Renê
Pereira divide o paradesporto com a atuação como médico em Salvador (Miriam Jeske / CPB)
O projeto
de ganhar uma medalha paralímpica começou para Renê Pereira em 2011. Ou
seja, quis o destino que o sonho fosse concretizado exatamente 10 anos
depois, já que os Jogos Paralímpicos
de Tóquio foram adiados de 2020 para 2021.
Apenas uma
ideia da luta que esse médico baiano, nascido em Itapetinga, no
Sudoeste do estado, teve que passar. O bronze conquistado em Tóquio está
na história: foi a primeira medalha individual
do remo paralímpico brasileiro.
Para a
Bahia, ela tem outra importância, talvez ainda maior. Na noite de sábado
(28), manhã de domingo no Japão, Renê Pereira conquistou a primeira
medalha do estado na Paralimpíada de Tóquio.
Foi na prova de 2 mil metros, categoria skiff simples PR1M1x.
“Estou muito feliz
com a prova de hoje. É uma sensação indescritível. Me sinto merecedor
por todos os esforços que empenhei em prol dessa medalha. Foi difícil,
passei períodos difíceis, mas sabia
que com luta e dedicação era possível”, disse em vídeo gravado para o
Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Renê
começou a sua vida no esporte adaptado em 2008, na natação. Dois anos
antes, o jovem médico descobriu que tinha um abcesso na medula. O
problema tirou-lhe o movimento das pernas. Mais
tarde, ele faria residência em ortopedia.
Em 2008,
incentivado pela amiga baiana Verônica Mauadie Almeida, bronze nos 50
metros borboleta classe S7 nos Jogos Paralímpicos de Pequim, Renê Campos
Pereira decidiu também perseguir uma
medalha. Mas trocou de modalidade: em 2011, descobriu que o remo
adaptado era o seu esporte.
O objetivo
era chegar aos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Dois anos
antes, ele já era o número um do ranking brasileiro e conseguiu a vaga
na Paralimpíada. O atleta do clube
São Salvador, na Ribeira, chegou à final e ficou em sexto lugar.
O projeto se
estendeu para 2020, quando simbolicamente disputaria os Jogos aos 40
anos. O adiamento do torneio não foi o único 'perrengue': Renê contraiu
covid-19 em outubro.
Como
médico, monitorou o próprio quadro clínico torcendo para que não tivesse
sequelas que o impedissem de estar na melhor forma física para a
Paralimpíada.
Forma que
já estaria possivelmente comprometida pelo fato de Renê ter passado 2020
treinando em casa, com simuladores de remo. Por conta da pandemia, os
treinos no Parque de Pituaçu foram
suspensos.
Desde
janeiro, Renê mudou-se para uma casa no Litoral Norte, ficando longe da
esposa e dos dois filhos. Tudo porque lá poderia treinar numa lagoa e,
enfim, ter contato do remo com a água,
a oito meses da Paralimpíada.
Em 2021,
aos 41 anos, chegaria, enfim, a medalha. Renê completou os 2 mil metros
em 10min03s54. O ouro ficou com o ucraniano Roman Polianskyi
(9min48s78), campeão também no Rio. A prata,
assim como em 2016, ficou com o australiano Eric Horrie (10min00s82).
No
Instagram, Renê Pereira fez um post emocionado: “Sou medalhista
Paralímpico! Foram muitas abdicações, dedicação que percebi ter valido a
pena. Trabalho de 5 anos resumido em 10 minutos.
A ficha aos poucos está caindo”, escreveu.
E quando
se fala de luta, não é para menos. Renê estava em quarto lugar na prova
até os 1,5 mil metros, atrás do espanhol Javier Reja Muñoz. A
ultrapassagem foi realmente no último quarto
da disputa.
“A vitória veio da
melhor forma possível! De modo que dedico a todos que acreditaram e que
emanaram boas vibrações. Dedico à minha família, minha equipe de apoio.
Não tenho nem como descrever o que
é poder ser medalhista paralimpico. Em breve, retornarei ao meu país”,
disse emocionado em vídeo.
O retorno
ao Brasil não será apenas para a glória como atleta. Renê divide o
paradesporto com a atuação como médico em Salvador e cidades da Região
Metropolitana. Também retornará à esposa
e os dois filhos, que por conta da pandemia não puderam estar em
Tóquio.
Por 55 votos a 10, Senado confirma recondução de Aras à PGR
RENATO MACHADO E WASHINGTON LUIZ
BRASÍLIA, DF
(FOLHAPRESS) - O plenário do Senado aprovou na noite desta terça-feira
(24) a recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, para
um novo período de dois anos à frente da PGR (Procuradoria-Geral da
República).
A recondução de Aras foi aprovada por 55 votos a favor
e 10 contrários, além de uma abstenção. Eram necessários ao menos 41
votos, o que corresponde à maioria absoluta do Senado, que tem 81
parlamentares.
