A Procuradoria Geral do Estado da Bahia, através da PROIN/Núcleo
Regional de Vitória da Conquista, conseguiu suspender decisão liminar
que determinava a reabertura do posto de gasolina Tangará que havia sido
interditado durante a Operação Posto Legal pela prática de graves
irregularidades.
A Operação Posto Legal que foi deflagrada em agosto de 2019, com o
objetivo de assegurar os requisitos de qualidade dos combustíveis, e
apurar eventuais irregularidades na sua comercialização, conta com a
atuação de uma força tarefa formada pela PGE, SEFAZ, SSP, IBAMETRO, ANP e
PROCON.
Em 19 de dezembro, o juiz da 1º vara da Fazenda Pública de
Vitória da Conquista havia deferido medida liminar determinando a
reabertura do posto de gasolina localizado em Vitória da Conquista. O
posto que foi interditado pela Operação Posto Legal em 25 de novembro,
utilizava um dispositivo que subtraía até 1.600 ml a cada 20 litros
vendidos, erro muitas vezes superior ao máximo permitido nesse tipo de
medição metrológica, que é de 60 ml a cada 20 litros.
No último dia 20, o Procurador do Estado Filipe Xavier Ribeiro
apresentou petição requerendo a reconsideração da liminar e, na mesma
data, obteve a suspensão da decisão judicial, mantendo dessa forma o
posto de gasolina interditado. Segundo o procurador, “a Operação Posto
Legal tem identificado gravíssimas irregularidades em estabelecimentos
de venda de combustível, desde artifícios para entregar quantidade de
combustível inferior à adquirida pelo consumidor até a venda de gasolina
com percentuais superiores a 90% de etanol em sua composição, assim é
essencial a pronta atuação da PGE em ações judiciais que tentam
questionar as medidas administrativas adotadas no âmbito daquela
operação”.
A Procuradoria Geral do Estado da Bahia continuará acompanhando
junto ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, a ação judicial que
esta sendo avaliada pela desembargadora Joanice Maria Guimarães de
Jesus.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
domingo, 29 de dezembro de 2019
COLABORAÇÃO: CARLOS ALBÁN GONZÁLEZ
10 Comidas para dar sorte no Ano Novo
O Editor: Anna Davidson
A
cada chegada de um novo ano, as culturas de todo o mundo celebram com
um festival de comidas tradicionais que, acredita-se, trazem boa sorte e
fortuna no Ano Novo. Aqui estão 10 alimentos que você deve comer na
véspera do ano novo para garantir que 2020 seja o melhor ano de sua
vida!
Adicionar legenda |
1. Macarrão longo
Na
China e no Japão, assim como em muitos outros países asiáticos
importantes, é costume comer macarrão longo no dia de ano novo. Eles
acreditam que a duração do macarrão significa longevidade e vida plena
no próximo ano. Normalmente, o macarrão é preparado em refogados ou
colocado numa sopa e é comido por crianças e adultos.
2. Lombo de porco
Em
países como Cuba, Espanha, Portugal, Brasil, Hungria e Áustria, é comum
consumir carne de porco durante o Ano Novo porque os porcos simbolizam
progresso e desenvolvimento. Isso ocorre porque esses animais
supostamente nunca se movem para trás ou porque, em seus hábitos
alimentares, os porcos empurram o focinho para frente no chão em busca
de comida.
3. Uvas, cerejas, morangos - frutinhas arredondadas
Comer
frutas redondas é uma tradição comum do Ano Novo para várias culturas,
mas a quantidade de frutas é diferente. Por exemplo, nas Filipinas, por
tradição, 13 frutinhas são consumidas geralmente porque 13 é considerado
um número da sorte. Na Europa e nos Estados Unidos, geralmente são
consumidas 12 frutas, que representam o número de meses do ano. A única
condição comum a todas as frutas redondas que são consumidas no Ano Novo
é que elas devem ser doces! Então, faça um estoque de uvas para
ter sorte no próximo ano!
4. Peixes inteiros
Em
chinês, a palavra "peixe" soa semelhante à palavra "abundância", o que
faz dos peixes um alimento de boa sorte para o ano novo nessa cultura.
No entanto, é importante que a cabeça e a cauda estejam intactas para
garantir um bom ano novo do começo ao fim.
5. Romãs
Nas
culturas do Oriente Médio, romãs significam prosperidade e fertilidade,
mas também boa sorte e fortuna. Na Turquia, as romãs são consumidas no
Ano Novo porque acreditam que o vermelho representa o coração humano, as
propriedades medicinais da fruta representam a saúde e suas numerosas
sementes redondas representam a prosperidade. Se estas são as coisas que
você deseja para si ou para outras pessoas no Ano Novo, compre algumas
granadas deliciosas.
6. Vegetais de folhas verdes
Comece
o Ano Novo com o pé direito! Na América do Sul e na Europa, as pessoas
consomem vegetais de folhas verdes, como couve, repolho e alface no dia
de ano novo. Isso se deve à sua cor, que é a mesma do dólar, e a crença é
que quanto mais você comer, mais próspero e saudável será!
7. Lentilhas
O
alimento tradicional de Ano Novo na Itália é chamado Cotechino com
Lenticchie, ou lentilhas verdes com salsichas. É consumido no Ano Novo
devido à cor verde das lentilhas e sua semelhança com moedas, a
mesma razão pela qual as pessoas nas Américas comem vegetais de folhas
verdes. Também se acredita que quando as lentilhas são cozidas e imersas
em água, elas se tornam espessas, o que significa que o indivíduo
experimentará um crescimento em riqueza.
