VEREADORA DO PSOL É MORTA NO RIO
E AUMENTA PÂNICO!
Segundo as primeiras informações da polícia, bandidos em um carro
emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam.
Marielle Franco foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. A perícia
encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem
levar nada. Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro
Gomes, também foi baleado e morreu.
De acordo com Fernando Veloso, também estão sendo apuradas as
características do carro dos assassinos. “Há outras informações que
estão sendo trabalhadas que vão prosseguir no dia de hoje. Eles vão
voltar ao local no dia de hoje, vão prosseguir na questão de câmeras. O
próprio veículo, há uma dúvida sobre as características desse veículo”,
afirmou.
Marielle havia participado no início da noite do evento
"Jovens Negras Movendo as Estruturas", na Rua dos Inválidos, na Lapa. No
momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro, no
lado do carona. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia
trabalha com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por
algum tempo, tendo conhecimento da posição exata das pessoas. O
motorista foi atingido por 3 tiros na lateral das costas.
A polícia buscará imagens de câmeras da região para determinar o
trajeto do carro e desde onde ele passou a ser seguido. O local exato do
crime fica quase em frente a um posto do Detran, que na hora estava
fechado. Do outro lado da rua há uma concessionária que também estava
fechada.
"Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"
Uma dia antes de ser assassinada, Marielle reclamou da violência na cidade no Twitter. No post, ela questionou a ação da Polícia Militar.
Na mesma rede social, Marielle chamou o 41° BPM de "Batalhão da morte",
no sábado (10). "O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E
acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da
morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos
jovens", escreveu ela.
Repercussão
O deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo disse que o crime é
"inadmissível". "A gente vai cobrar com rigor, todas as características
são de execução. Evidente que vamos aguardar todas as conclusões da
polícia, cabe à polícia fazer a investigação, mas a gente,
evidentemente, não vai nesse momento aliviar isso. As características
são muito nítidas de execução, queremos isso apurado de qualquer
maneira, o mais rápido possível", afirmou ele. Freixo disse que a
vereadora nunca tinha sofrido nenhuma ameaça.
Autoridades e parlamentares de diferentes vertentes políticas do Rio
divulgaram notas de pesar pela morte da vereadora do PSOL. O ministro da
Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que falou com o interventor
federal no estado e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar
em toda a investigação. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e os
governos estadual e federal também se pronunciaram.
Crivella lamentou o "brutal assassinato" e lembrou a "honradez, bravura
e espírito público" da vereadora. "É assim que hoje anoitece a cidade
desolada e amargurada pela perda de sua filha inesquecível e
inigualável. Que Deus a tenha!", disse o prefeito.
O governador Pezão ressaltou a luta de Marielle contra as desigualdades
e violência: "Acompanho, com as forças federais e integradas de
Segurança, a apuração dos fatos para a punição dos autores desse crime
hediondo que tanto nos entristece", afirmou.
Em nota, o governo federal informou que vai acompanhar toda a apuração do assassinato da vereadora e do motorista.
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