A votação no plenário se deu pouco mais de duas
horas após a aprovação pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A
recondução de Aras havia passado na comissão, com 21 votos a favor e
seis contrários.
A recondução de Aras acontece em um momento de
crise entre os Poderes, principalmente por causa dos ataques do
presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal. No entanto, o
procurador-geral da República não enfrentou dificuldades, seja durante a
sabatina ou nas duas votações do dia.
Mesmo
senadores de oposição se manifestaram favoravelmente à recondução. Um
dos motivos é que Aras atuou contra a Operação Lava Jato, que havia
levado à prisão figuras importantes da oposição, como o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a sua sabatina, o procurador-geral criticou duramente a operação.
"O
modelo das forças-tarefas com pessoalização culminou em uma série de
irregularidades que vieram a público, tais como os episódios revelados
na Vaza Jato, a frustrada gestão de vultosas quantias arrecadadas em
acordos de colaborações e em acordos de leniência, por meio de fundos
não previstos em lei", afirmou na sabatina na CCJ.
Aras também
defendeu a sua gestão, afirmando que em nenhum momento se omitiu ou
deixou de investigar. Por outro lado, disse que prezou por não
"criminalizar a política" e que a instituição atuou dentro dos limites
da lei, o que teve como consequência o fato de que nenhuma decisão
acabou revertida pelo STF ou pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
"A
explicação para isso é que não houve vazamento seletivo, não houve
investigação seletiva, não houve denúncia seletiva, não houve forjação
de provas. O que há é o cuidado permanente para não criminalizar a
política, não judicializar a política, não prejudicar o desenvolvimento
das empresas, embora mantendo fiscalização através dos seus órgãos
competentes", afirmou.
Sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, lembrou casos de condenações que depois foram revertidas e os
réus, exonerados de culpa.
"É o cuidado em garantir a cada cidadão
seus direitos e garantias fundamentais para que as condenações não
ocorram de forma tão irresponsável que possa alguém, supostamente
inocente, passar anos na cadeia, para, depois, em um momento seguinte,
ser exonerado de toda e qualquer responsabilidade", afirmou.
Aras
também rebateu as críticas de omissão, em particular frente aos ataques
do presidente Jair Bolsonaro contra as instituições. Disse que não cabe a
ele ser um comentarista político e nem mesmo um "censor" de
autoridades. E defendeu sua atuação mais discreta.
"Acredito que a
eficiência na atuação do PGR não deve ser mensurada por proselitismos
ideológicos, operações policiais espetaculosas ou embates na arena
política. E assim pautei minha atuação na discrição, no diálogo e na
compreensão de que cabe ao PGR ficar adstrito ao discurso jurídico,
manifestando-se nos autos, conduzindo investigações com rigor técnico,
cumprindo a lei, que assim o determina", afirmou.
O
procurador-geral, no entanto, voltou a ser cobrado por sua proximidade
com o Palácio do Planalto. Rebateu estudo que aponta que a posição da
PGR coincide na maior parte dos casos com a da Advogacia-Geral da União.
E disse que nem mesmo a busca por ser reconduzido comprometeu a sua
independência.
"Quem quer ser reconduzido não faz tantas
manifestações contrárias [ao governo]. Mas não são contrárias. São
divergentes das manifestações de governo", afirmou, em seguida
acrescentando que negou habeas corpus ao senador Flávio Bolsonaro
(Patriota-RJ), no caso das rachadinhas.
"Eu me manifestei duas
vezes contra habeas corpus do senador Flávio Bolsonaro, que não está
aqui presente. Todos os dois mereceram pareceres contrários, que eu
assinei. Não foram colegas [que assinaram]", completou.
Aras
também atacou diversas vezes a imprensa. Disse que parte da imprensa
"abraça um jornalismo descomprometido com a credibilidade das fontes e
descuidado em conferir a veracidade das premissas de fatos". Em outro
momento, disse que a imprensa leva a "equívocos danosos".
Durante a
sabatina, senadores questionaram Aras se ele dará prosseguimento aos
indícios de irregularidades que deverão constar no relatório final da
CPI da Covid, a ser enviado ainda neste ano à Procuradoria-Geral da
República.
Aras evitou responder ou emitir opinião sobre os
trabalhos da comissão. Disse apenas que vai se manifestar nos autos,
quando o relatório for entregue, e que atuará em respeito à legislação.
"Eu
ratifico o meu compromisso com esta Casa de bem cumprir a Constituição e
as leis do meu país. E assim o farei quando receber o relatório da CPI
da Covid", respondeu.
