"Espetacularização levou à debacle da economia"
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O subprocurador Augusto Aras, indicado
por Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (5) para assumir a PGR
(Procuradoria-Geral da República), diz que o "corporativismo
institucional" do MPF (Ministério Público Federal) gerou uma
"personalização" de membros do órgão que levou à "debacle [ruína] da
economia do país".
Ele deu a declaração em uma entrevista concedida em maio ao programa Ponto a Ponto, da BandNews TV, que é apresentado pela jornalista Mônica Bergamo, que também assina coluna no jornal Folha de S.Paulo, e pelo cientista político Antônio Lavareda. A conversa foi reprisada nesta quinta.
Na conversa, Aras, que já estava em campanha para o cargo, afirmou também que a espetacularização de investigações atacou a honra de pessoas inocentes.
"Suspeitos investigados não tiveram suas honras preservadas", afirma ele. "Vimos atentados à honra de centenas de pessoas que vieram a ter seus processos arquivados, seja na atual gestão da procuradora-geral da Republica [Raquel Dodge], seja na gestão anterior [de Rodrigo Janot]", disse. Aras citou ainda os EUA como exemplo.
Segundo ele, "lá, na fase inquisitorial não se menciona nomes de autores nem se revelam fatos para preservar a identidade, a honorabilidade [de cidadãos investigados]".
Já no Brasil "criminalizou-se a política, esquecidos, aqueles que assim o fizeram e o fazem ainda, que onde houver mais de duas pessoas a solução é politica porque nós não convivemos em um grupo social sem política. A antítese da politica é a guerra".
Seguiu ele: "No Brasil, [houve] uma relação corporativismo institucional em que a personalização, proibida expressamente na Constituição federal, a pessoalização desses membros [do Ministério Público] sem controle efetivo das corregedorias gerou inclusive a deblacle [ruína] da economia do país. Temos hoje 14 milhões de desempregados".
Aras fez campanha sem se submeter à escolha da lista tríplice, em que procuradores elegem três nomes que são enviados ao presidente da República, na expectativa de que ele escolha o comandante da PGR entre os escolhidos.
Ele diz que a lista é ilegítima e gerou uma série de distorções. A primeira delas teria sido "aglutinar aqueles que querem uma boquinha na instituição [MPF]. E essa instituição não admite boquinha. Boquinha é coisa para outras instituições, não para o Ministério Público".
Além da distribuição de "prebendas e sinecuras" para procuradores, o sistema fez com que o MPF fosse consumido num "ambiente de pão e circo que estranho ao ambiente das instituições contra-majoritarias".
A escolha de procuradores-gerais da República teria criado "um ambiente corporativista que se sustenta perante a opinião publica".
Para ele, instituições do sistema judicial como o MPF "não se submetem à opinião publica, não se submetem ao clamor popular".
Jesus Cristo, diz, foi vitima de um julgamento popular "pelo princípio da maioria e não pelas leis porventura vigentes [na época] que pudessem proporcionar-lhe ampla defesa em um devido processo legal".
Ele deu a declaração em uma entrevista concedida em maio ao programa Ponto a Ponto, da BandNews TV, que é apresentado pela jornalista Mônica Bergamo, que também assina coluna no jornal Folha de S.Paulo, e pelo cientista político Antônio Lavareda. A conversa foi reprisada nesta quinta.
Na conversa, Aras, que já estava em campanha para o cargo, afirmou também que a espetacularização de investigações atacou a honra de pessoas inocentes.
"Suspeitos investigados não tiveram suas honras preservadas", afirma ele. "Vimos atentados à honra de centenas de pessoas que vieram a ter seus processos arquivados, seja na atual gestão da procuradora-geral da Republica [Raquel Dodge], seja na gestão anterior [de Rodrigo Janot]", disse. Aras citou ainda os EUA como exemplo.
Segundo ele, "lá, na fase inquisitorial não se menciona nomes de autores nem se revelam fatos para preservar a identidade, a honorabilidade [de cidadãos investigados]".
Já no Brasil "criminalizou-se a política, esquecidos, aqueles que assim o fizeram e o fazem ainda, que onde houver mais de duas pessoas a solução é politica porque nós não convivemos em um grupo social sem política. A antítese da politica é a guerra".
Seguiu ele: "No Brasil, [houve] uma relação corporativismo institucional em que a personalização, proibida expressamente na Constituição federal, a pessoalização desses membros [do Ministério Público] sem controle efetivo das corregedorias gerou inclusive a deblacle [ruína] da economia do país. Temos hoje 14 milhões de desempregados".
Aras fez campanha sem se submeter à escolha da lista tríplice, em que procuradores elegem três nomes que são enviados ao presidente da República, na expectativa de que ele escolha o comandante da PGR entre os escolhidos.
Ele diz que a lista é ilegítima e gerou uma série de distorções. A primeira delas teria sido "aglutinar aqueles que querem uma boquinha na instituição [MPF]. E essa instituição não admite boquinha. Boquinha é coisa para outras instituições, não para o Ministério Público".
Além da distribuição de "prebendas e sinecuras" para procuradores, o sistema fez com que o MPF fosse consumido num "ambiente de pão e circo que estranho ao ambiente das instituições contra-majoritarias".
A escolha de procuradores-gerais da República teria criado "um ambiente corporativista que se sustenta perante a opinião publica".
Para ele, instituições do sistema judicial como o MPF "não se submetem à opinião publica, não se submetem ao clamor popular".
Jesus Cristo, diz, foi vitima de um julgamento popular "pelo princípio da maioria e não pelas leis porventura vigentes [na época] que pudessem proporcionar-lhe ampla defesa em um devido processo legal".
O subprocurador evita, no
entanto, críticas diretas à Operação Lava Jato, que diz ter sido um
"ponto de inflexão no sistema de Justiça do país".
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