Polícia de SP prende terceiro suspeito de participação no roubo de 720 quilos de ouro
SÃO
PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de São Paulo prendeu o
terceiro suspeito de participação no roubo de cerca de 720 quilos de
ouro no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), registrado na última
quinta (25).
O
mais novo suspeito foi autuado em flagrante, na madrugada desta
segunda-feira (29), por posse de munição de calibre de uso restrito. Com
ele, a polícia apreendeu um carregador de fuzil com 31 projéteis
calibre .762.
Segundo
as investigações, o terceiro suspeito teria oferecido apoio logístico
para o transbordo do ouro até os veículos usados pela quadrilha. A
polícia não informou onde a prisão foi realizada.
Dois
suspeitos já estão presos. Um deles é o aeroviário Peterson Patrício,
33, preso na noite do último sábado (27). Ele é funcionário do terminal
de cargas do aeroporto e alegou, horas depois do crime, ter sido
obrigado pelos criminosos a ajudar no roubo após ser mantido refém,
junto da família desde o dia anterior.
O
funcionário mora na travessa Nem Ouro Nem Prata, no Jardim da
Conquista, zona leste da capital onde teria funcionado um dos
cativeiros.
O
outro suspeito preso, Peterson Brasil, também é funcionário do
aeroporto. A Justiça determinou a prisão dele no começo da noite deste
domingo (28). O suspeito já estava detido no Deic (Departamento Estadual
de Investigações Criminais).
Ambas as prisões são temporárias e foram determinadas pela Justiça de São Paulo a pedido dos policiais.
Nas
imagens registradas no momento do roubo, captadas pelo sistema de
segurança do aeroporto, Patrício é o primeiro a aparecer descendo de uma
caminhonete clonada da Polícia Federal.
É
ele também quem indica aos outros integrantes da quadrilha o local
exato onde estavam os malotes de ouro cujo valor supera R$ 120 milhões
e chega a carregar com as mãos peças que estavam soltas em um
contêiner.
Até
agora nenhum grama do ouro foi recuperado. Os investigadores estimam
que a quadrilha tenha gasto cerca de R$ 1 milhão para levar a cabo o
roubo.
Segundo
a reportagem apurou, as suspeitas começaram a recair sobre o
funcionário após uma série de contradições na versão contada por ele.
Após admitir o crime, ele apontou o colega como comparsa.
Desde
o início das investigações, uma das principais linhas seguidas pela
polícia era tentar descobrir qual teria sido o funcionário do aeroporto
(ou da empresa de transporte de valores) responsável pelo vazamento de
informações privilegiadas.
A
polícia tinha certeza de que havia esse colaborador (ou colaboradores),
porque os bandidos não tinham como obter tantos detalhes precisos sobre
a carga, como o dia e horário que estaria ali.
A
polícia só não sabia que era o próprio Patrício essa pessoa quem
estaria ajudando a quadrilha, até porque, segundo os colegas, era um
funcionário exemplar.
De
acordo com o delegado João Carlos Miguel Hueb, o aeroviário trabalhava
havia sete anos no aeroporto de Guarulhos e nunca apresentou nenhum
problema que pudesse levantar suspeitas.
Conforme
reportagem da Folha de S.Paulo, a cúpula da Polícia Civil considera
muito difícil reaver o ouro roubado na quinta isso não muda com a
prisão desses suspeitos agora.
Isso
porque o material é facilmente derretido e vendido no mercado sem
deixar indício de ser produto de crime. Os policiais acreditam que a
quadrilha pudesse ter até mesmo um comprador do ouro antes de executar o
plano.
A
Polícia Civil também aguarda para esta segunda informações sobre os
donos do ouro. Até o final de semana, segundo a reportagem apurou, a
polícia tinha recebido parte delas sabia apenas serem integrantes de um
grupo de investidores.
De acordo com o registro policial, todo o ouro estava dividido em 31 malotes.
Vinte
e quatro deles, pesando 565,5 quilos e avaliados em U$ 24,4 milhões,
tinham como destino final o aeroporto JFK em Nova York.
Os
outros sete malotes, pesando 153,4 quilos e avaliados em U$ 4,8
milhões, tinham como local de desembarque o aeroporto YYZ, no Canadá.
O
roubo que levou a prisão do aeroviário ocorreu na tarde da última
quinta (25) quando criminosos disfarçados de policiais federais entraram
no terminal de cargas. Com ajuda de um empilhadeira, eles colocaram a
carga de ouro em um caminhonete e fugiram.
Os
carros clonados da Polícia Federal forma abandonados minutos depois em
um terreno na zona leste, na região do Jardim Pantanal.
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