PF CUMPRE 91 MANDADOS CONTRA ROUBO, SENDO 40 DE PRISÃO
Uma força-tarefa das polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar, e
do Ministério Público Estadual (MP-GO), realiza na manhã desta
quinta-feira (10) a segunda fase de uma operação contra roubo de cargas
em Goiás, no Distrito Federal e em mais quatro estados. Segundo as
investigações, o prejuízo causado até o momento gira em torno de R$ 30
milhões.
São cumpridos 91 mandados judicias, sendo 40 de prisão. Ao todo, 450
policiais atuam em cidades de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná,
Santa Catarina e no DF. As cidades onde ocorrem os trabalhos são:
Goiânia, Anápolis, Guapó, Luziânia, Piracanjuba, Trindade (GO); Brasília
(DF); Ponte do Araguaia (MT); Araguari (MG); Mandaguari (PR); Itajaí
(SC).
Outro preso é o dono de um supermercado no Conjunto Riviera, em
Goiânia. A operação apontou que ele era receptador de cargas roubadas,
as quais eram revendidas em seu estabelecimento. Na residência dele
foram encontrados quatro veículos de luxo.
Denominada Hicsos II, a ação desta manhã é um desdobramento da operação Hicsos, realizada em fevereiro deste ano e que prendeu, na época, 30 pessoas.
Segundo a PF, o foco desta fase é um grupo de empresários e agentes
políticos que davam suporte financeiro ao roubo de cargas em vários
municípios brasileiros.
A polícia acredita que um dos envolvidos está foragido na Inglaterra.
Por isso, será solicitado auxílio das autoridades britânicas e da
Interpol para encontrá-lo.
Uma coletiva deve ser realizada nesta quinta-feira para dar mais detalhes sobre a operação.
Vídeo mostra ação
Um dos crimes atribuído ao grupo criminoso ocorreu no último dia 9 de
junho. Um vídeo mostra o momento em que um caminhão passa pela BR-060,
em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De repente, após parar no quebra-molas
em frente a um posto da PRF, o motorista, de 45 anos, pulou do veículo para denunciar que estava sendo vítima de um assalto (assista acima).
Três policiais da corporação faziam outra abordagem no momento e
conseguiram render o assaltante, que foi preso e levado para a Central
de Flagrantes de Anápolis.
Nas imagens de câmeras de segurança é possível ver quando o
caminhoneiro passa pelo quebra-molas em velocidade reduzida. Antes que o
veículo parasse totalmente, ele abriu a porta, pulou para fora e saiu
correndo, apontando para o caminhão. Em seguida, os policiais rendem o
jovem, de 22 anos, que saiu pela janela e entregou o revólver de calibre
38 que usava no assalto.
Segundo a PRF, a vítima relatou que foi rendida pelo assaltante
enquanto passava por Abadiânia, que fica a 36 km de Anápolis. Conforme o
relato, o jovem e um comparsa pararam o veículo, e o suspeito seguiu
com o caminhoneiro enquanto o outro fugiu em um carro.
Primeira fase
A primeira fase da operação foi realizada no último dia 22 de
fevereiro. Na ocasião, foram expedidos 82 mandados judiciais, sendo 37
de prisão preventiva, 14 de condução coercitiva, quando a pessoa é
levada para prestar depoimento, e 31 de busca e apreensão. Os alvos
foram as cidades de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Trindade,
Bela Vista, Leopoldo de Bulhões, Alexânia, Morrinhos, Campos Belos, além
do Distrito Federal.
Também foram apreendidos 15 veículos roubados e 15 armas de fogo, além
de recuperadas cargas roubadas avaliadas em mais de R$ 500 mil.
Segundo a força-tarefa, donos de supermercado, distribuidoras de
alimentos e bebidas e até postos de combustíveis pagavam 50% do valor da
carga para os criminosos. Após receberem a mercadoria, revendiam os
produtos de origem ilegal.
"O dinheiro que era conseguido pelas quadrilhas era usado para cometer
outros crimes. A quadrilha também atuava no tráfico de drogas e roubos
de carros. Então, desmanchando essa quadrilha agora, também atingimos
outros tipos de crimes", disse na época o superintendente da Polícia
Federal, Humberto Ramos.
Ainda segundo a Polícia Federal, esses criminosos agiam de duas a três
vezes por semana. "Eles não tinham outra profissão, era só essa de
crimes mesmo. Então, eles roubavam para eles, roubavam para as
quadrilhas, agiam com uma grande frequência", disse o superintendente.
Os criminosos chegavam a fazer falsas barreiras policiais, usando
coletes de fiscalização e veículos equipados com sirene e giroflex. Eles
paravam os caminhões e, caso se interessassem pela carga, anunciavam o
assalto. Segundo o superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Álvaro
Resende, os crimes aconteciam principalmente na região de Anápolis.
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