quinta-feira, 30 de agosto de 2018

OPERAÇÃO CONDONTIERI DA PF:

Nota de esclarecimento 

A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista informa que, na manhã desta quinta-feira (30), a Polícia Federal protocolou uma solicitação de documentos referentes à concorrência pública nº 001/2014, na qual a empresa-consórcio Vitória da Conquista Rotativo (Zona Azul) sagrou-se vencedora, prestando serviços ao município desde a gestão passada.

A operação denominada “Condontieri”, realizada pela Polícia Federal em cinco municípios baianos, tem por objetivo investigar os processos relativos a crimes eleitorais cometidos em 2016 por um então candidato, eleito vereador, não tendo assim nenhuma ligação com o Executivo Municipal.

A Prefeitura manifesta apoio e colaboração com o trabalho da Polícia Federal e se coloca à disposição caso haja necessidade de alguma informação.

Secom, 30 de agosto de 2018.
 
NOTA DESTE BLOG: 
A Operação da PF nada tem a ver com a atual administração. Trata-se de crimes eleitorais praticados nas eleições de 2016. O vereador acusado na operação foi afastado pela Mesa da Câmara, por Ordem Judicial e alguns blogues já atribuem o nome do vereador afastado, o que não faremos até que as autoridades divulguem quem é ou são os envolvidos.
Não concordamos com tais segredos que acabam vazando e prejudicam o trabalho da imprensa, além de confundirem a opinião pública. Dar nomes aos bois é um imperativo, principalmente quando se inicia o processo eleitoral.
 

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ESPANHA PÓS FRANCO

Agora sem Franco, que o Vale dos Caídos se torne um lugar de ressurreição

João Arias - Colaboração de Carlos Albán González

A Espanha decidiu retirar os restos mortais do ditador daquele monumento, onde ficarão apenas as vítimas dos dois lados da guerra civil, todos irmãos

Vista geral do monumento Vale dos Caídos, de onde serão retirados os restos mortais do ditador Francisco Franco  EFE
Vista geral do monumento Vale dos Caídos, de onde serão retirados os restos mortais do ditador Francisco Francorn
Nunca me agradou aquele mausoléu gigantesco erguido para um ditador insignificante em tudo, menos na crueldade, nos expurgos políticos, nas torturas e na sede de poder. O Vale dos Caídos sempre me aterrorizou. Lembrava-me a Igreja pré-conciliar, aquela que abençoava ditadores como o Caudilho, quase canonizando os totalitarismos, enquanto se esquecia de abençoar os que lutaram e morreram pela liberdade.
Agora permanecerão no monumento apenas os restos mortais das vítimas dos dois lados, todos irmãos, que se viram envolvidos em uma guerra incivil com mais de um milhão de mortos, que os jovens de hoje não entendem nem querem para si. Que esse mausoléu se torne o símbolo vivo de um povo ressuscitado e unido contra todas as barbaridades do passado.
Não é verdade que todas as igrejas e cemitérios da História eram lugares tristes e lúgubres. As pequenas e silenciosas igrejas romanas dos primórdios do cristianismo, por exemplo, respiram mais ressurreição do que morte. Os primeiros cristãos, escondidos nas catacumbas de Roma, não gostavam da imagem do crucificado. Jesus era retratado naquelas paredes úmidas como os símbolos do Bom Pastor ou da Última Ceia, com os apóstolos comendo e bebendo a seu lado. O cristianismo primitivo, que a Espanha franquista parecia ignorar, estava encravado na alegria da ressurreição, símbolo da vida, mais do que na crucificação que evocava o tipo de morte infligida pelos romanos aos criminosos.
Façamos, pois, do Vale dos Caídos, liberto dos restos do ditador que optou pela violência e não pela paz, um lugar onde, hoje, pequenos e grandes podem se encontrar para celebrar a vida e a liberdade. Lembro-me de que, em 1964, quando Franco ainda era vivo, as ruas de Madri ostentavam cartazes que comemoravam “25 anos de paz”. Foram, no entanto, 25 anos da vitória da guerra civil. Eu estava em Madri, voltando da Itália. Convidaram-me para entregar o prêmio de melhor toureiro do ano a Viti concedido por La Peña El 7. Durante o jantar de gala, comentei sobre os cartazes. Falei que era preciso saber se eles tinham sido “25 anos de paz e não de ordem”.
Na saída, esperavam-me dois policiais. Queriam saber a que me referi quando disse aquilo. Tentei explicar que “enquanto a ordem se impõe com a força, a paz deve ser conquistada em liberdade”. Acrescentei, torcendo para que colasse, que era uma frase de Aristóteles. Não entenderam, mas o filósofo grego deve tê-los tranquilizado. Naqueles tempos de censura, tínhamos de aguçar o cérebro para dizer sem dizer e até mentir para defender a verdade.
Hoje, a Espanha vive anos de liberdade, onde ninguém impõe ordens fascistas. Seus jovens líderes são filhos da paz conquistada com a chegada da democracia. É a Espanha da ressurreição, a de todos. Que o Vale dos Caídos, liberto da presença do ditador, reflita, a partir de agora, a Espanha rica de ideias e culturas diferentes que se expressam em liberdade, sem nostalgias autoritárias, como as que eram impostas com o fuzil na boca.