Aras também afirmou que havia "ameaças
reais" a ministros do Supremo Tribunal Federal. A afirmação aconteceu ao
ser questionado sobre sua posição a respeito da prisão de aliados de
Bolsonaro, em particular o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) e o
presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
"O grande
problema, no caso concreto, é que nos manifestam os contra prisões
inicialmente, porque a liberdade de expressão, segundo doutrina
constitucional e jurisprudência do próprio Supremo, é controlada a
posteriori, ou seja, primeiro o indivíduo", afirmou.
"No momento
posterior da prisão, tanto do Daniel Silveira, quanto do Roberto
Jefferson, houve ameaças reais aos Ministros do Supremo, de maneira que,
se, em um primeiro momento, a liberdade de expressão era o bem jurídico
constitucional tutelado mais poderoso que existe dentro da nossa
Constituição, num segundo momento, já se abandonou a ideia da liberdade
de expressão para configurar uma grave ameaça", completou.
Bolsonaro
oficializou a indicação de Aras em julho deste ano. Assim como em 2019,
o presidente ignorou a lista tríplice divulgada após eleição interna da
ANPR (Associação Nacional de Procuradores da República).
O
primeiro mandato do PGR foi marcado por polêmicas em razão de
declarações que ele fez sobre a Lava Jato, o que o levou a ser apontado
como responsável pelo desmonte da investigação.
No ano passado, as
críticas contra o PGR se intensificaram em razão de apurações que não
tiveram andamento, parte delas referentes à omissão do governo federal
no combate à Covid-19.
A Procuradoria-Geral da República é
obrigada a se manifestar na maioria dos ações que chegam ao STF,
independentemente de quem é o autor do processo. Nesses casos, o
procurador-geral se manifestou algumas vezes contra a atuação do
Executivo.
Em raros momentos, Aras conseguiu aplacar parte das
críticas ao promover uma ofensiva contra a parcela da militância
bolsonarista que mobilizou manifestações que pediam o fechamento do
Congresso e do Supremo.
O procurador-geral pediu abertura de
inquérito para investigar os responsáveis pelos atos antidemocráticos e
desencadeou, com autorização de Moraes, relator do caso, operação
policial contra o núcleo da estrutura organizacional do Aliança pelo
Brasil, partido que Bolsonaro tenta criar.
Em um segundo momento,
no entanto, após não se entender acerca da apuração com a PF, que
defendia o aprofundamento, a PGR pediu o arquivamento perante o STF e o
envio de alguns casos para a primeira instância.
Senadores
governistas aproveitaram a sabatina de Aras para cobrar o agendamento do
processo referente à indicação de André Mendonça, para uma vaga no
Supremo Tribunal Federal. A tramitação da indicação de Mendonça, no
entanto, deve entrar em um estado de espera, por causa das recentes
declarações de Bolsonaro contra o Supremo e a protocolação do pedido de
abertura do processo de impeachment contra o ministro Alexandre de
Moraes.
"A vacância do cargo de um único ministro acarreta
prejuízo de considerável monta à Corte, tendo em vista que os processos
se acumulam e outros têm que ser redistribuídos em razão da urgência e
importância das demandas", afirmou o líder do governo no Senado,
Fernando Bezerra (MDB-PE), que em seguida pediu o agendamento da
sabatina.
Telmário Mota (Pros-RR) pediu ao presidente da CCJ que
não transforme a indicação de Mendonça em um "calvário". A bancada do PL
também divulgou nota indicando apoio pela aprovação da indicação de
André Mendonça para o Supremo.
Em entrevista coletiva, Pacheco
lembrou que já encaminhou a indicação do ex-advogado-geral da União para
o colegiado e que não irá interferir na tramitação.
"Agora fica a
cargo do presidente da comissão a organização de sua pauta, o
estabelecimento do esforço concentrado, porque é preciso ter a presença
física dos senadores para votarem nessas indicações [...] A Comissão de
Constituição e Justiça é uma instituição que tem a sua autonomia, tem o
seu regramento e obviamente que cabe ao presidente da CCJ essas
definições. Não seria nem elegante da minha parte interferir, como
presidente do Senado, no trabalho de uma comissão", disse.
O
presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores em frente ao Palácio da
Alvorada nesta terça-feira (24) esperar que Mendonça seja sabatinado. "A
gente espera que ele seja sabatinado e ocupe uma cadeira lá", afirmou.
Ele repetiu que Mendonça se comprometeu em fazer uma oração por semana
durante as sessões do Supremo.
Durante o evento Expert XP, a
ministra da Segov (Secretaria de Governo) também cobrou que o Senado
paute a sabatina de André Mendonça ao STF. "É fundamental também que
isso seja pautado", disse.
Na semana passada, Bolsonaro vetou integralmente o fundão eleitoral de quase seis bilhões de reais.
Agora cabe ao Congresso manter ou derrubar o veto do presidente.
Esperamos
que os legisladores tenham um mínimo de bom senso e mantenham o veto.
