sexta-feira, 19 de julho de 2019

CREDENCIAIS PARA EMBAIXADOR:


“MINHA TIA TOCA VIOLINO”
Ricardo De Benedict is
Estávamos em Salvador, no final dos anos 1970, em um bar de Brotas que ficava na esquina da rua Frederico Costa, com um grupo de amigos que ali se reunia para bebericar algumas cervejas, aos sábados.
Entre eles, Ernesto Marques (professor), Carlos Uzel (bancário), Horacio Matos Neto (deputado), José Leão (dentista), Jorge Chaloube (comerciante), Gaguinho (segurança), entre outros. 
Entre um gole e outro, falávamos de assuntos os mais variados e jogávamos ‘pauzinhos’, com 3 palitos de fósforo para cada participante, ficando o último colocado na aposta com o ônus da cerveja bebida pelo grupo. Na relação descrita, a conta chega a 6, contando comigo, uma vez que o Gaguinho não bebia nem apostava. Comia muito e bebia coca-cola, cujo lanche era rateado pelo grupo.
Numa manhã de sábado, enquanto esperávamos a feijoada de dona Alice, mãe de Ernesto, jogávamos animados quando, de repente, chegou um cidadão e nos interrompeu, perguntando:  - Desculpem amigos... É que eu estou procurando dona Mariquinha, que mora nesta rua e o número da casa não existe. Já subi e desci a rua, mas não acho o endereço, algum dos senhores poderia informar onde ela mora? Ficamos todos paralisados por segundos, tempo em que, Uzel se adiantou e perguntou ao cidadão: - Por favor, amigo, o senhor pode repetir o nome da pessoa que procura? E o senhor repetiu: - dona Mariquinha, môço. Imediatamente, Uzel adiantou-se até a porta do bar, seguido pelo cidadão e disparou, apontando para o outro lado da rua: -  Vê aquela casa na esquina, com uma janela aberta? O homem balançou a cabeça, afirmativamente. E Uzel arrematou:
 - Pois bem, ali mora a dona Mariquinha. Ela é minha tia e toca violino!
O homem agradeceu e foi embora...
O relato que faço, tem a ver com a intenção do presidente Bolsonaro de indicar seu filho Eduardo, para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Instado pela mídia a explicar-se quanto a sua competência técnica para assumir cargo tão relevante, ele disse algumas pérolas. Entre elas, que havia enfrentado muito frio no Canadá, que conhece bem os Estados Unidos e, por último, que fritou muitos amburgueres por lá. Tais frases remetem à piada de um fato verdadeiro que relatei para os amigos, apenas no sentido de que, os Bolsonaro têm uma ‘tia nos States, que também toca violino’. Ora bolas.
Pra que melhor credencial?

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