JEREMIAS MACÁRIO - COLUNISTA VIP:



QUE SÃO OS MAIS REFUGIADOS?
Jeremias Macário
É muito triste ver multidões desesperadas se deslocando do seu país para procurar refúgio em outro, mas o Brasil arrasado, onde tudo falta, e mais de 50 milhões vivem abaixo da linha de pobreza, não é o indicado para abrigá-los. Aqui, o cobertor já está curto demais, e a casa está desarrumada. Não está dando nem para cuidar dos seus.Sem mais espaço para se virar, o brasileiro já é um refugiado dentro do seu próprio território.
Na certa, é mais desagregação e sofrimento juntos, com mais miséria e violência.Vejo os venezuelanos ansiosos por um trabalho, não mais que os próprios brasileiros em seu país. A quem atender primeiro? A nós já são negados o direito à educação de qualidade, à saúde, à alimentação digna, ao emprego, à justiça e outros itens básicos. São refugiados tentando acudir outros refugiados. E onde fica a coerência?
 Os nossos vizinhos venezuelanos estão aflitos e se arrastam cansados em procissão pelas estradas e caminhos íngremes, pedindo passagem nas fronteiras pobres de vários países da América do Sul. Acredito que eles não têm muita ideia sobre a real situação do Brasil, mas o clamar fala mais alto quando não se tem outras opções. Se você não tem o que oferecer, não é egoísmo.
Onde estão os ricos capitalistas predadores da América do Norte e até da Europa que por anos e séculos exploraram a mão-de-obra e as riquezas dessa gente, deixando a terra em bagaços? Fizeram o mesmo na África, no Oriente e na Ásia. Hoje estão soltando foguetes ao espaço, vendendo armas para incendiar a terra e banqueteando em seus palácios.
  A elite burguesa ocidental é a maior culpada por tudo o que está acontecendo. Os imperialistas capitalistas, a começar pelos Estados Unidos, nunca admitiram o socialismo de repartição em seu quintal. Destroçaram governos legitimamente constituídos e minaram com suas forças qualquer soberania e tentativas de melhorias dos mais pobres no continente sul americano. A história não nega os fatos. Depois é só deixar que os mortos enterrem seus mortos.
  Não é somente o Brasil que está arcando com essa leva de venezuelanos famélicos, mas também o Chile, que recebeu de janeiro a julho deste ano 147 mil, quase 177 mil que entraram lá em 2017. O Peru e a Colômbia, também fazem o possível para socorrer os refugiados. É assim, eles (os ricos capitalistas) sempre interviram na política que esteve fora de seus consensos, e depois deixam que uma pobreza vá aniquilando a outra.
  Tanto nos estados de Roraima (Boa Vista e Pacaraima) como no Acre, o quadro de horror não difere muito entre venezuelanos e brasileiros. O governo federal mente quando diz que está ajudando nas áreas de saúde e recursos financeiros, depositando todo peso para os governadores que pedem fechamento das fronteiras.
Todos sabem e até concordamos que se trata de uma questão humanitária, mas como ajudar se quem está aqui também necessita de ajuda? Como um país de mais de 20 milhões de desempregados, incluindo desalentados e subempregos (bicos), pode dar trabalho para quem chega? A maioria vai viver perambulando por ai, engrossando a miséria e a violência.
  Em todo lugar do país, o estado de penúria de seus habitantes não é melhor do que no Acre e em Roraima. O governo da União é falso e hipócrita. Vira a cara para o problema, colocando o fardo para ONGs e instituições de caridade que, na falta de estrutura, simplesmente dão algum alento e colocam um mastruz na ferida para aliviar a dor.
 Vivemos há séculos no país dos absurdos e contradições consentidos, principalmente depois da patrulha do politicamente correto onde qualquer fala pode ser vista como racismo, xenofobia, homofobia, machismo e preconceito. É aquela história do fique calado porque qualquer coisa que você falar poderá ser usado contra sua pessoa no tribunal. É o medo do linchamento coletivo irracional.
  Não consigo entender como o Brasil, diante de tanta carência material, com milhões passando fome, violência por todos os lados, endividamento, saúde de morte nos corredores dos hospitais, milhões de desempregados e tantas outras mazelas, se compromete a receber refugiados, sem, ao menos recorrer às nações ricas? Pobreza mais pobreza extrema é igual a miséria.
 Como nunca deveria ter sediado uma Copa do Mundo e as Olimpíadas, o Brasil também não tem condições de receber refugiados. Aqui, estamos mais preocupados em salvar as baleias, as tartarugas e os cachorros (não que não mereçam) do que o ser humano. Aqui, só por ano morrem mais de 100 mil pessoas vítimas de acidentes de trânsito e homicídios.
 Não é o caso de ser xenófobo, mas de lógica. Não é o mesmo que tirar da boca de um para dar para o outro, ou cobrir um e deixar o outro descoberto? O cenário é cruel para ambos , mas o pior é fazer de conta que está tudo bem, que o país vai receber a todos de braços abertos e depois seja o que Deus dará, jogados pelas ruas e casebres, em abandono, como os que já vivem aqui.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