Muitos deputados federais falam com frequência sobre falta de dinheiro
para resolver este ou aquele problema. Será que falta dinheiro ou boa
vontade? Por que não pensam duas vezes antes de aumentar a verba para
financiar campanhas políticas?
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Seguiremos acompnhando este e outros temas importantes para que possamos nos manter mobilizados.
A CitizenGO é uma comunidade de cidadãos ativos que trabalha
para garantir que a vida humana, a família e as nossas liberdades sejam
respeitadas em todo o mundo. Os membros da CitizenGO estão espalhados
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Professor foi alvo de tentativa de assassinato no domingo, mas arma do criminoso falhou
O rapaz, um ex-aluno, tento disparar três vezes seguidas sem que a vítima sequer percebesse
Crime teria sido motivado por desavença em sala de aula em 2018
Um professor foi salvo pela sorte após ser alvo de uma tentativa de assassinato em um bar em Guaratinga, sul da Bahia, no último domingo (15). A arma do criminoso, um ex-aluno, falhou três vezes consecutivas e ele fugiu do local.
Imagens
da câmera de segurança do estabelecimento mostram o momento em que o
rapaz se aproxima pelas costas do homem, que estava com a noiva em uma
mesa. O criminoso tenta o disparo, mas a arma falha. Ele repete o
movimento outras duas vezes, antes de sair correndo.
Nem
o homem e nem sua noiva sequer notaram a ação. O casal só ficou sabendo
do ocorrido porque uma pessoa em uma mesa próxima relatou os fatos após
a fuga do criminoso.
A vítima e sua noiva prestaram depoimento na delegacia de Guaratinga na última segunda-feira (16). A polícia investiga o caso.
Desentendimento de 2018 teria motivado crime
Segundo
informações do SBT, o criminoso é menor de idade e foi aluno da vítima,
com quem teria se desentendido em 2018. Na ocasião, o jovem teria se
revoltado com a reclamação do professor sobre o mau cheiro de suas
axilas em sala de aula.
A
emissora afirmou que a mãe do então aluno chegou a registrar boletim de
ocorrência contra o educador naquele momento, o que teria facilitado a
identificação do criminoso.
Vitória da Conquista poderá sediar Batalhão de Infantaria do Exército
Secretaria de Comunicação Prefeitura de Vitória da Conquista <secom@pmvc.ba.gov.br>
Cco:mrbenedictis@yahoo.com.br
qua., 18 de ago. às 18:57
Na manhã desta quarta-feira (18),
a prefeita Sheila Lemos recebeu, em seu gabinete o chefe de instrução do Tiro
de Guerra 06-006, 1º Sargento Paulo Robinson Ferreira Ben. No encontro, o
militar informou à gestora que há uma possibilidade de Vitória da Conquista se
tornar a sede de um batalhão de infantaria do Exército.
O 1º Sargento Robinson disse que
ele conheceu o projeto de criação do batalhão em recente encontro com o Chefe
de Relações Públicas da 6ª Região em Salvador, Coronel Marco Antônio. O
comandante do Tiro de Guerra informou que há uma necessidade por ser uma cidade
de porte médio que atende outras regiões do Estado da Bahia. “Nesta região não
tem quartel, só os tiros de guerra próximos. A terceira maior cidade do Estado,
inclusive tem as demandas da Operação Pipa. Tem uma região grande aqui, no
norte de Minas Gerais e parte também do Espírito Santo, que não tem o quartel
do exército”. Será agendada uma reunião da prefeita com o Coronel Marco Antônio
para levantar o interesse da comunidade local e das lideranças, principalmente
políticas, para colocar em execução o projeto que já está pronto.
Também foram solicitadas
melhorias na estrutura do Tiro de Guerra e houve a entrega de um exemplar da
revista do Comando Militar do Nordeste, a pedido do Comandante Gen Marco
Antônio. De acordo com o 1º Sargento Robinson, o encontro foi positivo. “Prefeita
educada e carismática. Conseguimos colocar algumas demandas. Agradeço a
cordialidade e a recepção da prefeita mais uma vez, por ter esse carinho com o
Tiro de Guerra”.
A prefeita Sheila Lemos
demonstrou entusiasmo com a possibilidade de Vitória da Conquista ter um
Batalhão de Infantaria. Para ela, há a necessidade porque “o município está
numa localização estratégica, abrangendo várias regiões do Estado”. Na ocasião,
a gestora também apresentou a dificuldade que ocorre devido à diminuição de
carros pipa, mantidos pelo Exército, que abastecem com água potável regiões
atingidas pela seca. “Temos uma zona rural extensa que está sofrendo com a
seca. Estamos solicitando ao exército mais carros pipa”. Em relação às demandas
apresentadas na área do Tiro de Guerra, informou que seriam encaminhadas para
que possam ser atendidas.
Também participaram do encontro a
assessora Especial da Prefeita, e o Cabo Reservista, Alessandro
Santos Cardoso.