8. Arenque à escabeche
Na
Alemanha, Polônia e Escandinávia, acredita-se que comer arenque à
meia-noite é a chave para um ano de prosperidade. Isso ocorre porque o
arenque está presente em abundância em toda a Europa Ocidental e sua cor
prateada é semelhante à cor das moedas, um bom presságio para a sorte
futura.
9. Feijão de corda
No
sul dos Estados Unidos, é comum servir feijão de corda juntamente com
couve no Ano Novo. O feijão de corda é considerado de bom presságio
devido à sua abundância e semelhança às moedas de um centavo. Um dos
pratos mais tradicionais feitos com feijão de corda é chamado
Hoppin' John, um prato de ervilhas e arroz. No dia seguinte ao dia de
Ano Novo, o restante do Hoppin' John se torna Skippin' Jenny para
demonstrar frugalidade e promover a prosperidade no Ano Novo.
10. Broa, pão ou bolo de milho
Outro
favorito do sul, essa deliciosa iguaria, doce ou salgada, é consumida
porque sua cor lembra ouro. Para obter um pão de milho extra-sortudo,
alguns chefs adicionam grãos de milho cozidos para simbolizar pepitas de
ouro.
Desejamos a você boa sorte e deliciosas refeições para o Ano Novo!
sábado, 28 de dezembro de 2019
NANDO DA COSTA LIMA - CONTO:
COMPATIBILIDADE
Nando da Costa Lima
O
prefeito de Remosopólis se espreguiçou na poltrona, deu um peido, coçou o saco,
cheirou os dedos, resmungou que tava carente de um bom banho e ordenou pro
secretário:
— Pode começar, merda. Tô com
pressa.
— Tá bom Dr., eu vou ler as fichas e
o senhor escolhe o nome:
Zé
Tenório. Mais de dez acusações de estelionato, facilidade pra fazer amizade com
políticos de alto escalão. Tenório topa qualquer parada e é advogado formado
não sei onde, só não tem a carteira da OAB.
Manoel
Silva, brasileiro solteiro, atira com as duas mãos, mas prefere trabalhar com a
peixeira lambedeira herdada de seu avô, que foi cangaceiro (a peixeira é usada
só como talismã). Formado em administração, Manoel é especialista em extorsão
em chantagem. Também gosta de cantar em karaoke música de Wando.
Rodozino
Ferrão, brasileiro desquitado, começou sua brilhante carreira ainda jovem como
dedo-duro, em 1964, e graças à sua habilidade ficou famoso no meio pelo
requinte das torturas que usava. Apesar da idade avançada, Rodozino formou-se
em psicologia e ainda continua na ativa. Freudiano ferrenho, o único defeito é
a fama de tarado.
Jonas
Bigode, brasileiro divorciado, conhecedor de todo o tipo de falsificação, tendo
preferência especial pelo dólar. Jonas conseguiu formar-se em sociologia, e
apesar de nunca ter exercido a profissão, fez fortuna contrabandeando cigarro
do Paraguai para o Brasil, uma bela história! E nunca foi preso. Para todos os
efeitos, é ficha limpa. Seu hobby é colecionar caçola: não pode ver um varal
que ataca.
— Pronto Dr., já li todas as fichas,
só falta o senhor escolher. A não ser que o senhor tenha algum nome.
— Escolher o quê, porra? Você tá
endoidando? Eu não tenho nada haver com ocorrência policial, eu sou político, e
não polícia. Isso é pro indulto de Natal? Tem até ladrão de caçola!
— Mas isso não é ocorrência policial
não, seu prefeito, são os currículos dos candidatos do nosso partido, pedindo
para serem avaliados pra representar a cidade no encontro com o presidente da
Comissão dos Direitos Humanos da Câmara, que vai ocorrer na capital federal.
—
Não é possível! Você deve estar brincando...
E a lei da Ficha Limpa? Eu sei que não precisa ser tão limpa, mas aí já
tá demais. Esses parentes da minha mulher vão acabar me complicando.
— E são todos aparentados do senhor.
— Então não pode, aí eu vou praticar
nepotismo.
— Não, são afilhados. Parentes da
mulher do senhor. A primeira dama tem mais de 100 primos. Ô família grande! A
maioria é ex-modelo...
— É por isso que não tem um que
presta. Quer dizer que nosso partido só tem esse tipo de gente? Esses parentes
de Eleutéria eu só deixo entrar lá em casa assobiando e batendo palma. Lá na
prefeitura eu não deixo passar da cantina, só tem cobra criada.
— Não, seu prefeito. Tem pior. Esses
são os que passaram na peneira. É claro que o apadrinhamento contou um pouco.
Mas afinal de contas, o senhor e Dona Eleutéria são padrinhos de todo menino
que nasceu aqui nos últimos 30 anos.
— É, o jeito vai ser escolher um
merda desses. E porque não manda Zé Canário? O homem é poeta e gosta de
passarinho.
—
Se o senhor fizer isso, o pessoal dos Direitos Humanos vai cair em cima.
Zé é criador de canário de briga, tem até uma rinha de galo.
— E o que tem isso? É um esporte
como qualquer outro: briga de galo, vaquejada. Faz parte da nossa cultura. Pra
se acabar com os galos de combate, só usando um método nazista: o extermínio. O
ataque é instintivo, ninguém ensina nem tira, eles nascem combatendo.