VITÓRIA DA CONQUISTA - UTILIDADE PÚBLICA. VACINE-SE JA´´A:

Campanha de vacinação contra sarampo e pólio termina na sexta (31)

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo termina nesta sexta-feira (31). Todas as crianças com idade entre um e 5 anos devem receber as doses. Este ano, a campanha começou mais cedo no município, uma forma de buscar uma maior efetividade na cobertura vacinal das duas doenças.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 4,1 milhões de crianças em todo país ainda precisam ser imunizadas. Ainda segundo a pasta, até a última sexta 924), 62% do público-alvo havia sido vacinado no Brasil. Foram aplicadas, ao todo, mais de 14 milhões de doses – cerca de 7 milhões de cada. A meta do governo federal é vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças na faixa etária estabelecida e criar uma barreira sanitária de proteção da população.
Este ano, a vacinação será feita de forma indiscriminada, o que significa que mesmo as crianças que já estão com esquema vacinal completo devem ser levadas aos postos de saúde para receber mais um reforço.
No caso da pólio, as crianças que não tomaram nenhuma dose ao longo da vida vão receber a vacina injetável e as que já tomaram uma ou mais doses devem receber a oral. Para o sarampo, todas as crianças com idade entre um ano e menores de 5 anos vão receber uma dose da tríplice viral, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

JEREMIAS MACÁRIO - COLUNISTA VIP:



