NESTA SEXTA (17), ALERJ TEM SESSÃO EXTRA PARA SOLTAR DEPUTADOS
G1 - A procuradora regional da República Silvana Batini afirmou, nesta
sexta-feira (17), que vai pedir à Justiça que mantenha afastados dos
cargos os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson
Albertarssi, caso a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
decida reverter os pedidos de prisão dos três parlamentares.
Eles são investigados na Operação Cadeia Velha, que apura crimes de
corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas. Picciani é presidente de Alerj e, junto com Melo e Albertassi,
faz parte da cúpula do PMDB no Rio.
Em decisão desta quinta-feira (16), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) determinou a prisão preventiva dos deputados e o afastamento do cargo, afirmou Silvana. Pela Constituição, a prisão de parlamentares deve ser homologada pela Casa onde eles atuam.
Mas a procuradora afirma que o mesmo não se aplica à decisão de
afastamento do cargo, questão que ficaria em aberto. "A Procuradoria da
República vai solicitar ao Tribunal Regional Federal que cumpra a
segunda parte da decisão que é, justamente, a do afastamento", disse
Silvana Batini em entrevista ao Bom Dia Rio nesta sexta, sobre a
possibilidade da Alerj decidir por não manter os deputados presos (assista abaixo).
"Há uma decisão do Supremo Tribunal Federal, muito recente, ligada ao
caso do senador Aécio [Neves] que determinava que as casas respectivas
deliberassem sempre que houvesse uma decisão judicial que interferisse
no mandato. Mas essa decisão do Supremo não se referiu aos deputados
estaduais. Ao que tudo indica, se referia a deputados federais e
senadores. Como há uma dúvida sobre a extensão dessa decisão do Supremo,
essa é uma questão que vai ficar em aberto agora e que vai ser
discutida novamente”, explicou a procuradora.
Investigação
Silvana Batini disse ainda que uma possível liberação dos deputados da
prisão preventiva não significa o fim das investigações.
De acordo com ela, a decisão da Alerj pode interferir apenas na prisão
momentânea, que é a cautelar, e não na prisão como pena, que é a que
pode ser decidida com o desenrolar do processo.
"Essa decisão [da Alerj] se refere exclusivamente a essa prisão nesse
momento, que é uma prisão cautelar, não é a prisão pena. O processo nem
começou. A gente ainda está em fase de investigação. Teremos o
oferecimento de uma denúncia, o processo vai correr. Esse processo
independe de qualquer iniciativa da Assembleia Legislativa. O processo
corre normalmente", afirmou.
Os três deputados são investigados pela Operação Cadeia Velha, que
apura crimes de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e
evasão de divisas. Eles se entregaram na sede da Polícia Federal no Rio,
na quinta-feira (16), depois que a Justiça Federal no RJ decidiu, em 2ª instância, pela prisão imediata dos deputados.
Picciani, Paulo Melo e Albertassi estão na Cadeia Pública de Benfica, a mesma em que está preso o ex-governador Sérgio Cabral.
Votação na Alerj
O pedido de prisão preventiva dos três deputados será analisado pela
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Alerj, que se reúne às 13h
para dar um parecer sobre a medida. A reunião da CCJ será presidida pelo
deputado Chiquinho da Mangueira, uma vez que o titular, Edson
Albertassi, é um dos presos na operação.
Em seguida, às 15h, o parecer da CCJ será transformado em projeto de
resolução e submetido ao plenário. Para ser aprovado, o projeto precisa
obter a maioria absoluta das cadeiras da Alerj, ou seja, 36 votos.
Em levantamento realizado pelo G1, a maioria dos parlamentares não quis declarar como vai votar sobre a libertação ou não dos parlamentares.
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