— É esporte na cabeça do senhor que
vive nos anos 40. Se o senhor fosse um homem antenado ia estar sabendo que isso
é proibido e dá cadeia.
— Eu nem imaginava que uma briguinha
de galo fosse problema pra político.
— Pois é problema, e um problema
seríssimo. Se o senhor botar um criador de canário de briga pra ir numa reunião
dos Direitos Humanos em Brasília, o senhor tá lascado!
— Já que você, que eu tenho como o
meu melhor assessor, só faz botar defeito nas pessoas que eu indico, então fale
o nome de um.
— É simples: Dona Marcolina, minha
cara metade, que é diretora de colégio e psicóloga. Nesses cargos de confiança,
tem que ter compatibilidade. Eu já disse e torno a repetir: se o senhor
insistir com esse negócio de colocar um criador de canário de briga, e dono da rinha,
pra chefiar a comitiva, o senhor não se elege mais nunca… Pode esquecer a
carreira. É a mesma coisa que colocar um incendiário na presidência do IBAMA.
Já basta os brigadistas que botam fogo nas matas e depois recebem pra apagar,
segundo os jornais.
— Mas isso foi provado que é
mentira. Só fizeram rapar a cabeça dos meninos, e eles são tão gente boa que
nem reclamaram.
— Tem certeza?
Em
vez de responder, o velho político colocou a mão na testa e comentou com os
olhos cheios d’água:
— É verdade! Esse negócio de ficha
limpa tá acabando com a política tradicional, saudades dos “bons tempos”...
Hoje não se pode nem dar uma carteirada. Até eu que sou chefe político, posso
ser preso por qualquer besteira e vou ter que comer comida de presídio.
O
secretário, sensibilizado, quis amenizar:
— Não é assim também não, seu
prefeito. Os políticos estão bem acima do resto da população, eles têm esse
negócio de mil investigações para serem intimados. Pro cidadão comum, basta um
soldado dar voz de prisão que vai preso como “meliante”. Aí lascou, é cadeia. E
se quem efetuar a prisão for de cabo pra cima, o cidadão tá fudido mesmo, basta
ter tomado uma… Ladrão de merenda escolar já tem outro trato, chega de Mercedes
e o advogado vai buscar de BMW, é outro nível! E dona Eleutéria nunca iria
deixar o senhor comer “boia” de cadeia.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
PUBLICANDO COM ATRASO, MAS A TEMPO DE LAMENTAR:
Bira, baixista do Programa do Jô, morre aos 85 anos após AVC
O Bira, baixista do Programa do Jô, morreu aos 85 anos na manhã deste domingo (22/12/19). Ubirajara Penacho dos Reis estava internado Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, desde a última sexta-feira (20), por causa de um AVC (acidente vascular cerebral).
PASSAGENS NA TV
Bira foi um dos músicos mais conhecidos do Programa do Jô, principalmente pela risada cativante. Entretanto, ele também trabalhou no SBT e participou de programas como o “Qual é a música”, com o mestre Zezinho.Além dele, também participavam da banda do Jô: Carlos Tomati (guitarra elétrica), Osmar Barutti (piano), Chiquinho Oliveira (trompete), Derico (saxofone) e Miltinho (bateria).
“Minha mulher fala que eu não estava preparado para o término do programa e não estava mesmo. Tomei um soco no queixo que ainda não levantei. Eternamente vou sentir falta”, declarou.
FAMOSOS LAMENTAM MORTE DE BIRA
Diversas celebridades que passaram pelo Programa do Jô prestaram homenagens. O humorista Marcos Veras, por exemplo, postou um stories: “Poxa Bira! Obrigado pelas risadas e por tudo”.sábado, 21 de dezembro de 2019
NANDO DA COSTA LIMA - CONTO:
DOLORES E O LOBISOMEM
Nando da Costa Lima
Antes da televisão colocar o Brasil todo
pra se comportar e vestir igual, as famílias eram fechadíssimas. O patriarca,
por mais safado que fosse, mantinha o moral de pai de família exemplar, educava
os filhos com a maior rigidez. As moças da época passavam aperto, “se perder”
naquele tempo, era a pior das aventuras, eram expulsas de casa restando-lhes
como opção de sobrevivência, a prostituição. Os sedutores, ou fugiam pra São
Paulo ou morriam. Mas nem por isso as coisas deixavam de acontecer, e pra que
não houvesse expulsão de casa, nem morte dos Don Juan,
eram inventadas as desculpas mais descaradas. Na maioria dos povoados, as moças
quando pulavam a cerca, colocavam a culpa no tarado, isto livrava a cara de
muita donzela assanhada, era só falar que o autor da proeza tinha sido um tarado
que a família além de ficar com pena, mandava logo a moça ir estudar no Rio, lá
o povo era mais aberto. Aqui em Conquista a culpa sempre era do tarado que se
escondia no matinho da Escola Normal. Este, por sinal, nunca foi encontrado.
Esta história do tarado só colava num
lugar de movimento, em Pedra Cinza, uma cidade pequena e de gente ordeira, não
dava pra jogar a culpa no tarado, lá só tinha homem respeitador. Para as moças,
aquilo era péssimo, era tão ruim, que elas só casavam virgens. Isso até
aparecer Joana, foi ela a primeira a dar o golpe. Engraçou-se com Pedro do
açougue, e acabaram indo ver o por do sol no muro do açude, gostaram tanto, que
ficaram pra ver o sol nascer. No outro dia chegou em casa aos prantos, chorou o
dia todo, o painotou que tinha alguma coisa errada e mandou a mulher
investigar. Foi aí que começou a história do lobisomem, Joana, acostumada a
escutar caso de assombração desde criança, quando se viu perdida no
interrogatório da mãe, largou: “foi um lobisomem, me pegou lá no muro do
açude”. A mãe tomou um susto, mas mesmo assustada continuou: “Como lobisomem?