Morre aos 77 anos em São Paulo o publicitário Duda Mendonça
RIO
— O publicitário Duda Mendonça morreu nesta segunda-feira aos 77 anos.
Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, há dois
meses e foi vítima de um câncer no cérebro, segundo informou o colunista
Lauro Jardim.
Mendonça foi um dos marqueteiros políticos mais
importantes do país. Ele fez a campanha do ex-presidente Lula em 2002,
quando o petista foi eleito à Presidência. É dele o slogan que
impulsionou a candidatura de Lula naquele ano e é usada até hoje em
acenos do petista ao centro: "Lulinha, Paz e Amor".
Publicitário
de origem, Duda Mendonça abriu a agência DM9 em 1975, em Salvador. Sua
estreia no marketing de político, no entanto, aconteceria 10 anos
depois, em 1985, ao trabalhar na campanha que elegeu Mario Kertez à
prefeitura da capital baiana.
Sete anos depois, foi o marqueteiro
de Paulo Maluf, que pela primeira vez se elegeria prefeito de São Paulo
por via direta. Na lista de clientes de Duda também estão Ciro Gomes e
Marta Suplicy.
Duda
também foi personagem fundamental da CPI dos Correios, a do mensalão.
Em, agosto de 2005, deu um depoimento explosivo aos senadores, admitindo
que recebera pagamentos do PT numa conta no exterior, via caixa 2. A
partir dali, terminaria sua relação com o PT. Já internado, segundo
Lauro Jardim, Duda recebeu uma visita de Lula, que estava no Sírio para
um check up. Foi a primeira vez que se viram em mais de uma década sem
se falar.
O publicitário também foi investigado na operação Lava-Jato e assinou, em 2017, um acordo de delação premiada.
Em nota, Lula lamentou a morte de Duda, a quem chamou de "gênio da comunicação política":
"Duda
Mendonça foi um gênio da comunicação política. O seu trabalho na
campanha de 2002 já está na história como uma das campanhas mais bonitas
e sensíveis da nossa história. Em um momento em que o Brasil sofria com
uma crise aguda, racionamento de energia e miséria, Duda Mendonça
produziu filmes e mensagens de muita sensibilidade, de que a esperança
venceria o medo. Aos seus familiares e amigos, meus sentimentos".
O
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, por sua vez, chamou o
publicitário de amigo e disse que esteve sempre presente e solidário
"nos momentos mais duros e difíceis que passamos juntos".
"Um dia
de tristeza e dor pela morte meu amigo Duda Mendonca sempre presente e
solidário nos momentos mais duros e difíceis que passamos juntos.
Publicitário genial criativo inovador um dos maiores do nosso Brasil
responsável pela campanha na TV e rádio que sabia fazer como ninguém
vitoriosa de Lula em 2002 mas principalmente amigo e companheiro Deixo
aqui meu abraço de conforto a sua esposa Aline Lucas e demais filhos e
filhas", disse Dirceu.
O marqueteiro João Santana disse, em nota, que a morte do colega é uma "perda irreparável". Ambos trabalharam para o PT.
“É
uma perda irreparável. Duda foi um divisor de águas no marketing
político brasileiro. Para nossa área, teve o mesmo significado de Boni
para a TV brasileira: criador de estilo e renovador de linguagens. Todos
nós devemos muito a ele", disse Santana.
Pelas redes, petistas
lamentaram a morte de Duda. O governador da Bahia, Rui Costa, descreveu o
marqueteiro como "publicitário que teve o seu talento reconhecido no
Brasil e no mundo". O deputado federal Paulo Teixeira o chamou de
"grande publicitário".
Nosso
objetivo é criar um lugar seguro e atraente onde usuários possam se
conectar uns com os outros baseados em interesses e paixões. Para
melhorar a experiência de participantes da comunidade, estamos
suspendendo temporariamente os comentários de artigos
Morre aos 77 anos o publicitário Duda Mendonça, que comandou a campanha de Lula em 2002
WANDERLEY PREITE SOBRINHO
SÃO
PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Conhecido por comandar campanhas políticas
vitoriosas, o publicitário Duda Mendonça morreu em São Paulo aos 77
anos. A informação foi confirmada ao UOL por pessoas próximas ao
publicitário.
A causa da morte ainda não foi informada. Ele estava
internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo,
desde junho.
Essa era a segunda vez este ano que o publicitário
passava pelo Sírio. Por enquanto, o hospital não confirma a morte do
publicitário por recomendação da família, que desde a internação proibiu
a divulgação de boletins médicos.
Duda ganhou fama nos anos 1990,
quando repaginou a imagem de Paulo Maluf (PP) e o levou a uma campanha
vitoriosa à Prefeitura de São Paulo. Mas é conhecido principalmente por
ter comandado a primeira campanha eleitoral à Presidência da República
vencida por Lula (PT), em 2002.
