CONQUISTA PERDE UMA GRANDE PERSONALIDADE
Recebemos com imenso pesar a notícia do
passamento da nossa querida amiga e confreira da Academia Conquistense de
Letras, Heleusa Figueira Câmara, aos 73 anos, após cirurgia realizada na Santa Casa e posteriores
complicações decorrentes.
Professora, fundadora e presidente da
Academia Conquistense de Letras por três mandatos consecutivos, (até 1990), vice-reitora
da UESB e responsável pela implantação da célula do PROLER em convênio com a
Biblioteca Nacional, Heleusa era casada com o Engº Almir Câmara e deixa filhas
e netos.
EIS UM TEXTO DE SUA AUTORIA, RETRATANDO
A VIDA DO SEU PAI, UBALDINO GUSMÃO FIGUEIRA:
Heleusa
Câmara. Fevereiro de 2013.
“Cada filha pode contar uma história
diferente, mas Ubaldino, meu pai, era um homem que amava a sua família e a sua
terra. Ubaldino era um brasileiro autentico e todos os seus traços revelavam a
miscigenação do nosso povo. Moreno claro, cabelos pretos, crespos, (de
escadinha, segundo mamãe), olhos esverdeados, estatura mediana, esbelto. Seu
sorriso radiante mostrava dentes bonitos e fortes e sua voz, emocionada, ecoa
em minhas lembranças nas canções Porta Aberta, Adios Pampa Mia, e nos hinos do
Cantor Cristão. Ubaldino era dotado de uma inteligência excepcional.
Protestante, batista, servo fiel à doutrina escolhida. A fé viva que tinha em
Deus, o sustentou em toda a sua vida. Aventureiro, sonhador, garimpeiro não
sabia que as esmeraldas, que procurou a vida toda, estavam em sua alma, pois
sempre sentiu a vida como uma benção, uma dádiva. Ubaldino morreu no dia 14 de
novembro de 1969, em São Paulo e está sepultado no cemitério do Shangrila, no
distrito de Capinal.
Eu tinha vinte e cinco anos, quando meu
pai morreu e até hoje, aos 68 anos, sinto um gosto de saudade das bênçãos que
ele me desejava. Em todas as cartas que escreveu às suas filhas costumava usar
como epígrafe a benção contida em seu versículo bíblico predileto que, ainda,
me confere alegria pela positividade sugerida. Abençoar é um verbo transitivo
que, dentre as suas acepções, significa proteger, fazer feliz, tornar próspero.
O seu desejo era que a luminosidade divina resplandecesse em nossa face, como crença
na potência existente em todo ser humano, de merecer a vida e poder usufruí-la
em abundância e qualidade.
"O Senhor te abençoe e te guarde. O
Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e se compadeça de ti; o Senhor
volva sobre ti o seu rosto e te dê a paz." Números; Cap.: 6, Vers.: 24,
25, 26.”
Museu Literário Profa. Amélia Barreto de
Souza.
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