Você não tem um arranhão. Só chupão no pescoço, este lobisomem era banguela?”.
Mas Joana bateu pé firme e contou todos os detalhes para a mãe, a velha, como
profunda conhecedora de aparição, matou logo a charada: era um lobisomem
tarado, só pensava em sexo. Desse dia em diante, o lobisomem todo mês dava
notícia. Já tinha mais de 15 moças morando no Rio. E ele era eclético, pegava
qualquer uma, independente de raça, cor, religião ou idade.
Quando Dolores Armengue ficou sabendo do
lobisomem insaciável, não perdeu tempo; mudou-se pra Pedra Cinza. Ela era uma
das pessoas mais desprovidas de beleza que já pisou na terra; ninguém encarava.
Já tinha rodado o país inteiro atrás de um tarado; era só saber que tinha algum
atacando, que ela fazia de tudo pra ser uma das vítimas, só que ninguém
encarava. Já era conhecida por “Dolores espanta tarado”; era tão feia, que só
dava pra localizar o rosto, graças aos óculos fundo de garrafa. Mas dessa vez,
tudo indicava que seu sonho viraria realidade; 45 anos de virgindade, botava
qualquer uma pra babar na fronha. Quando soube que o lugar preferido do
lobisomem era o murinho do açude, armou barraca lá mesmo. Os dias iam passando,
e nada de lobisomem aparecer, ela já tava pra endoidar. Numa noite de lua,
aconteceu; o povo da cidade só escutava os gritos e os gemidos, parecia que
daquela vez tinha dado certo, tudo indicava que ela havia agarrado o lobisomem.
Dolores foi embora no outro dia. Quase
ninguém a viu partir, mas os poucos que viram, notaram que apesar de toda
arranhada e com marcas de dente pelo corpo todo, seu jeito era de pura
satisfação; tava na cara que tinha conseguido o que mais queria.
O povo da cidade que ficou divido: os
mais velhos, até hoje acreditam que ela manteve relações com o lobisomem. Os
mais novos, que inventaram a história, ficaram sem entender, nunca iriam
imaginar que aquilo se tornaria realidade. Mas quem não entendeu nada, e até
hoje não pode ver uma saia que sai correndo, além de nunca mais caçar pros
lados do açude, foi o cachorro perdigueiro de seu Pedro, aquela tarada quase
mata o bichinho, perdeu até o faro...
FACULDADE SANTO AGOSTINHO - MEDICINA TEM BOA AVALIAÇÃO DO MEC:
Faculdade Santo Agostinho: Curso de Medicina recebe nota 4 em avaliação do MEC em Vitória da Conquista
A Faculdades Santo Agostinho (FASA) está
em festa. A comemoração acontece em decorrência dos resultados obtidos
pela instituição junto ao Ministério da Educação. O Curso de Medicina
ficou com nota 4, conforme divulgação nesta sexta-feira (19). “A
Faculdade Santo Agostinho imprime qualidade em seus quatro cursos.
Medicina é o terceiro curso avaliado com nota 4, ao lado de Engenharia
Civil e Arquitetura e Urbanismo.
A escala utilizada pelo MEC é de 1 a
5, sendo a nota 4 atribuída aos cursos de destaque. Vitória da
Conquista é um polo educacional e de saúde. Portanto, é inegável que o
Curso de Medicina da Faculdade Santo Agostinho contribui para o
desenvolvimento regional, oferecendo serviços médicos no ambulatório e
apresentando compromisso educacional.
Além disso, o fato de integrarmos o
Grupo Afya nos confere destaque na educação médica do País. No próximo
semestre, será a vez do reconhecimento do curso de Direito. A nossa
expectativa é, de igual modo, uma nota de excelência, tendo em vista o
fato de a Faculdade Santo Agostinho oferecer os melhores cursos da
região”, avaliou o professor pós-doutor em Direitos Humanos Luciano de Oliveira Souza Tourinho, Diretor Acadêmico da FASA.
MORRE MAIS UMA ATRIZ:
Atriz Zilda Cardoso, a dona Catifunda da 'Escolinha', morre em SP
O investigador Luiz Carlos Vegi do 77º Distrito Policial, responsável pela perícia, afirma ao Yahoo que a artista faleceu enquanto dormia.
Zilda Cardoso trabalhou no ‘A Praça É Nossa’ e em ‘Os Trapalhões’. Ela também integrou o elenco da novela ‘Meu Bem, Meu Mal’ (1990). A artista começou a carreira na TV nos anos 60.
Em 1964, Manuel de Nóbrega chamou Zilda para a ‘Praça da Alegria’ e foi no programa que ela lançou a Catifunda. A icônica personagem, criada por ela, é uma moradora de rua com forte sotaque paulistano e que fuma charuto.
Dani Calabresa,
que interpreta dona Catifunda na versão atual da atração humorística,
lamenta a morte de sua ídolo. “Estou muito triste porque eu cresci
assistindo a ‘Escolinha’ e ela era a minha personagem feminina
preferida, sinto que eu tenho uma ligação especial com ela. Fico muito
honrada e feliz por poder fazer a personagem que eu amava assistir.