Mas
Duda também fez história em campanhas com Ciro Gomes (PDT), no Ceará,
Miguel Arraes, em Pernambuco, e até do ex-primeiro-ministro de Portugal,
Pedro Santana Lopes.
Além de ter levado Lula ao Planalto adotando
o mote "Lulinha paz e amor", Duda já havia ajudado a eleger Celso
Pitta, do grupo de Maluf, nos anos 1990.
Ele trabalhou nas campanhas ao Senado de Marta Suplicy (MDB) e Lindberg Farias (PT).
Em
2014, fracassou na coordenação das campanhas de Delcídio do Amaral (PT)
ao governo de Mato Grosso e de Paulo Skaf (MDB) ao governo de São
Paulo, que o levou mais uma vez a ser alvo de investigações do
Ministério Público e da Polícia Federal.
O marqueteiro foi
delatado por executivos da Odebrecht, sendo acusado de receber
pagamentos do trabalho ao emedebista por meio de caixa 2. Meses depois
também se tornou delator, tendo sua colaboração homologada pelo Supremo
Tribunal Federal em junho.
Duda virou um dos personagens
principais do mensalão, em 2005, quando apareceu sem avisar em uma CPI
em andamento e admitiu ter recebido ilegalmente do PT dinheiro da
campanha de 2002, tendo feito parte do esquema de caixa 2 da legenda.
Sete anos depois, ele foi absolvido pelo Supremo.
Em entrevista à
Folha em 2018, indagado sobre se é possível fazer campanha sem caixa 2,
Duda disse que acha "que sim, sobretudo para os que trabalham de forma
correta. Acrescentamos os impostos nos custos e dormimos em paz".
Apesar dos envolvimentos nos escândalos, o maior arrependimento que Duda diz ter na carreira não tem a ver com isso.
"O
maior arrependimento é quando ajudamos a eleger alguém e depois ficamos
desencantados com ele. Chegamos a uma conclusão frustrante: Deus nos
deu um dom e verificamos que ajudamos a eleger a pessoa errada", disse,
sem citar nomes. "Não é correto dar os nomes das pessoas. Não há quem
nunca erre."
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou, até as 17 horas
deste domingo (15), dois novos casos de Covid-19, totalizando 34.450
desde o início da pandemia. Destes, 33.702 estão recuperados, 600
evoluíram para óbito e 148 estão em recuperação, sendo 18 internados e
130 em tratamento domiciliar.
Outros 949 casos suspeitos aguardam classificação final.
Foram registrados três óbitos de moradores do município por complicações da Covid-19.
598º óbito – Mulher de 34 anos, moradora do bairro Primavera.
Internada no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) no dia 7 de
agosto, onde faleceu na sexta-feira (13).
599º óbito – Homem, 53 anos, morador do bairro Primavera, sem
comorbidades. Internado no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC)
desde o dia 17 de julho. Veio a óbito ontem (14).
600º óbito – Mulher de 84 anos, moradora do bairro Brasil, com doença
neurológica crônica e hipertensão arterial. Internada no Hospital Geral
de Vitória da Conquista (HGVC) em 23 de julho, onde faleceu ontem (14).
Ocupação de leitos – Neste momento, 41 pacientes estão internados em
parte dos 128 leitos disponíveis pelo SUS para pacientes com Covid-19 no
município, representando 25,9 % de ocupação de leitos clínicos e 37,1 %
de UTI.
Além de pacientes de Vitória da Conquista, também estão internados
moradores dos seguintes municípios: Barra do Choça, Bom Jesus da Serra,
Brumado, Caculé, Caturama, Carinhanha, Condeúba, Guanambi, Ibiassucê,
Ibicuí, Iguaí, Itambé, Jacaraci, Jussiape, Malhada, Planalto, Presidente
Jânio Quadros, Sebastião Laranjeiras, Tanhaçu e Tremedal.
Notificação – A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza um canal
on-line para notificação de casos suspeitos, o Notifica Covid-19, para
que o cidadão possa fazer o seu autocadastro para monitoramento. As
linhas do Call Center, que funciona de 8h às 18h, também estão
disponíveis para tirar dúvidas da população sobre a Covid-19 e atender
pessoas que apresentem sintomas suspeitos.
Barros culpa CPI por atraso de vacinas, senadores reagem, e sessão é encerrada
RENATO MACHADO E JULIA CHAIB
BRASÍLIA,
DF (FOLHAPRESS) - Em uma sessão tumultuada e marcada por bate-bocas, o
líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR),
culpou a CPI da Covid pelo atraso na compra de vacinas, dando início a
uma discussão que terminou no encerramento antecipado de seu depoimento.
O
presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que Barros será
chamado para prestar novo depoimento à comissão. A próxima participação
do deputado, no entanto, será na condição de convocado e não mais como
convidado --quando a presença não é obrigatória.
