O último romântico
BIG BEN
Estava condenado ao castigo eterno por ser um
amante incondicional da sensibilidade humana, das fantasias utópicas dos
sonhadores, das aspirações idealistas dos libertadores , enfim, da arte
que buscava incessantemente capturar a rara beleza das musas do olimpo.
Sua
alma intrépida não temia o perigo, as grandes desgraças, as grandes
tragédias, os grandes dias de aflição sempre foram uma constante em sua
vida. Sabia que era um Titã, que sua existência não era obra do acaso,
que a sua missão era guiada sob a batuta magistral do "Maestro Maior".
Apaixonado
pela verdade transcendental e pensamentos profundos, livres de amarras,
não conseguiu sorver o ar denso, pesado e artificial da "ditadura da
estupidez e da mediocridade". Foi incapaz de lidar com o previsível e o
vulgar, típico da natureza comum dos homens. Sempre no limite entre a
esperança e a desilusão, a audácia e a imprudência, as maravilhas do
amor e o coração partido, viveu intensamente todas as suas glórias,
fracassos e, acima de tudo, paixões. Por isso sofreu tanto, amou tanto,
odiou tanto, ousou tanto, lutou tanto, suportou tanto, provocou tanto,
arriscou tanto, abusou tanto, sucumbiu tanto e renasceu tanto.
Como
um louco, aventurou-se na penumbra sombria da consciência, no
horripilante submundo das alucinações, nas trevas tempestuosas da
solidão, no inferno de espíritos perturbados, desvalidos e infelizes de
toda espécie. Chegou a ponto de quase perder a fé em Deus, perder a
magia, perder todo o encanto. Parece que loucura e genialidade se amam
e, como almas gêmeas, sempre se encontram, cedo ou tarde.
A sua
imaginação delirante, que germinava dentro do seu peito indomável, foi a
grande responsável pelo seu incontestável e retumbante êxito. Basta! Dá
para falar que Ludwig Van Beethoven não foi genial? Só mesmo Deus,
poderia dar à Terra e para toda a raça humana, presente tão divino.
Artistas fazem arte, mas gênios fazem uma revolução!
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