Guedes confirma auxílio emergencial por mais dois meses e criação do Renda Brasil
BRASÍLIA,
DF (FOLHAPRESS) - O ministro Paulo Guedes (Economia) confirmou nesta
terça-feira (9) que o governo pagará mais duas parcelas do auxílio
emergencial a trabalhadores e lançará um projeto de renda mínima, o
Renda Brasil, além de retomar o Programa Verde Amarelo, que prevê
impulsionar empregos e flexibiliza contratos de trabalho.
A
informação sobre o lançamento do Renda Brasil foi antecipada pelo
jornal Folha de S.Paulo. Em reunião com deputados na segunda (8), Guedes
disse que o programa substituirá o Bolsa Família e será mais
abrangente, incluindo parcela dos informais identificados pelo governo
durante a pandemia do coronavírus.
Na
mesma ocasião, o ministro informou que o Executivo deverá pagar por
mais 60 dias o auxílio emergencial, mas em duas parcelas de R$ 300,
valor inferior aos R$ 600 pagos atualmente. A primeira parcela do
auxílio foi paga em abril e a previsão era a de que ele durasse três
meses.
"O
presidente já lançou e comunicou que por dois meses nós vamos estender o
auxílio emergencial. Nós estávamos num nível de emergência total, a R$
600. Nós vamos começar agora uma aterrisagem com uma unificação de
vários programas sociais e o lançamento de um Renda Brasil, que o
presidente vai lançar porque aprendemos também durante essa crise que
havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser
incluídos no mercado de trabalho", afirmou Guedes nesta terça, em
reunião do conselho do governo.
O
ministro não deu mais detalhes sobre o programa. Segundo integrantes da
equipe econômica, diversas áreas do ministério estão fazendo estudos
para finalizar o projeto.
Nesta
terça, Guedes também disse que o governo pretende retomar o programa
verde amarelo. O presidente chegou a enviar ao Congresso uma medida que
criava o programa, mas ela perdeu a validade antes de provisória que
criava o Programa Verde Amarelo perdeu a validade antes de ser aprovada
pelos parlamentares.
"Vamos
lançar um programa verde amarelo, que o presidente durante a campanha
já tinha dito. Há regimes que tem muitos direitos e pouquíssimos
empregos. E há 40 milhões de brasileiros andando pelas ruas sem carteira
assinada, só que agora nós sabemos quem eles são. Nós digitalizamos e
temos o endereço de cada um. E nós vamos formalizar esse pessoal todo
porque eles são brasileiros como todo mundo, mas eram invisíveis. Então,
nós vamos estar lançando isso daqui a pouco", afirmou o ministro.
"Esperamos
que nesses 60 dias [de pagamento de auxílio emergencial] haja a
organização de retorno seguro ao trabalho e depois entramos numa fase
finalmente de decolarmos novamente atravessando a duas rodas", continuou
Guedes.
Durante
a reunião com outros integrantes do governo, Guedes afirmou que o
presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai anunciar nesta
semana o aperfeiçoamento de programas e novas iniciativas.
"Da
mesma forma a Caixa Econômica, o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Social) e o Banco do Brasil. Então, vem aí mais R$ 36
bilhões, já existiam de folhas de pagamento, não estavam funcionando, os
canaisestavam entupidos, nós estamos desentupindo. O presidente do BC
vai anunciar como vamos desentupir isso", disse.
O
ministro também disse que o governo vai liberar R$15,9 bilhões de FGO
(Fundo de Garantia de Operações) para microempresários, mais R$ 20
bilhões de FGI (Fundo Garantidor de Investimentos) para pequenas e
médias empresas.
"Pela
primeira vez, 3,2 milhões de contribuintes, pequenas empresas ou
pequenas pessoas jurídicas, que sempre pagaram o Simples e recolheram
impostos, sempre foram chamados pela Receita para contribuir, desta vez
estão sendo chamados pela Receita para receberem até 30% do faturamento
médio mensal dos últimos 12 meses. Vão tomar um susto ao serem chamados
pela Receita, falando 'olha tenho dinheiro para você, para o seu capital
de giro, para você aguentar a crise'", afirmou.
Segundo
Guedes, somando as ações, o governo terá gasto cerca de R$ 900 bilhões.
Isso pressiona os orçamentos este ano, mas sabemos que ano que vem tudo
volta ao normal.
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