AS CURIOSIDADES DO MUNDO GREGO,
SUAS FILOSOFIAS E SABEDORIAS (IV)
Jeremias Macário
O autor Indro Montanelli, de “História dos Gregos” traça aqui um perfil e curiosidades dos grandes personagens, generais, estadistas e filósofos que marcaram a civilização grega, a mais admirada de todos os tempos, entre os séculos sétimo, sexto e quinto a.C.
PÉRICLES –Sobre este estadista, o escritor afirma que a Idade de Péricles é a idade de ouro de Atenas. Era filho de Xantipo, oficial da marinha que se tornou almirante, em Salamina, e comandou a frota na vitoriosa batalha de Mícale.
  Democrata autêntico, ocupou por 40 anos os mais altos cargos, de 467 a 428 a.C. Sua família deu-lhe educação de príncipe herdeiro e foi o primeiro a introduzir o soldo no exército, para que o apelo às armas não arruinasse as famílias pobres.
Em seu tempo construiu o muro projetado pelo general Temístocles, para isolar a cidade e o porto da terra firme. Vendo nele uma fortaleza invencível, os espartanos mandaram um exército para destruí-lo, mas resistiu. Péricles quis elevar o Partenão, mas os atenienses não quiseram financiar o projeto. Então, ele resolveu construir à sua custa e colocou seu nome no frontispício.
Mesmo casado, apaixonou-se por uma mulher de nome Aspásia, que era estrangeira de costumes discutíveis, ou seja, mulher pública, mas intelectual que lutava pela emancipação feminina, criando o protótipo de “hetera”.
Dizem que, quando Péricles a conheceu, ela era amante de Sócrates. Sua alcova era também frequentada por Alcibíades, Eurípedes e Fídias. Ao notar que sua legítima esposa não era tanto virtuosa, ele ofereceu o divórcio, e transformou Aspásia em primeira dama de Atenas. Mesmo contra a lei constituída por ele mesmo, veio depois a lhe dar um filho.
A DRACMA – Por algum tempo, o sal chegou a constituir a moeda de troca. Para fazer elogio de uma mercadoria se dizia: Vale o seu sal. O contrário dos italianos, os atenienses entenderam que a única maneira de ser esperto é a de não ser. Enquanto os outros estados praticavam a desvalorização de sua moeda, Atenas deu à sua própria dracma um valor estável, tornando-a troca universal. Quando propôs a criação de um fundo comum, o presidente foi Apolo de Delfos, que dava 3% de renda a quem depositasse em suas instituições bancárias e cobrava 20% de juros a quem tomava emprestado. Assim, explodiu o boom comercial garantido pela supremacia naval, pela estabilidade da moeda e pelo sistema crediário.
ALUTA SOCIAL – Depois de instalar bancos nos templos e fazer dos deuses seus presidentes, os cidadãos de Atenas, que eram poucos, desprezavam o trabalho e o considerava humilhante à dignidade humana. O ócio era a mais nobre atividade e primeira condição para qualquer progresso espiritual e comercial.
O trabalho tornou-se monopólio das outras categorias sociais, como os metecos (estrangeiros), libertos e escravos. Ao contrário de Roma, onde o dono do escravo tinha até o direito de matá-lo, em Atenas ele gozava de certa proteção da lei. Se fugisse para o templo por ter sido castigado, ninguém podia tirar de lá. Recebiam pequenos salários e tinham liberdade de movimento e moradia. Atenas praticou a escravidão da maneira mais humana possível. Apesar do sistema capitalista, não existia milionários, a não ser Temístocles que fugiu para proteger seu dinheiro.
UM TEÓFILO QUALQUER – Na sociedade ateniense era aceito o infanticídio, regularmente praticado contra crianças defeituosas, como também em Esparta. Em Roma, as pessoas recebiam três nomes, o próprio, o da família e o da dinastia. O grego recebia um só, como Teófilo (nome do avô), como Teófilo de Címon, para distingui-lo de outros.
  Teófilo qualquer cresce ao ar livre, junto com as mulheres, brincando com os irmãos. Fica vários dias seguidos sem ver o pai, que sai pela manhã para trabalhar ou discutir política na praça. Passa mais tempo no clube e não educa, pessoalmente, o filho. Aos seis anos manda-o par uma escola particular e é levado pela mão de um “pedagogo”, um escravo. Apesar das sugestões de Platão, o estado nunca quis assumir o monopólio da educação.
Em Atenas só se considera propriamente educado quem sabe correr, lutar, lançar discos e dardo. Depois dessa formação média, Teófilo pode aprender oratória, ciência, filosofia e história, seguindo os cursos de mestres que ensinam andando nas vizinhanças, ou sentados debaixo de uma árvore.
