OS FILHOS DO
REI_I
Ricardo De Benedictis
Desde nossa Monarquia, as famílias reais sempre que
colocadas em xeque, foram condenadas pela história. A forma da Transmigração da
Família Real, em 1808, quando D. João VI fugiu de Portugal para livrar-se da
nunca realizada invasão do seu Reino por Napoleão Bonaparte, expôs logo a
figura de bonachão do Rei, a loucura explícita de D. Maria, 'Alouca', as
aventuras sexuais da rainha Carlota Joaquina, a frescura de seu filho, Miguel,
a falta de caráter de Pedro, (o estuprador de escravas), filho que o Rei deixou
para trás, em sua volta - com a famosa e lendária frase: “Pedro, põe a coroa
sobre tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela”. palavras que
seriam contrariadas, anos depois, quando, acometido de uma tremenda dor de
barriga, às margens do rio Ypiranga, em São Paulo, já de retorno de uma noitada
com a ‘Marqesa de Santos’, sua amante, Dom Pedro teria se enfurecido e soltado
o verbo: “Laços fora, soldados.... sic”. A História é contada pelos arautos do
Rei de plantão. Daí porque tanta controvérsia.
Na verdade, Portugal era como os outros países do
mundo, que sempre foram governados por linhagens aristocráticas ou simplesmente
por aventureiros que tinham oportunidade de trair confianças, roubar e matar
para chegarem ao poder econômico e político. Este é um resumo sórdido da
sociedade humana que vem gerando monstros do tipo de Herodes, Calígula, Ivan o
Terrível e Rasputin, o monge depravado. Hitler, Stalin, e tantos outros que o
leitor conhece ou já ouviu falar.
No ‘Novo Mundo’, descoberto pelo italiano de Gênova,
Cristofer Columbus, por financiamento da Coroa Espanhola – através dos Reis
católicos Fernando e Isabel, é bom frisar que, com a divisão dos reinos de
Portugal e Espanha, houve o Tratado de Tordesilhas entre os países-irmãos, e só
então Portugal, que tinha Marinha própria, desde a Escola de Sagres, fundada
ainda no fim da Idade Média – início do Renascimento, pode, enfim declarar o ‘achamento
do Brasil’, tratado historicamente como ‘Descobrimento’, em 22 de abril de 1500
pelo Almirante português Pedro Álvares Cabral, em seu famoso e lendário turnê até
as índias Orientais, cujos caminhos haviam sido alcançados pelo seu conterrâneo,
Vasco da Gama.
Estes fatos históricos aprendemos na escola, apesar de
termos lido obras e assistido vários filmes sobre o assunto, com algumas
contestações pontuais e que não vêm ao caso, nos aprofundar, mesmo porque não
somos historiadores, apenas revisitamos fatos históricos largamente conhecidos
e reconhecidos. Há teorias inúmeras sobre tais fatos, mas não ousaremos
explicitá-los, deixando tal mister para os mestres e doutores estudarem e
tecerem suas teses.
No próximo ensaio falaremos sobre a volta de D. Pedro
I para Portugal, sua assunção como Rei de Portugal, sob o título de Dom Pedro IV que, ao sair, deixou seu filho Pedro
II que mais tarde foi Imperador do Brasil até a Proclamação da República,
em 1889 pelo Mal. Deodoro da Fonseca.
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