segunda-feira, 16 de agosto de 2021

MORRE DUDA MENDONÇA:

 

 

Morre aos 77 anos em São Paulo o publicitário Duda Mendonça

RIO — O publicitário Duda Mendonça morreu nesta segunda-feira aos 77 anos. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, há dois meses e foi vítima de um câncer no cérebro, segundo informou o colunista Lauro Jardim.

Mendonça foi um dos marqueteiros políticos mais importantes do país. Ele fez a campanha do ex-presidente Lula em 2002, quando o petista foi eleito à Presidência. É dele o slogan que impulsionou a candidatura de Lula naquele ano e é usada até hoje em acenos do petista ao centro: "Lulinha, Paz e Amor".

Publicitário de origem, Duda Mendonça abriu a agência DM9 em 1975, em Salvador. Sua estreia no marketing de político, no entanto, aconteceria 10 anos depois, em 1985, ao trabalhar na campanha que elegeu Mario Kertez à prefeitura da capital baiana.

Sete anos depois, foi o marqueteiro de Paulo Maluf, que pela primeira vez se elegeria prefeito de São Paulo por via direta. Na lista de clientes de Duda também estão Ciro Gomes e Marta Suplicy.

Duda também foi personagem fundamental da CPI dos Correios, a do mensalão. Em, agosto de 2005, deu um depoimento explosivo aos senadores, admitindo que recebera pagamentos do PT numa conta no exterior, via caixa 2. A partir dali, terminaria sua relação com o PT. Já internado, segundo Lauro Jardim, Duda recebeu uma visita de Lula, que estava no Sírio para um check up. Foi a primeira vez que se viram em mais de uma década sem se falar.

O publicitário também foi investigado na operação Lava-Jato e assinou, em 2017, um acordo de delação premiada.

Em nota, Lula lamentou a morte de Duda, a quem chamou de "gênio da comunicação política":

"Duda Mendonça foi um gênio da comunicação política. O seu trabalho na campanha de 2002 já está na história como uma das campanhas mais bonitas e sensíveis da nossa história. Em um momento em que o Brasil sofria com uma crise aguda, racionamento de energia e miséria, Duda Mendonça produziu filmes e mensagens de muita sensibilidade, de que a esperança venceria o medo. Aos seus familiares e amigos, meus sentimentos".

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, por sua vez, chamou o publicitário de amigo e disse que esteve sempre presente e solidário "nos momentos mais duros e difíceis que passamos juntos".

"Um dia de tristeza e dor pela morte meu amigo Duda Mendonca sempre presente e solidário nos momentos mais duros e difíceis que passamos juntos. Publicitário genial criativo inovador um dos maiores do nosso Brasil responsável pela campanha na TV e rádio que sabia fazer como ninguém vitoriosa de Lula em 2002 mas principalmente amigo e companheiro Deixo aqui meu abraço de conforto a sua esposa Aline Lucas e demais filhos e filhas", disse Dirceu.

O marqueteiro João Santana disse, em nota, que a morte do colega é uma "perda irreparável". Ambos trabalharam para o PT.

“É uma perda irreparável. Duda foi um divisor de águas no marketing político brasileiro. Para nossa área, teve o mesmo significado de Boni para a TV brasileira: criador de estilo e renovador de linguagens. Todos nós devemos muito a ele", disse Santana.

Pelas redes, petistas lamentaram a morte de Duda. O governador da Bahia, Rui Costa, descreveu o marqueteiro como "publicitário que teve o seu talento reconhecido no Brasil e no mundo". O deputado federal Paulo Teixeira o chamou de "grande publicitário".

Nosso objetivo é criar um lugar seguro e atraente onde usuários possam se conectar uns com os outros baseados em interesses e paixões. Para melhorar a experiência de participantes da comunidade, estamos suspendendo temporariamente os comentários de artigos

Morre aos 77 anos o publicitário Duda Mendonça, que comandou a campanha de Lula em 2002

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Conhecido por comandar campanhas políticas vitoriosas, o publicitário Duda Mendonça morreu em São Paulo aos 77 anos. A informação foi confirmada ao UOL por pessoas próximas ao publicitário.

A causa da morte ainda não foi informada. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo, desde junho.

Essa era a segunda vez este ano que o publicitário passava pelo Sírio. Por enquanto, o hospital não confirma a morte do publicitário por recomendação da família, que desde a internação proibiu a divulgação de boletins médicos.

Duda ganhou fama nos anos 1990, quando repaginou a imagem de Paulo Maluf (PP) e o levou a uma campanha vitoriosa à Prefeitura de São Paulo. Mas é conhecido principalmente por ter comandado a primeira campanha eleitoral à Presidência da República vencida por Lula (PT), em 2002.

Mas Duda também fez história em campanhas com Ciro Gomes (PDT), no Ceará, Miguel Arraes, em Pernambuco, e até do ex-primeiro-ministro de Portugal, Pedro Santana Lopes.

Além de ter levado Lula ao Planalto adotando o mote "Lulinha paz e amor", Duda já havia ajudado a eleger Celso Pitta, do grupo de Maluf, nos anos 1990.

Ele trabalhou nas campanhas ao Senado de Marta Suplicy (MDB) e Lindberg Farias (PT).

Em 2014, fracassou na coordenação das campanhas de Delcídio do Amaral (PT) ao governo de Mato Grosso e de Paulo Skaf (MDB) ao governo de São Paulo, que o levou mais uma vez a ser alvo de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal.

O marqueteiro foi delatado por executivos da Odebrecht, sendo acusado de receber pagamentos do trabalho ao emedebista por meio de caixa 2. Meses depois também se tornou delator, tendo sua colaboração homologada pelo Supremo Tribunal Federal em junho.

Duda virou um dos personagens principais do mensalão, em 2005, quando apareceu sem avisar em uma CPI em andamento e admitiu ter recebido ilegalmente do PT dinheiro da campanha de 2002, tendo feito parte do esquema de caixa 2 da legenda. Sete anos depois, ele foi absolvido pelo Supremo.

Em entrevista à Folha em 2018, indagado sobre se é possível fazer campanha sem caixa 2, Duda disse que acha "que sim, sobretudo para os que trabalham de forma correta. Acrescentamos os impostos nos custos e dormimos em paz".

Apesar dos envolvimentos nos escândalos, o maior arrependimento que Duda diz ter na carreira não tem a ver com isso.

"O maior arrependimento é quando ajudamos a eleger alguém e depois ficamos desencantados com ele. Chegamos a uma conclusão frustrante: Deus nos deu um dom e verificamos que ajudamos a eleger a pessoa errada", disse, sem citar nomes. "Não é correto dar os nomes das pessoas. Não há quem nunca erre."

Nenhum comentário:

Postar um comentário