Aos dezoito torna-se efebo e faz o serviço militar. Depois dos 21anos não é mais efebo. É “aner”, homem autorizado a constituir família. Não gosta muito de se banhar. No lugar, passa óleo e perfumes no corpo. Sócrates, muito sujo, torce o nariz. Éhospitaleiro e acha natural a mentira, como o Ulisses, seu herói, o mais descarado da história. Acha lógico acabar de matar a sabre o inimigo ferido, roubar-lhe as armas e a carteira, saquear a cidade e violentar as mulheres. Não ama a natureza e destrói plantas e animais.
UMA NICE QUALQUER – As heteras foram as únicas que conquistaram lugar na história grega, como as gheishas japonesas e as cocotes parisienses. Frinéia foi uma delas. Andava sempre coberta de véus, e duas vezes por ano tomava banho de mar completamente nua. Atenas se reuniana praia para vê-la. Clessidra foi outra famosa, e Gnatena investiu tudo na filha, a qual era emprestada por uns 10 mil reais por noite. Foram as mulheres mais cultas.
Quando cansado de filosofia, Platão ia descansar na casa de Arqueanassa. Epicuro dedicava boa parte de suas teorias sobre o prazer de Dânea e Leôncia. Sófocles teve longa intimidade com Teorides. Já idoso, o grande Míron quando viu Laís perdeu a cabeça e lhe ofereceu tudo o que tinha para que ficasse com ele à noite. Diante da recusa, pintou o cabelo e deu uma renovada completa no visual. Então, disse-lhe a bela Laís: Meu amigo, não esperes obter hoje o que ontem neguei ao teu pai. Recusou uma rica oferta do feio Demóstenes, mas entregava-se gratuitamente a Aristipo, só porque gostava da sua filosofia.
 Conta Plutarco que, quando em Mileto houve uma onda de suicídio entre as mulheres, o governo pôs fim ordenando que os corpos das vítimas fossem expostos nus diante da população.
Mas, a Nice qualquer, depois de moça, fica em casa e veste túnica de lã branca. Na combinação do casamento, deve esperar que o paiacerte o pretendente com o outro pai. Possui um dote. Os critérios para o casamento são basicamente econômicos. Setiver sorte, aos 16 se casará com um de 30 ou 40 anos. Tem obrigação à fidelidade. Caso contrário, o marido será chamado de côrno, palavra inventada pelos gregos. O marido pode ter concubina.
 Na idade heroica, por uma mulher se desencadeava uma guerra. Na civilização aquéia, ou dórica, a mulher é protagonista. Isso confirma a origem nórdica dos conquistadores. Onde dominaram, como em Esparta, ela desfruta de outra posição. Mesmo sendo capital do progresso político e cultural, Atenas foi a cidadela da reação no plano das relações familiares. Nice é uma mulher de harém. Vê raras vezes seu marido, que só volta à casa para dormir.
Sobre a história de Heródoto, de que elas comiam na cozinha e não na sala de jantar com seus maridos, dizem que as de sangue meridional tinham jurado nunca sentar-se à mesa com eles. Os conquistadoresmatavam todos os homens, esposando as viúvas.
FÍDIAS NO PARTENÃO –Mesmo com fortes objeções, Péricles convenceu o parlamento a reconstruir a Acrópole e contratou os arquitetos Ictino e Calicarte, sob a supervisão de Fídias, pintor que trabalhara no ateliê de Polignoto de Tarso, o grande mestre do início do século V a.C. que fez os afrescos de Ulisses no Inferno, o Saque de Troia e As Mulheres Troianas.
Fídias trocou o pincel pelo formão, quando em Atenas quatro escolas disputavam a primazia, a de Régio, a de Argos, a de Egina e a de Atenas. Ele se encantou com os artistas Agelada e Policleto, de Argos. Outro mestre de Fídias foi Míron, autor do famoso Discóbulo, e preferia os atletas e animais. Sua “Bezerra” era tão natural que um admirador gritou: Muge!
Dizem que Fídias tinha mania de grandeza e não era muito social. Foi incriminado por furto de ouro e marfim que lhe foram entregues para confecção de uma estátua da deusa Atena. Não soube justificar e foi condenado. O governo de Olimpia ofereceu-se para cobrir os danos de Atenas e dele encomendou a construção da estátua de Zeus. Novamente recorreu ao marfim e ao ouro. A obra foi considerada uma das sete maravilhas.
Depois de Olímpia, voltou para Atenas onde o tornaram a prender e o detiveram até a morte. Partenão, derivado de ton Parthenon, significa “das virgens”, o cubículo das sacerdotisas da deusa. Com o correr do tempo, acabou dando o nome a todo o complexo. Com Péricles, iam visitar o tempo seus amigos e alguns inimigos políticos. Sócrates levava seus discípulos Alcibíades e Platão. Iam seu ex-mestre Anaxágoras, Parmênides com seu aluno Zenão, Sofocles, Eurípedes e tantos outros, naquela pátria da filosofia de pouco mais de 200 mil habitantes e 30 a 40 mil cidadãos.