Queria ter conhecido ela. Faço essa personagem ‘emprestada’ com muito
amor, respeito e carinho”, diz nos Stories. A global está de férias em
Nova York, nos Estados Unidos.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
CONQUISTA PERDE UM GRANDE ARTISTA:
Morre o cantor-compositor Vivaldo Bonfim: ele se apresentaria hoje, no Natal Conquista de Luz
A Prefeitura de Vitória da Conquista lamenta profundamente o falecimento do cantor Vivaldo Bonfim, de 68 anos, vítima de um infarto nesta segunda-feira (16).
Pai do também cantor Caetano Bonfim, Vivaldo já atuou em carreira solo, fez parte da banda Trepidantes e, na tarde de hoje, retornaria às festividades do Natal Conquista de Luz com a apresentação da Banda na Memória, na praça nove de novembro.
A apresentação da banda foi cancelada.
sábado, 14 de dezembro de 2019
NANDO DA COSTA LIMA - CONTO
Tocaiaram até o destino
Nando da Costa Lima— Vi o quê? Tá vendo assombração de dia?
— Não, é que eu vi o cauã cantando ainda agora, no pé da gameleira que secou depois que caiu um raio em cima… Passou por todas as três árvores, mas só cantou na gameleira seca. Isso é sinal ruim, tô toda arrepiada. Vou pegar um galho de arruda pra colocar na orelha. Sangue de Jesus tem poder, vamos rezar 13 credos de trás pra frente ajoelhadas numa mão de pilão.
— Pra quê essa mão de pilão, comadre?
— Tem que ter sacrifício. Dá força à oração!
— Larga de besteira, cumade. Deus não gosta dessas presepadas. Vamos orar em silêncio. Quem pensa no mal, atrai o pior.
Os jagunços só esperaram a Semana Santa acabar… Estavam em três, um trio que já tinha dado fim em tanta gente que dava pra encher um cemitério. Esse pessoal tinha por ofício eliminar o próximo, era um meio de vida como outro qualquer (segundo eles). O mais velho deles já não tinha mais onde colocar marca no cabo da “papo amarelo”: cada vida abatida era uma marca. Ele era um cabra de pouca conversa. Os outros dois eram bem mais novos, estavam naquela empreitada por já terem provado a competência em outros serviços. Eram ótimos atiradores. Era uma família! Eles estavam de tocaia desde cedo: o velho atrás de uma moita no lado direito; os outros ficaram do lado esquerdo, de frente pra curva. Não tinham como errar, era só ter paciência. Eles fizeram até uma aposta pra ver quem pegava o primeiro. Coisa de pistoleiro! Tinha que ser de “bate pronto”, a vítima tinha que cair da montaria já sem vida. Isso era como uma marca de um bom matador.
Foi na primeira semana depois da sexta-feira da paixão, o povoado fazia gosto… Tinha escola, água potável, correio, era uma belezura! Não tinha um menino fora da escola, e o coronel Napoleão Ferraz incentivava o povo a se instruir. Ele prezava o trabalho comunitário e criou cooperativas pra incentivar os pequenos proprietários. Um sujeito progressista e empreendedor que achava que só se crescia se o povo crescesse junto. E aí surgiram casas de farinha, criatórios de gado e de caprinos, tudo tendo o coronel como principal associado. Para um povoado baiano ter este nível de desenvolvimento, só com um dirigente que apostasse no trabalho coletivo. E foi com estes benefícios sociais, incluindo o trabalhador rural no mercado como cidadão, coisas que os coronéis da época jamais incentivariam. O coronel Napoleão Ferraz, naquela época, sabia que a educação era a base de tudo. O povoado já respirava o ar do progresso, e ele, sentindo isso, passou a incentivar os festejos populares, sabia que aquilo era cultura. O coronel era respeitado não só em Belo Campo, e conseguiu esse respeito sem o uso de armas, tão natural pra época. Os coronéis mais respeitados eram os que tinham maior poder de fogo, mas o coronel Napoleão desprezava isso. Sua visão humanista não permitia manter um bando de jagunços.
O jeito do Coronel de Belo Campo conduzir as coisas já estava incomodando os outros coronéis das redondezas. Não podiam deixar que ele dominasse as massas apenas com ideias práticas, aquilo era um perigo! Querer igualar as pessoas, para os coronéis, não era coisa de gente. E a cada investida em benefício do povo, ele atacava os pontos principais: fome, educação, moradia, etc. Quanto mais aumentava a sua popularidade, mais os coronéis ficavam irritados. Estavam pra estourar… Em todo canto só se falava do Coronel de Belo Campo, até na capital do estado! E quando Napoleão foi condecorado pelo governo federal como chefe dos coronéis do Sertão da Ressaca, foi o estopim. O governo, sem querer, jogou pedra no vespeiro que ficava na passagem do coronel. Se fosse para eles terem “chefe” algum dia, eles mesmos escolheriam. Nunca iriam admitir uma ordem que não fosse vinda do governador. Abaixo do governo do estado, só eles! Jamais aceitariam ordens do Coronel de Belo Campo, mesmo este sendo contemplado pelo governo federal. Era a inveja falando alto.
Dona Edeuzita tava catando andu na porta de casa quando apareceu um sujeito e puxou conversa:
— Boa tarde, dona. A senhora mora aqui há muito tempo?
