CRATERAS NAS ESTRADAS DA CHAPADA
Jeremias Macário
Quem sai de Vitória da Conquista em direção
a Andaraí, cortando a Chapada Diamantina para pegar a BR-242, passando por
Tanhaçu, Ituaçu, Barra da Estiva e Mucugê, tem o prazer e o privilégio de
curtir belas paisagens, lavouras de horticulturas, café, os morangos e um clima
ameno, mas, ultimamente, passa tormento e se irrita com as crateras abertas nas
estradas. Elas são um teste para cardíacos e provas de resistência física.
A viagem que exige
muita paciência, preparo psicológico e muita atenção para evitar acidentes e
não ter o veículo quebrado, começa logo depois de Anagé pela BA-142 e continua
depois de Mucugê, principalmente na subida para Andaraí. Diria que é cruel como
comentei com uns amigos artistas que também enfrentaram as buraqueiras para
chegar à Nova Redenção onde foi realizado semana passada o Festival de Música.
As queixas e os protestos foram gerais, e
muitos resolveram retornar por outro roteiro, mesmo percorrendo distâncias bem
maiores. Decepção maior teve quem veio de cidades do norte de Minas Gerais que
ficou horrorizado com o que viu. Se é sofrido para quem mora naquela região e é
obrigado a transitar todos os dias entre estas cidades, para pessoas de fora, a
situação é mais que vergonhosa para o Governo do Estado que gasta milhões em
propagandas e não conserta as estradas.
O pior é que se trata de um trecho turístico
de cerca de 200 quilômetros em estado lamentável a partir da entrada para
Tanhaçu, logo depois de Anagé, até boa parte depois de Mucugê. Dizer que está
intransitável é pouco porque tem locais que são verdadeiras “panelas”, e os
motoristas têm que fazer ziguezagues para se livrarem das enormes crateras
lunares.
A parte mais crítica começa a partir do
povoado de Suçuarana, em Tanhaçu, e vai até Ituaçu. De lá até o entroncamento
de Ibicoara, o motorista tem que continuar atento porque se acelerar um pouco,volta
e meia se depara diante das crateras. É uma viagem cansativa e perigosa de
cerca de quatro horas, num trajeto que poderia ser feito em pouco mais de duas
horas.
Além das buraqueiras, existem trechos em que
o mato, o capim alto e árvores invadiram as pistas e a sinalização sumiu no
matagal. Próximo a Andaraí, e de lá para chegar até a BR-242 (Bahia-Brasília),
as árvores estão baixas, podres e quase sempre estão caindo na pista. Esse
quadro já perdura há quase um ano, e o Governo do Estado não toma nenhuma
providência, nem para fazer uma simples operação de tapa-buracos.
Os donos de vans do
transporte alternativo que fazem linha para Vitória da Conquista têm que sair
bem mais cedo de suas cidades para chegar nos horários marcados pelos
passageiros que têm seus compromissos marcados, principalmente de exames
médicos. Eles lamentam os prejuízos devido ao constante desgaste em seus
veículos. Outro problema são os animais nas pistas. O cidadão paga impostos,
IPVA caro, é multado se os documentos não estiverem regulares, mas o direito de
boas estradas os gatos e os ratos comeram.
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