BIG BEN - COLUNISTA VIP:

O Pileque de NoéBIG BEN
Em uma das mais belas passagens do Antigo Testamento da Bíblia (Gênesis 9.21) Noé, após o dilúvio, plantou vinha e fez o vinho. Fez uso da bebida a ponto de se embriagar. Reza a bíblia que Noé gritou, tirou a roupa e desmaiou. Momentos depois seu filho Cam o encontrou “tendo à mostra as suas vergonhas”. Foi o primeiro relato que se tem conhecimento de um caso de embriaguez. Michelangelo, famoso pintor renascentista (1475-1564), se inspirou nesse episódio para pintar um belíssimo afresco no teto da Capela Sistina, no Vaticano. Nota-se, assim, que não apenas o uso de álcool, mas também a sua embriaguez, são aspectos que acompanham a humanidade desde seus primórdios.

Por que é tão difícil dizer não às drogas? Por um simples motivo, todas elas exercem o encanto da fada madrinha, do conto da gata borralheira. Ou seja, sob o feitiço o escravo torna-se senhor, o medíocre torna-se virtuoso, o mortal torna-se imortal, o feio torna-se belo, o pobre torna-se rico, o nervoso torna-se calmo, o acanhado torna-se exibicionista. Enfim, o morto torna-se vivo. Só que como no conto da gata borralheira, o encanto não dura para sempre e, de repente, tudo volta a ser como antes. Nesse caso, o feitiço não volta contra a feiticeira. Muito pelo contrário, a feiticeira torna-se cada vez mais poderosa, mas em compensação o enfeitiçado torna-se cada vez mais dependente. Eis a fórmula da decadência humana!

Sinto muito em dizer isso, mas o seu "livro da vida" não passa de um  mero enredo construído pelo "Grande Escritor", o seu cérebro. Então, o que fazer? Posso tentar ajudá-lo? Como toda criatura viva, o cérebro precisa de aprendizado e adestramento. Portanto, é preciso tomar muito cuidado com o que você irá dar para ele se entreter. Outra coisa importante: o cérebro gosta de navegar em águas desconhecidas, ainda não mapeadas. É louco por enigmas e experimentações. É aqui que mora o perigo! A droga dá uma "injeção de vida" nele, como os cogumelos do Super Mário. Ou seja, ela faz você "renascer mil vezes"!

No meu entendimento, as drogas não são do bem nem do mal. Fazem parte da vida, do mundo invisível, do mundo da fantasia, do mundo da utopia, de um mundo perdido há muito tempo. Para os nossos antepassados, as drogas tinham uma finalidade única: entrar no mundo mágico. Não são as drogas que matam, mas sim o conjunto da obra! O viciado não é apenas viciado, ele também é um ser mal nutrido, mal amado, mal tratado, mal diagnosticado, mal curado, maltrapilho.

Se você percebeu que o seu cérebro, o seu "Poderoso Chefão", está jogando contra você, está pensando só em suprir suas necessidades levianas, não está fazendo uso da razão e nem da emoção... Chegou a hora de você pedir ajuda! Não tente enfrentá-lo despido de convicção, de fé, de coragem, de medicamentos. Enfim, despido de "ferramentas do bem". Muitos já tentaram, poucos conseguiram! Antes de concluir, lembre-se: "Se o feitiço durar para sempre, não é encantamento, é alucinação."