— Não, senhor. Vai fazer um ano que estou aqui, vim quando soube do Coronel do Povo, o homem que criou este povoado e tudo de bom que tem nele.
— Esse homem então deve ser muito respeitado. Ele já é velho?
— Não, o coronel Napoleão ainda tá novo, o bigodão ainda não tem um fio de cabelo branco. É um anjo de Deus.
— Mas só por isso a senhora acha que o homem vai virar santo?
— O senhor devia calar a boca e escutar sem interromper. Deixa eu contar só um pedaço da vida dele que o senhor vai tirar o chapéu e me dar razão. Este homem fez de tudo… escola, cemitério, correio, estrada pra Conquista. Pro senhor ter uma ideia, aqui ninguém mora de aluguel. Tudo planejado por ele.
— Quer dizer então que esse homem, do nada, fez uma cidade com gente e tudo? Tem polícia também?
— Ô, menino. Eu tô achando que você tá mangando de mim. Eu tô fazendo um favor e você ainda vem com essas gracinhas. É melhor parar. Deixa eu terminar de catar meu andu que a freguesia tá chegando.
— Calma, Dona Edeuzita. Me desculpe. É que fui criado solto no mundo e às vezes me comporto mal, mas não é por vontade minha. A senhora, que é uma mulher mais escolada, vai saber perdoar este peão analfabeto que só está de passagem por esse lugar bonito. Por favor, termine de contar a história do coroné.
— O coroné fez tudo que prometeu. Tudo no povoado está correndo bem, a alegria se nota na cara dos moradores, tá todo mundo alegre e confiante. Mas agora fui eu quem ficou curiosa: tem mais de uma hora que o senhor tá aqui e nem perguntou o preço do andu… Só fez perguntas. Eu vou logo avisando, o povo daqui é ordeiro, mas é brabo. Se o senhor estiver mal intencionado, é melhor pegar a estrada. Quem muito pergunta é porque está querendo alguma coisa.
— Não é nada disso, eu sou um simples viajante. Meu tempo aqui é curto, já estou com o pé na estrada. Depois de hoje, a senhora nunca mais vai me ver.
Dona Edeuzita ficou encafifada com aquela prosa o dia todo, chegou a ficar arrepiada. Aquele homem, apesar de simpático, tinha jeito de quem não valia nada. Ficou ainda mais impressionada depois que soube da notícia, ainda comentou com Salú do Mingau:
— Tem uns três dias que passou um homem na frente lá de casa que quis saber tudo sobre o coronel Napoleão. Eu pensei que fosse gente da capital… Agora sei que não era. Aquele perguntador safado com os “ói” de bode na taca deve ter sido o pé de tôco que matou o coroné e o irmão. Miserável, um homem até bonito. Ainda bem que eu não dei ousadia… Agora deve tá longe.
E em seguida falou: “Cala-te boca”.
Do lado esquerdo da estrada, um dos cabras aprumou a mira no sujeito que vinha do lado direito e desceu o dedo. Deu cinco tiros certeiros, queria impressionar o velho jagunço. Este, que estava mais distante, precisou dar só dois tiros pra derrubar o irmão do coroné. Nem reclamou com o novato por ter disparado tanto tiro, deixou pra lá. O serviço tinha sido limpo: no meio de tanta gente, só pegaram os alvos! Ademais, quando tinha a idade dele já havia descarregado muita repetição em encomenda, fazia até aposta pra ver quem furava mais o defunto. Chegou até a puxar conversa, o que não era normal… Ele perguntou pro rapaz que disparou os cinco tiros como é que ele sabia que tinha atirado no coroné. O rapaz falou que uns dias antes da tocaia, ele foi no povoado e conversou com uma velha que vendia andu. Foi ela quem falou que o coronel tinha o bigode grosso…
E desceram em silêncio, na direção do Verruga.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
FECHAR ESCOLAS E HOSPITAIS?
Protestos contra o fechamento da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e de escolas estaduais em Vitória da Conquista, marcaram a manhã desta quinta-feira(12).
Parentes e pacientes atendidos na Unacon exibem cartazes e lamentam a decisão do governo em desapropriar a área da Unacon e levar os serviços para o Hospital de Base. A Unacon acolhia pacientes e diversos municípios da Região Sudoeste e Norte de Minas Gerais, com atendimentos ambulatoriais e internações, através do SUS.
A área onde está construída a Unacon, no bairro Felícia, foi desapropriada pelo governo do Estado por meio do decreto Nº 19.161, publicado no Diário Oficial no dia 12 de agosto deste ano, declarando o espaço “de utilidade pública, para fins de desapropriação, a área de terra que indica”.
Também nesta semana, estudantes, professores e funcionários do Colégio Estadual Adélia Teixeira, protestaram contra o fechamento da unidade. A Secretaria Estadual de Educação comunicou há algumas semanas que a escola poderia ser fechada e toda a comunidade escolar seria transferida para o Instituto de Educação Euclides Dantas, conhecida também como “Escola Normal”.
Como protesto, alunos, professores e funcionários realizaram um abraço coletivo ao redor de toda a escola.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
CINEMA DE GRAÇA:
Fonte:Secom/PMVC
A Mostra Diretores Cine Centro faz, neste mês, uma homenagem ao
diretor italiano Pier Paolo Pasolini. Os encontros, que acontecem na
Casa Memorial Governador Régis Pacheco, às quartas-feiras, às 18:30h,
promovem, além dos filmes, uma roda de conversas.A obra escolhida para esta quarta-feira (11) é Teorema, de 1968. Ela conta a história de uma rica família burguesa que é totalmente modificada por um misterioso visitante (Terence Stamp) e, após sua saída, ninguém da família consegue continuar vivendo da mesma forma. O filme tem classificação indicativa para maiores de 18 anos.
