Bellintani.
Na
série de ações que idealiza para se aproximar do seu público, a
diretoria se reunirá, no sábado, com 120 torcedores para debater temas
como venda de ingressos e alimentação na Fonte Nova. O CORREIO entrou em
contato com a diretoria do Vitória, que não quis se posicionar sobre o
assunto.
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