"A diferença é
que os convidados são as pessoas que a gente respeita. Convocados são
aqueles que perderam o respeito", disse Aziz, de maneira exaltada, após a
sessão.
A discussão foi apenas mais uma em uma sessão marcada por
debates acalorados. Ao contrário de depoentes anteriores, Barros
ingressou com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para ser ouvido
pelo colegiado. Dizia querer encerrar a "narrativa" que o ligava a
irregularidades no processo de compra da vacina indiana Covaxin.
O
grupo majoritário que comanda a CPI resistia a agendar o depoimento.
Oficialmente, os senadores afirmavam que não era o momento adequado para
ouvi-lo. Queriam mais evidências para então evitar que o deputado
usasse a comissão como palanque.
Em depoimento à CPI, o deputado
Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que levou as suspeitas de irregularidades a
Bolsonaro e ouviu do presidente que seria "mais um rolo" de Barros.
As
suspeitas envolvendo a Covaxin começaram após o jornal Folha de S.Paulo
revelar o depoimento do servidor Luis Ricardo Miranda ao Ministério
Público Federal. Ele relatou ter recebido "pressão atípica" para liberar
a importação da vacina indiana.
O contrato acabou cancelado
definitivamente após o surgimento de outros indícios de irregularidades.
Bolsonaro jamais comentou as declarações de Luis Miranda.
Em seu
depoimento, Barros minimizou a menção ao seu nome por parte de
Bolsonaro, afirmando que o chefe do Executivo não afirmou e sim
questionou a participação dele no processo.
Além disso, Barros diz
que o presidente só o citou porque foi provocado ao ver uma foto numa
reportagem levada por Miranda a respeito de ação contra a empresa
Global, que tem os mesmos sócios da Precisa, que intermediou o contrato
de compra da Covaxin com o Ministério da Saúde.
"Finalmente vem
aqui o Luis Miranda, faz um teatro aqui e fala que o presidente falou
meu nome. Claro, ele, Luis Miranda, levou ao presidente a minha
fotografia numa matéria do caso Global e, provavelmente, é a esse fato
que o presidente se referiu", afirmou Barros.
"Por que citou Ricardo Barros? Porque eles levaram a minha fotografia para o presidente. É óbvio isso."
Neste
momento, houve um grande tumulto no plenário da CPI. O relator, Renan
Calheiros (MDB-AL), pediu para que o vídeo do depoimento de Miranda na
comissão fosse repetido várias vezes, provocando protestos dos senadores
governistas. O tumulto fez Aziz interromper a sessão pela primeira vez.
"No
meu estado, o caboclo é sábio, muito sábio. E aquele cara que morre
pela boca é chamado de tucunaré. Devagar com o andor, porque o santo é
de barro. Não dê uma de tucunaré aqui, deputado, por favor", disse o
presidente da CPI.
Em outro embate no meio do tumulto, o líder do
governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou ter sido agredido
verbalmente por uma fala do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues
(Rede-AP).
"Senador Fernando, não fique vermelho que nem camarão", disse Randolfe.
Barros
afirmou durante o depoimento que não tem qualquer envolvimento na
negociação da Precisa para vender a vacina indiana ao governo federal.
Também negou que tivesse relação com os proprietários da empresa.
"Eu
não tenho relação pessoal com o senhor [dono da Precisa, Francisco]
Maximiano. Eu o recebi no gabinete como ministro, com a nossa equipe de
compras, e está também nos registros aqui que ele alegou, e eu também
aleguei, que a última vez em que nos encontramos foi quando eu era
ministro", disse.
"Portanto, nunca tratei de Covaxin. Em nenhum momento tratei qualquer assunto relativo à venda da Covaxin", completou.
Barros,
que foi ministro da Saúde no governo Michel Temer (MDB), também foi
questionado sobre o contrato da Global em sua gestão. A empresa, que
também pertence a Maximiano, responde a um processo de improbidade
administrativa por não ter entregue medicamentos para doenças raras,
apesar do pagamento antecipado de R$ 20 milhões.
O deputado
respondeu que havia uma decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) que
autorizava pagamento antecipado, em casos de compras por decisão
judicial. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) rebateu afirmando que o
acórdão do tribunal não tratava do tema.
Barros também disse que
Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde,
exonerado após denúncia de cobrança de propina, não foi uma indicação
sua ou de seu partido. Disse que foi indicação do ex-deputado Abelardo
Lupion (DEM-PR).
Explicou ainda que o ex-ministro Luiz Henrique
Mandetta até mesmo sugeriu indicar Dias para reduzir a influência do PP,
partido de Barros.
"Não temos ninguém lá, vocês vão chamar todo mundo aqui e todo mundo vai dizer que não [tem indicados do PP]", afirmou.