De acordo com o coordenador da mostra, Afonso Silvestre, os filmes de Pasolini demonstram uma narrativa frágil e ao mesmo tempo perturbadora. “O artista criou um nó que, por não ter solução, faz-se resolvido, incômodo, e ele é confeccionado em cada trabalho, ensaístico, poético, narrativo, cinematográfico, teatral, de maneira delicada”, ressalta Afonso.
O Memorial Casa Régis Pacheco fica situado na Praça Tancredo Neves, ao Lado da Catedral Nossa Senhora das Vitórias.
terça-feira, 10 de dezembro de 2019
BOLSA FAMÍLIA:
Os beneficiários do Bolsa Família começarão a receber nesta terça-feira (10) o abono natalino, equivalente ao décimo terceiro do benefício. Instituído pela Medida Provisória 898, editada em outubro, o abono consiste no benefício pago em dobro em dezembro.
Segundo a Caixa Econômica Federal, que administra os pagamentos, 13,1 milhões de famílias estão sendo atendidas pelo Bolsa Família em dezembro. Neste mês, o governo desembolsará R$ 2,5 bilhões com o pagamento do benefício deste mês, mais R$ 2,5 bilhões com o décimo terceiro.
O benefício extra será pago com o mesmo cartão, nas mesmas datas e por meio dos mesmos canais pelos quais os beneficiários recebem as parcelas regulares do Bolsa Família. Os beneficiários que recebem por meio de crédito em conta poupança ou na conta Caixa Fácil terão o valor do abono natalino creditado nas mesmas contas.
O calendário de pagamentos seguirá o dígito final do Número de Inscrição Social (NIS) do responsável familiar apresentado no cartão do programa.
Beneficiários com o final 1 serão pagos nesta terça-feira. O cronograma segue com o pagamento aos beneficiários com final 2 na quarta (11); final 3, dia 12; final 4, dia 13; final 5, dia 16; final 6, dia 17; final 7, dia 18; final 8, dia 19; final 9, dia 20, e final 0, dia 23.
sábado, 7 de dezembro de 2019
NANDO DA COSTA LIMA - CONTO:
No Cine Madrigal
Nando da Costa LimaEu estava matutando no passado de minha Conquista e acabei descobrindo que nós nunca tivemos um lugar fixo para ter saudade, cada geração teve seu ponto de encontro, e isto vem de muito tempo, desde o Gato Preto até a Praça do Gil. Teve um tempo que a grande onda da rapaziada da terra dos mongoiós era ficar sentado na curvinha do amor, ali aconteceram grandes flertes (paqueras). Todo “playboy” que se prezasse tinha que ficar pelo menos uma hora por dia plantado na curvinha do amor que nada mais era que uma das esquinas do Jardim das Borboletas (Hoje Tancredo Neves), onde Aurelino vendia o seu famoso acarajé. Este ponto teve vida curta!.. Outro lugar que marcou época foi a alameda Ramiro Santos, não sei porque o pessoal achou de fazer dali uma passarela, era de segunda a sexta depois das seis horas. Muito sapato “Motinha” foi gasto subindo e descendo aquela alameda como se estivesse procurando alguma coisa…, o movimento acabava rápido como começava…, talvez até querendo alertar que a vida era bem mais que aquilo… Muito tempo depois o pessoal começou a frequentar a Praça do Gil, eu até falei na época que a pracinha lembrava uma adolescente provinciana pronta a se soltar ao primeiro acorde de um trio elétrico. Não sei porque a pracinha se apagou de uma hora para outra. Talvez devido ao crescimento da cidade.
Mas o que marcou mesmo toda minha geração foi a primeira sessão do Cine Madrigal. Segundo o Aurélio, Madrigal quer dizer “Galanteio”, e apesar de quase ninguém saber disso, o cinema era usado como um verdadeiro salão de galanteio, mas tudo na maior pureza do mundo! A gente passava a semana toda ensaiando a possível cantada que ia dar na “menina” na primeira sessão do Madrigal, era concorridíssima! O pessoal de sapato novo fazia questão de chegar mais cedo para sentar na primeira fileira e exibir o “cavalo de aço” com mais “naturalidade”. A mistura de perfumes impregnava o salão, ficava um cheiro enjoativo…, mas aos olhos do adolescente magrelo e desengonçado, tudo era lindo…! Principalmente naquele domingo que ele, depois de muito tempo criando coragem, conseguiu marcar um encontro com a menina que há meses vinha lhe tirando o sossego, estava nervosíssimo…, foi o primeiro a chegar, sentou-se na primeira fila e ficou esperando com o coração na mão…, ela chegou atrasada, o filme já tinha começado, imaginei que fosse por timidez! Entrou tateando segurando a mão de uma amiga, por coincidência sentou-se ao meu lado, meu coração quase saiu pela boca, tava mais emocionado que vereador quando recebe abraço de governador. Pensando que ela estava me enxergando quase me manifestei…, só não o fiz porque antes da minha tentativa ela cutucou a amiga e falou confidencialmente: “Tomara que aquele magrelo cabeçudo não me encontre, se ele sentar perto de mim eu vou embora”. Saí despistando pra não ser notado, fiquei tão traumatizado que só fui arranjar uma namorada dois anos depois, e por obra do destino foi no Cine Madrigal…
Em memória do Sr. Nivaldo Araújo
sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
CARLOS ALBÁN GONZÁLEZ - ESPORTE:
Copinha: "Bode" estreia contra o Fla
Carlos Albán González - jornalista
O Esporte Clube Primeiro Passo Vitória
da Conquista, na sua quinta participação consecutiva na Copa São Paulo de
Futebol Júnior – a Copinha - caiu no que se costuma chamar de “grupo da morte”,
considerando que terá como primeiro adversário o Flamengo, campeão brasileiro
sub 20, título ganho na semana passada, fechando para o rubro-negro carioca o
ciclo de conquistas nacionais (profissional e sub 17).
