terça-feira, 23 de março de 2021

MAIORIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA CRÊ QUE LULA É CULPADO!

 

 Datafolha: Maioria considera Lula culpado e acha que Fachin agiu mal ao anular condenações

Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira indica que a maioria dos brasileiros acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja culpado dos crimes pelos quais foi acusado no processo sobre o tríplex do Guarujá, na Lava-Jato, e considera que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin agiu mal ao anular as condenações do ex-presidente.

Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados afirmam que foi justa a condenação dada pelo então juiz Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá. Consideraram o julgamento injusto 38%, e 5% não souberam opinar.

O resultado não variou muito em relação à pesquisa realizada em abril de 2018, quando 54% viram justiça na sentença de Moro, 40%, injustiça, e 6% disseram não saber.

Sobre a decisão de Fachin de anular as condenações de Lula, 51% acham que o ministro agiu mal, e 42% acreditam que a decisão foi acertada. Não souberam responder 6%.

Fachin considerou que a Justiça Federal do Paraná não tinha competência para julgar os processos contra Lula já que os crimes não estão relacionados com os desvios de dinheiro público na Petrobras. Além do tríplex, a decisão se refere ao processo do sítio de Atibaia e a duas ações sobre o Instituto Lula. Com a anulação das condenações, Lula retomou os direitos políticos e poderá se candidatar nas eleições de 2022.

Em relação à candidatura do petista, a pesquisa mostra que os brasileiros estão divididos: 51% não querem que ele concorra, enquanto 47% querem.

O Datafolha também ouviu os entrevistados sobre a percepção da corrupção no país, e 67% acham que a esse tipo de crime vai aumentar.

Nosso objetivo é criar um local seguro e atraente para os usuários se conectarem a interesses e paixões. Para melhorar a experiência de nossa comunidade, estamos suspendendo temporariamente os comentários dos artigos.

Maioria vê Lula culpado e acha que Fachin agiu mal ao anular condenações, diz Datafolha

IGOR GIELOW

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A condenação de Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex de Guarujá foi justa, e o ministro Edson Fachin (Supremo Tribunal Federal) agiu mal ao anular esta e outra sentença contra o petista, tornando o ex-presidente elegível por ora. Esta é a opinião da maioria dos brasileiros ouvidos pelo Datafolha nos dias 15 e 16 de março. Foram entrevistadas 2.023 pessoas, e a margem de erro é de dois pontos, para mais ou menos. Para 57%, a condenação dada pelo então juiz Sergio Moro a Lula, na Operação Lava Jato, foi justa. Moro o sentenciou a 9 anos e 6 meses de cadeia, pena revisada na segunda instância para 12 anos e 1 mês, e reduzida a 8 anos e 10 meses ao ser confirmada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). O petista ficou 580 dias preso, sendo solto no fim de 2019 quando o Supremo mudou o entendimento sobre execução de penas a partir da condenação em segunda instância. Acham que a decisão foi injusta 38%, e 5% não souberam opinar. Em abril de 2018, o Datafolha havia feito a mesma questão, com resultados semelhantes: 54% viram justiça, 40%, injustiça, e 6% disseram não saber. No dia 9 de março, Fachin lançou uma bomba no cenário político brasileiro ao mudar seu entendimento acerca da competência da vara do hoje ex-juiz e ex-ministro Moro em Curitiba. As decisões da Lava Jato sobre Lula foram anuladas, e os processos, transferidos para outros foros. Isso ainda será apreciado pelo plenário do STF, mas na prática Lula recuperou seus direitos políticos, podendo ser candidato a presidente em 2022. Além do caso do tríplex, foi anulada a sentença que o condenou a 12 anos e 11 meses no processo em Curitiba sobre o sítio de Atibaia -pena que subira a 17 anos e 1 mês na revisão da segunda instância, no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre. Também foram transferidos dois processos referentes a doações de empreiteiras ao Instituto Lula, que não haviam sido julgados. Fachin agiu mal para 51% dos ouvidos pelo Datafolha, enquanto 42% acreditam que fez o certo. Não souberam responder 6%. Em relação ao efeito principal da decisão do ministro, a eligibilidade neste momento de Lula, há divisão entre os brasileiros, dentro do limite da margem de erro da pesquisas. Não querem que ele concorra 51%, enquanto 47% querem. O caso é de amplo conhecimento público: 87% dos ouvidos disseram saber sobre ele. Desses, 37% dizem estar bem informados e 44%, mais ou menos. Não tomaram conhecimento 13%. Entre pessoas mais ricas a proporção de quem diz conhecer o caso vai a 99%. Ao analisar os estratos do questionário sobre Lula, antigas divisões socioeconômicas e regionais acerca da imagem do ex-presidente vêm à tona com clareza. Defendem mais que o ex-presidente dispute o pleito de 2022 nordestinos (63%), os mais pobres (quem ganha até 2 salários minímos, 57%) e menos instruídos (com até o fundamental, 60%). Também são mais incisivos ao dizer que Fachin agiu bem os mais pobres (50%), com menos instrução (52%), desempregados (54%) e nordestinos (60%). Já a questão da culpa de Lula no caso do tríplex, paradoxalmente, não motiva tanto esses grupos usualmente associados ao petista. Apenas quem é menos instruído destoa da avaliação de que a sentença foi justa: 47% dos integrantes desse grupo, ante 38% no geral. No caminho contrário, são reforçados alguns estereótipos de grupos antipetistas. Acham mais que Fachin errou ao anular as condenações quem tem curso superior e é mais rico (58%) e empresários (70%). Regionalmente, o mais bolsonarista Sul lidera a avaliação com 61%, não muito distante do mais populoso Sudeste (57%). Já os grupos de quem ganha mais de 10 salários mínimos e o de quem tem diploma universitário empatam em 62% contra a ideia de Lula concorrer. Moradores do Sul (60%) e empresários (72%) completam a lista de destaques contrários à candidatura do petista. De forma previsível, a aprovação do governo Bolsonaro matiza as opiniões sobre Lula --a tal polarização que a esquerda diz não existir para não equivaler os dois personagens, mas que na prática eleitoral está dada. Entre quem acha que o governo Bolsonaro é bom ou ótimo, 79% acham que a sentença de Lula foi justa, 78% que Fachin agiu mal e 77%, que o petista não deve concorrer em 2022. Já 58% dos que reprovam o presidente acham que a condenação do tríplex foi injusta, enquanto 62% creem que o ministro do Supremo acertou. E 65% querem ver Lula na urna em 2022.