No
momento de maior tensão da sessão, o líder do governo foi pressionado
com perguntas referentes à sua relação com a empresa Belcher. Foi
apresentada uma foto de reunião no Ministério da Saúde, na qual o
parlamentar estava acompanhado de representantes da empresa.
Barros
negou que fosse para tratar de vacinas, mas defendeu na CPI a
imunização e a sua compra pelo governo federal. Neste momento, provocou a
ira dos senadores ao afirmar que a comissão estava afastando do Brasil
os laboratórios produtores de vacinas contra a Covid.
"A Belcher
Farmacêutica deixou de representar o laboratório CanSino, e nós perdemos
a grande oportunidade no Brasil de comprar 60 milhões de doses da
vacina CanSino, de dose única, a US$ 17, portanto mais barata do que a
Coronavac, mais barata que a Pfizer, mais barata que a maioria das
vacinas que foram compradas pelo Brasil", afirmou.
"Eu quero
lembrar que o mundo inteiro quer comprar vacinas. O mundo inteiro quer
comprar vacinas, e eu espero que esta CPI traga bons resultados para o
Brasil, produza um efeito positivo para o Brasil, porque o negativo já
produziu muito: afastou muitas empresas interessadas em vender vacina no
Brasil", completou.
A fala provocou uma grande discussão no plenário.
"Afastamos
as vacinas que vocês, do governo, queriam tirar proveito", rebateu
Aziz. O presidente da CPI então suspendeu por mais de duas horas a
sessão, alertando que poderia não dar prosseguimento.
Ao retomar, o
senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sugeriu que a comissão
averiguasse quais os limites de proteção a um parlamentar que mente em
depoimento. Recomendou ainda o encerramento da sessão, já prevendo uma
nova convocação de Barros. Aziz aceitou e encerrou o depoimento.
"Em
vez de se explicar, ele veio aqui descontruir o trabalho da CPI",
afirmou Aziz. O senador negou que o encerramento fosse uma estratégia
para não dar voz a Barros e disse que Renan tinha muito mais questões a
apresentar.
O que explica a morte de Tarcísio Meira por Covid-19 após duas doses de vacina
Mariana Rosário
A
morte do ator Tarcísio Meira, de 85 anos, por complicações da Covid-19
mesmo após concluir o esquema vacinal pode levantar dúvidas em relação à
efetividade das vacinas contra a doença. Especialistas médicos, porém,
explicam que um caso do tipo não significa um atestado de falta de
efetividade dos imunizantes, mas, na verdade, o agravamento do quadro
está intimamente ligado ao funcionamento do sistema imune do corpo.
Aos
85 anos de idade, Tarcísio estava em uma faixa de idade em que há a
chamada imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imune,
responsável pelo combate às doenças no corpo humano. É possível perceber
seu efeito, por exemplo, em um estudo que avaliou a efetividade da
vacina CoronaVac em São Paulo.
Na análise, a vacina apresentou
potência para evitar 80,1% das hospitalizações e 86% dos óbitos quando
avaliados o público de 70 a 74 anos. Contudo, quando a análise é fatiada
para quem tem 80 anos ou mais, há uma importante queda na robustez da
proteção: a efetividade para hospitalizações cai para 43,4% e, de
mortes, para 49,9%.
— Existe uma tendência de queda de anticorpos
produzidos pela vacina de acordo com o tempo (decorrido após a
imunização). Isso para todos, mas com maior intensidade pelos idosos,
que tem essa questão da imunossenescência. Ou seja, eles respondem menos
à vacina e a tendência, diante dessa resposta imune menor, seria um
impacto na proteção (contra a Covid-19) — explica o pesquisador Julio
Croda, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal do
Mato Grosso do Sul.
Além
disso, é importante ressaltar que nenhuma vacina é 100% eficaz para
casos sintomáticos, internações e mortes. Há, é claro, pessoas que não
apresentam resposta imune em todas as idades, mas a prevalência é maior
entre os pacientes com idade mais avançada.
— Não dá para afirmar
que alguém que tomou duas doses da vacina estará blindado,
independentemente da marca (do imunizante)— explica Leonardo Weissmann,
médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, e
consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Weismann
explica que a falta de proteção de um percentual de pessoas, em
específico, não configura como um “defeito” de determinada vacina, mas
sim é esperado para o processo de imunização.
— A grande maioria
das pessoas que tomam as vacinas poderão evitar formas graves da doença,
internações e mortes. Infelizmente, haverá uma pequena parte da
população que não ficará protegida, e isso vale para qualquer vacina,
para qualquer doença, independente do fabricante — explica o médico.
Diante
desse cenário, especialistas em saúde pedem que mesmo as pessoas
totalmente vacinadas usem máscara, mantenham o distanciamento social e
evitem aglomerações. Essas são formas eficazes de evitar o contágio e
medidas ainda muito necessárias diante do atual patamar de alta
transmissão da Covid-19 no Brasil.