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

NANDO DA COSTA LIMA - COLUNISTA VIP:



COSME, DAMIÃO E GUIÓ
Nando da Costa Lima
            O caruru de Cosme e Damião na casa de Dona Maria era tradicional, tinha mais de quarenta anos! Guió cresceu ajudando Dona Maria a preparar o caruru de Cosme.Ela veio morar na casa do “Dotô” ainda nova. O caruru era uma de suas festas preferidas: foi num dia de Cosme e Damião que ela conheceu Juarez, com quem casou e teve filhos e netos. Depois que ele partiu, ela se sentiu tão só que o jeito foi procurar apoio numa igreja. Esta, como sempre, a acolheu muito bem. E Guió se tornou uma irmã fervorosa, tão fervorosa que até o caruru de Cosme e Damião se tornou um ato de desrespeito ao senhor. Quando Dona Maria anunciou que dia 27 de setembro, dia dos santos meninos estava chegando, Guió começou a resmungar: “O pastor nem pode saber disso”. Mas, mesmo contrariada, devido ao respeito pela patroa, ela não teve como deixar de ajudar a mexer o caruru e o vatapá. A cada mexida que dava saía um resmungo. Dona Ilda e Vivi chegaram a avisar: “Guió, Guió, cê num brinca com Cosme”. Mas o pessoal da igreja falou que esse negócio de dar comida pra santo era coisa de candomblé. Até adorar imagem é pecado, imagina dar comida. Pastor Josebaldo tinha razão. Onde já se viu santo de barro comer?.
            No caruru tudo correu bem, as pessoas de costume estavam todas presentes, a mesa da meninada da granja foi servida assim que serviram os donos da festa (Cosme e Damião). Era uma comemoração aberta a todos, tudo correu como manda o ritual. Só Guió que passou a festa toda resmungando, só sossegou quando tudo acabou e ela pode ir embora. Quando chegou em casa só pensava em cair na cama, o dia todo tinha sido muito puxado e no outro dia cedo tinha culto. Mesmo cansada, ainda leu um trecho da bíblia pra aliviar-se da culpa de ter participado da festa, o pastor não podia nem sonhar com aquilo... E foi quando ela adormeceu que as coisas começaram a acontecer... Ela sonhou que estava num casarão enorme, com portas e janelas imensas. No sonho, ela começou a entrar em pânico por não achar a saída. Apareceu uma miniatura de criança, parecia uma boneca. Na hora que ela se aproximou, a menina ficou maior que ela e tentou morde-la. Guió correu pra um dos inúmeros quartos, lá encontrou duas senhoras vestidas de preto que se dispuseram a leva-la até a saída, só que em vez disso a levaram para outro quarto onde tinha dois meninos robustos e um porrete escorado na parede. Um dos meninos ameaçou pegar o porrete, o outro disse que nela a surra tinha que ser de mão.Foi porrada a noite toda, com tudo que é tipo de tapa e pontapé. No outro dia Guió nem pôde ir pra igreja, acordou toda quebrada, dava pra ver os hematomas. Quem via não acreditava.Pra todos que ela contava o sonho e a história do caruru, vinha logo a afirmativa: “Isto foi coisa de Cosme”. Até “cumade” Guilé, que não é muito chegada nessas coisas, achou que tinha sido coisa de Cosme. Só o pastor discordou dessa história de santo dando surra em gente.Achou um absurdo, o cúmulo da heresia. Falou pra Guió que ela deve ter se machucado durante uma crise de sonambulismo, isso acontece muito! Ficou até de explicar melhor no culto no outro dia, mas só ficou... Segundo sua mulher, ele teve um sonho muito esquisito, tão esquisito que ia ter que ficar no mínimo um mês sem aparecer na igreja. Aí Guió, lá do fundo da igreja, lembrou-se do sonho e falou baixinho pra uma irmã de fé que estava ao lado: “Cosme deve ter usado aquele porrete que tava no canto do quarto pra bater no pastor”.