PM: capitão acusado de chefiar narcomilícia pode julgar policiais acusados de crimes
O capitão da PM Leonardo Magalhães Gomes da Silva é o principal alvo da operação
Para
a Polícia Militar do Rio, o capitão Leonardo Magalhães Gomes da Silva,
acusado de chefiar a uma milícia que também explora o tráfico de drogas
na Zona Oeste do Rio, é capacitado para julgar PMs acusados de crimes. O
nome de Silva integra uma lista — elaborada pela corporação — de
oficiais "considerados aptos para compor o Conselho de Justiça", órgão
formado por quatro juízes militares e o juiz titular da Auditoria
Militar, responsáveies por julgar militares estaduais. A relação foi
encaminhada por e-mail ao Tribunal de Justiça do Rio no último dia 26. O
capitão está preso após se entregar, na noite desta quinta-feira, na
Delegacia de Homicídios (DH).
A cada trimestre, a PM envia ao TJ uma relação de oficiais considerados capazes de desempenhar a função. Na última quarta-feira, o EXTRA revelou que outro oficial acusado de um crime estava na lista: o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que responde na Justiça pelo homicídio de Claudia Silva Ferreira, arrastada por uma viatura da PM por 350 metros na Zona Norte do Rio, em 2014.
Após a publicação da reportagem, a PM refez a lista e tirou o nome de Boaventura. Em e-mail enviado à Auditoria Militar nesta quinta-feira, Luciano Carvalho de Souza, chefe da Diretoria Geral de Pessoal (DGP) da PM, alegou que a listagem anterior "foi confeccionada com erro". O nome do capitão Leonardo Silva, entretanto, segue na nova listagem.
Os oficiais que vão integrar o colegiado são escolhidos por um sorteio feito com os nomes da lista. Segundo a Auditoria Militar, Boaventura e Silva não foram sorteados para fazer parte do conselho no terceiro trimestre.
Gestor de contratos
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o capitão Leonardo Silva chefiava uma milícia responsável por uma série de homicídios em Vargem Grande e Vargem Pequena. Ele também é acusado de pagar propina a policiais para que comparsas não fossem presos. Na PM, entretanto, o oficial ocupava um cargo importante, responsável por fiscalizar gastos da corporação: até duas semanas antes de ser preso, Silva era gestor de contratos da Diretoria de Transporte (DT) da corporação. Sua atribuição era supervisionar contratos das oficinas mecânicas credenciadas pela PM para a manutenção de viaturas.
O oficial também tinha como atribuição punir administrativamente empresas fornecedoras que não cumpriam os contratos assinados com a corporação. No início de junho, por exemplo, Silva foi nomeado como responsável por apurar o descumprimento do contrato da empresa que fornece alimentos para os batalhões por atraso na entrega dos produtos. O oficial batia ponto no Quartel General da PM.
Silva chegou a ser elogiado por seus superiores: em dezembro do ano passado, o diretor de Transporte da PM, tenente-coronel Thiago Fernando Sardinha, defendeu a permanência do capitão no órgão diante de um pedido para que o oficial fosse transferido: "importante sua permanência na DT para continuar a missão que vem desenvolvendo satisfatoriamente".
Silva foi transferido da DT para a DGP — considerada a "geladeira" da corporação — duas semanas antes de sua prisão. Procurada para justificar a escolha do nome do capitão para a lista enviada ao TJ, a corporação alegou que "oficial, assim como outros 231 capitães, fazia parte da listagem que passaria por um sorteio na Auditoria de Justiça Militar de onde seriam escolhidos seis nomes para compor um Conselho de Justiça". De acordo com a nota enviada pela PM, "após esse sorteio, os oficiais selecionados são avaliados sobre a pertinência ou não de efetivamente comporem um conselho julgador".
Após se entregar, Silva se recusou a prestar depoimento e foi levado durante a madrugada para o Batalhão Prisonal da Polícia Militar, no Fonseca, em Niterói. Além do capitão, foi preso outro PM: o cabo Fernando Mendes Alves, o Biro, apontado como o número dois da hierarquia do bando.
A cada trimestre, a PM envia ao TJ uma relação de oficiais considerados capazes de desempenhar a função. Na última quarta-feira, o EXTRA revelou que outro oficial acusado de um crime estava na lista: o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que responde na Justiça pelo homicídio de Claudia Silva Ferreira, arrastada por uma viatura da PM por 350 metros na Zona Norte do Rio, em 2014.
Após a publicação da reportagem, a PM refez a lista e tirou o nome de Boaventura. Em e-mail enviado à Auditoria Militar nesta quinta-feira, Luciano Carvalho de Souza, chefe da Diretoria Geral de Pessoal (DGP) da PM, alegou que a listagem anterior "foi confeccionada com erro". O nome do capitão Leonardo Silva, entretanto, segue na nova listagem.
Os oficiais que vão integrar o colegiado são escolhidos por um sorteio feito com os nomes da lista. Segundo a Auditoria Militar, Boaventura e Silva não foram sorteados para fazer parte do conselho no terceiro trimestre.
Gestor de contratos
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o capitão Leonardo Silva chefiava uma milícia responsável por uma série de homicídios em Vargem Grande e Vargem Pequena. Ele também é acusado de pagar propina a policiais para que comparsas não fossem presos. Na PM, entretanto, o oficial ocupava um cargo importante, responsável por fiscalizar gastos da corporação: até duas semanas antes de ser preso, Silva era gestor de contratos da Diretoria de Transporte (DT) da corporação. Sua atribuição era supervisionar contratos das oficinas mecânicas credenciadas pela PM para a manutenção de viaturas.
O oficial também tinha como atribuição punir administrativamente empresas fornecedoras que não cumpriam os contratos assinados com a corporação. No início de junho, por exemplo, Silva foi nomeado como responsável por apurar o descumprimento do contrato da empresa que fornece alimentos para os batalhões por atraso na entrega dos produtos. O oficial batia ponto no Quartel General da PM.
Silva chegou a ser elogiado por seus superiores: em dezembro do ano passado, o diretor de Transporte da PM, tenente-coronel Thiago Fernando Sardinha, defendeu a permanência do capitão no órgão diante de um pedido para que o oficial fosse transferido: "importante sua permanência na DT para continuar a missão que vem desenvolvendo satisfatoriamente".
Silva foi transferido da DT para a DGP — considerada a "geladeira" da corporação — duas semanas antes de sua prisão. Procurada para justificar a escolha do nome do capitão para a lista enviada ao TJ, a corporação alegou que "oficial, assim como outros 231 capitães, fazia parte da listagem que passaria por um sorteio na Auditoria de Justiça Militar de onde seriam escolhidos seis nomes para compor um Conselho de Justiça". De acordo com a nota enviada pela PM, "após esse sorteio, os oficiais selecionados são avaliados sobre a pertinência ou não de efetivamente comporem um conselho julgador".
Após se entregar, Silva se recusou a prestar depoimento e foi levado durante a madrugada para o Batalhão Prisonal da Polícia Militar, no Fonseca, em Niterói. Além do capitão, foi preso outro PM: o cabo Fernando Mendes Alves, o Biro, apontado como o número dois da hierarquia do bando.
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