CAI PRODUÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
NO ENSINO FUNDAMENTAL E UNIVERSITÁRIO
Jeremias Macário
No Brasil, por incompetência e guiados pelos
vícios de seguir a lei simplista do menor esforço, os governos tentam resolver
os problemas crônicos da sociedade através de decretos e portarias, como
acontecem, principalmente, nas áreas da educação e da segurança pública, sem
dar o devido suporte estruturante.
É uma forma demagógica
encontrada para enganar, agradar e ludibriar os brasileiros, a maioria inculta
que engole tudo que vem de cima para baixo, sem antes refletir. Com
legislações, códigos e estatutos modernosdão a impressão de que estão
combatendo o problema na raiz, mas é tudo uma deslavada mentira.
Caso típico das medidas
de inclusão escolar para as crianças e adolescentes com algum tipo de
deficiência mental ou física, sem antes criar a devida estrutura nas escolas
com profissionais especializados para receber e lidar com os alunos que
necessitam de ajuda diferenciada dos outros. Os pais acreditaram e o resultado
para a maioria foi frustrante por não ver seus filhos evoluírem como deveriam.
O próprio censo da educação básica de 2016
constatou que a participação de estudantes com deficiência cai a cada ano. “A
sensação é de estar em uma ribanceira. Meu filho foi indo e, de repente, jogado
ladeira abaixo. E não havia ninguém lá esperando por ele”. É o desabafo da mãe
de um garoto com Síndrome Down, quando ela decidiu tirar o filho do 9º ano da
escola tradicional.
Apesar dos esforços de inclusão, a verdade é
que os estudantes com deficiência têm avançado em menor proporção na escada do
sistema educacional. O estudo mostrou que no ensino fundamental, 3% têm alguma
deficiência física ou intelectual, caindo para 0,9% no ensino médio. No ensino
superior, o índice baixa para 0,5%. A legislação diz, no entanto, que devem ter
o direito de concluir todas as etapas.
De acordo com relatos tristes de pais, seus
filhos têm sido usados mais como “cobaias” porque os próprios professores
confessam que não têm preparo para ensinar essas pessoas que precisam de
acompanhamentos especializados. Como em todos os outros setores da vida, os
governos brasileiros aprenderam a tocar gente como gado.
Se no
fundamental não existe estrutura adequada, no médio a situação ainda é mais
complicada. Por falta de formação de docentes, metodologia de ensino e
infraestrutura, muitos alunos terminam deixando a escola. Mesmo sem condições
estruturais, foi implantado nos início dos anos 2000, a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, obrigando as redes
educacionais matricular alunos com deficiência em salas regulares.
Para quem sofre de paralisia cerebral, a
batalha da adaptação ainda é mais complicada. Muitas mães tentam o colégio
regular, mas terminam retornando para um especial depois dos resultados
negativos. Não tem gente para segurar nas mãos das crianças ou dar comida na
boca. Na maioria dos casos, os professores não sabem ensinar para esse tipo
específico de aluno.
Outro problema grave é a deficiente
acessibilidade existente nas unidades escolares públicas. Os escassos
investimentos do Ministério da Educação neste setor não atende a grande
demanda. E assim, os governos vão empurrando o problema e enganando à população
de que o Brasil dispõe de um programa e uma boa legislação de inclusão escolar
do deficiente.
Na capital baiana, as universidades estaduais
são praticamente desprovidas de profissionais para atender alunos com
deficiência visual, auditiva, intelectual, com transtorno de espectro autista e
de aprendizagem. No interior, o quadro já é bem melhor na Universidade Estadual
de Feira de Santana e nos campus de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga,
na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb.
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