Nosso objetivo é criar um local seguro e atraente para os usuários se conectarem a interesses e paixões. Para melhorar a experiência de nossa comunidade, estamos suspendendo temporariamente os comentários dos artigos.
BRASILIA, BRAZIL - APRIL 24: Minister of Justice Sergio Moro speaks during a press conference to announce his resignation after president Bolsonaro dismissed Federal Police Chief Mauricio Valeixo at the Justice Ministry in Brasilia, Brazil on April 24, 2020 in Brasilia. (Photo by Andressa Anholete/Getty Images)
Sergio Moro deixou o cargo de ministro no governo Bolsonaro em 24 de abril de 2020 (Foto: Andressa Anholete/Getty Images)
  • Trabalho de Moro na Lava Jato era avaliado como bom ou ótimo por 65% em 2016

  • Apoio ao ex-juiz caiu 20 pontos percentuais em 5 anos e chegou a 45%

  • No período, Moro deixou Operação Lava Jato e integrou o governo federal

O apoio ao ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, caiu nos últimos cinco anos. Segundo pesquisa Datafolha realizada em 15 e 16 de março, o apoio a Moro teve queda de vinte pontos percentuais.

O levantamento mostra que 45% dos brasileiros consideram ótimo ou bom o trabalho de Moro na Operação Lava Jato. Em março de 2016, o índice era de 65%. Para 27%, o trabalho foi ruim ou péssimo. Há 5 anos, o índice era de apenas 11%.

Leia também

Os que consideram o trabalho regular são 25%, dez pontos percentuais a mais do que em 2016; 4% não sabem, índice que era de 9% há cinco anos.

A pesquisa foi feita com 2.023 brasileiros em todas as regiões e estado do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Depois de deixar a Operação Lava Jato, quando condenou o ex-presidente Lula, Moro assumiu o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Em 2020, ele acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal e deixou o cargo.

Condenação de Lula

Para 57% dos brasileiros, a condenação do ex-presidente Lula (PT) no caso do tríplex foi justa. O petista foi sentenciado a 9 anos e 6 meses na cadeia quando Moro era juiz da Lava Jato. Na segunda instância, a pena foi revisada para 12 anos 1 um mês. O Superior Tribunal de Justiça confirmou a condenação, mas diminuiu a pena para 8 anos e 10 meses. Lula ficou 580 dias preso.

Segundo o Datafolha, 38% consideram que a decisão foi injusta e 5% não souberam responder.

Sobre a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, de anular todas as sentenças contra Lula, 51% dos entrevistados acreditam que ele agiu mal, enquanto 42% concordaram com a decisão; 6% não souberam responder. A decisão diz respeito aos processos do tríplex, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula.

Em 9 de março, de forma monocrática, Fachin julgou que os processos contra Lula não deveriam ser julgados na vara de Curitiba. Por isso, Lula recuperou os direitos políticos. O assunto ainda será apreciado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.

Relembra a saída de Moro do governo Bolsonaro 

Sergio Moro deixou o governo Bolsonaro em 24 de abril de 2020. A saída aconteceu depois do presidente exonerar Mauricio Valeixo, diretor-geral da Polícia Federal e aliado de Moro desde os tempos da Operação Lava-Jato.

"O grande problema é por que trocar e permitir que seja feita interferência política ano âmbito da PF. O presidente me disse que queria colocar uma pessoa dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência. Realmente, não é papel da PF prestar esse tipo de informação", disse o ex-ministro na ocasião.

Dias antes da exoneração, Moro teria dito a Bolsonaro que deixaria o cargo caso o presidente resolvesse interferir na Polícia Federal e na permanência de Valeixo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário