O Comitê de Representação Civil e Institucional, composto por representantes de importantes entidades do Município para a discussão de assuntos pertinentes à pandemia do coronavírus, realizou reunião na tarde desta quinta-feira (16). O objetivo foi discutir a pressão hospitalar provocada pela vinda de pacientes de todas as regiões da Bahia e do norte de Minas Gerais para Vitória da Conquista, mesmo quando nos municípios de origem dos pacientes há vagas disponíveis. O Boletim do dia 15 de julho mostrou que houve aumento abrupto da ocupação de leitos clínicos para 67% e de UTI para 88%. Já nesta quinta (16), a ocupação de leitos de UTI chegou a 96%, com 66% de pacientes de outros municípios e apenas 30% de Vitória da Conquista.
Após a análise dos dados estatísticos referentes às taxas de contaminação e de ocupação de leitos por munícipes de Vitória da Conquista, contatou-se que os números do município estão controlados e abaixo de outras cidades da Bahia de menor porte. Segundo o coordenador do Comitê de Crise, Kairan Rocha, apesar do aumento da pressão hospitalar, o município de Vitória da Conquista tem realizado todos os esforços para continuar mantendo as menores taxas entre as grandes cidades do Estado. “Estatisticamente, a cidade não apresenta avanço significativo nos índices de infecção, transmissão, prevalência e mortalidade da doença, considerando a reabertura de setores do comércio. A abertura gradual tem sido feita em ampla discussão com todas as entidades e embasada em estatística e estudos sérios”, relata.
O chefe do gabinete civil, Marcos Ferreira, reitera que a Prefeitura rejeita, para este momento, qualquer hipótese de retroceder com o programa de reabertura das atividades comerciais. “É injustificável ver que o Governo do Estado, sem apontar um critério técnico, tenha encaminhado pacientes de cidades como: Eunápolis, Porto Seguro e Teixeira de Freitas mesmo tendo hospital que apresenta vagas em UTI. Não podemos penalizar Vitória da Conquista com o fechamento de seguimentos importantes da sua economia, já que a cidade tem conseguido cumprir seu papel no combate à doença”, declara Ferreira.
Representantes da Defensoria Pública do Estado da Bahia e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), respectivamente, José Raimundo Campos e Joana Rocha, relataram tentativas de comunicação com o Governo do Estado, com pedidos de esclarecimentos acerca dos critérios para esta regulação, mas nenhuma resposta foi dada. “Já protocolamos diversos pedidos e agora entraremos com um novo ofício para saber o posicionamento do Governo do Estado em relação a esse problema”, salienta José Raimundo.
À medida em que a pressão hospitalar aumenta sobre os leitos de Vitória da Conquista, ocasionada pela vinda de pacientes de fora, a Prefeitura aumenta o esforço para ampliar a estrutura de saúde do Município. Nos últimos dias, foram entregues pelo Ministério da Saúde 15 respiradores, após solicitação do Prefeito em audiência realizada em Brasília; Na última quarta-feira (15), a Prefeitura anunciou a contratação de mais 20 leitos clínicos para o tratamento da Covid-19 junto ao Hospital São Vicente e a secretária de Saúde, Ramona Cerqueira, informou ainda que nesta sexta-feira (17), o Centro de Atenção Municipal – Covid-19 passa a funcionar 24h para aumentar a capacidade de atendimento. Além disso, ela também disse que as unidades de saúde ampliaram seu horário de funcionamento para garantir à população acesso de segunda à sábado, nos três turnos.
Participaram da reunião, além dos representantes da Prefeitura Municipal, o Ministério Público Estadual, Sinjorba, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública, OAB, CDL, Conselho Consultivo, Câmara de Vereadores, SindhSudoeste, Abracon, representante das academias de ginástica, Acivic, Movimento Pró-Conquista. Após algumas semanas sem enviar representação, o Conselho Municipal de Saúde retirou sua participação do Comitê.
Nenhum comentário:
Postar um comentário