Com 128 clubes representando os 26
estados do Brasil e o Distrito Federal, divididos em 32 grupos, com sedes no
interior de São Paulo e no Estádio do
Canindé (capital), a Copinha será disputada entre os dias 2 e 25 de janeiro,
data dos 466 anos da capital paulista. O maior torneio do mundo reunindo
atletas com menos de 20 anos é promovido pela Prefeitura paulista e organizado
pela Federação Paulista de Futebol (FPF). O São Paulo é o atual campeão. O estádio
do Pacaembu receberá a final.
Vitória da Conquista e Flamengo estão
no grupo 25, com sede em Diadema (21 kms. da capital paulista), situada no
ABCD, um dos maiores polos econômicos do
país. Os outros dois integrantes da chave são o Água Santa, o principal clube da cidade, e o Trem,
representante da distante Macapá, no Amapá.
Interessante
é que o Trem e o Água
Santa foram fundados por operários. O time amapaense, 143 no ranking da
CBF,
conhecido por Locomotiva, foi fundado por ferroviários, em 1º de janeiro
de
1947. Formador de atletas em suas divisões inferiores, o Água Santa, 122
no
ranking nacional, vai integrar em 2020 a elite do futebol paulista. A
equipe do ABCD é produto da migração nordestina para o Sudeste no século
passado. Sua
fundação data de 27 de outubro de 1981. Com 386.934 habitantes, uma
renda per
capita de R$ 31.900 e um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
considerado
alto, Diamantina é hoje o local de morada de 31.661 baianos.
A garotada do E.C,P.P. Vitória da
Conquista viaja para o interior de São Paulo na certeza de que não faltará
incentivo nas partidas que fará na Arena Inamar (capacidade para 10 mil
pessoas), por parte dos nordestinos, principalmente dos seus conterrâneos
baianos. A estreia está marcada para o dia 4, às 11 horas, contra o Flamengo,
provavelmente com transmissão de televisão (SporTV, Cultura e Vivo); no dia 7,
às 12h45, enfrentará os donos da casa, o Água Santa; e no dia 10, às 12h45, terá
o Trem pela frente. Os dois primeiros colocados de cada grupo passam para as
fases seguintes, no formato mata-mata.
Além do Vitória da Conquista, o futebol
júnior baiano terá mais quatro representantes na Copinha: o Vitória (grupo 5,
em Jaú), Bahia (grupo 13, em Indaiatuba), Jacuipense (grupo 19, em Itapira) e
Canaã (grupo 31, em Nicolau Alayon).
A
título de curiosidade constatei que o Canaã, integrante da 2ª divisão
do futebol baiano, é mantido pelo projeto sócio-educacional Nova Canaã,
criado pela Igreja Universal do Reino de Deus, na cidade de Irecê (BA). A
principal finalidade do clube é preparar jovens e colocá-los no mercado
do futebol. O meia Pedrinho, do Corinthians, foi o primeiro; outros
seis estão se submetendo a testes no clube paulista. Uma cartilha
distribuída pela Iurd proíbe os jogadores de usarem brincos, falar
palavrão e aconselha a evitar atingir o adversário com faltas; não há a
obrigação de assistir as sessões de "descarrego".
sábado, 30 de novembro de 2019
NANDO DA COSTA LIMA - CONTO
Nando da Costa Lima
A Coluna Prestes passou pela Bahia nos anos 1925/26. Mesmo tendo
perdido prestígio com o tempo, ainda eram vistos por muitos como heróis.
Também surgiram várias lendas depreciando ou elogiando o movimento
militar surgido em 1925. O levante só durou dois anos, e a Coluna
percorreu mais de vinte mil quilômetros. Quando a situação foi
contornada, os militares voltaram pros quartéis, mas ficaram os bandos
de civis armados vagando pelos sertões dos conturbados anos 20. Muita
coisa errada aconteceu por causa disso. A revolta foi uma insatisfação
militar contra o governo federal, nessa época Prestes não tinha ligação
nenhuma com o comunismo…
O encontro estava tenso. Os homens de bem da cidade estavam reunidos para discutir o que fazer caso os revoltosos passassem pela cidade. Era a terceira reunião dos coronéis em menos de 10 dias. Não se chegava a um acordo, não sabiam se iriam receber a Coluna como amigos ou inimigos. Tinham que arranjar um jeito de respeitar o governo, que eram contra aquela “marcha de gente sem o que fazer”. Mas também sabiam que se os revoltosos entrassem na cidade, iriam saquear e soltar os presos. Isso sem falar nas mulheres. Se eles tentassem, o jeito seria recebê-los à bala. Sò que os revoltosos eram um número bem maior, seria uma carnificina. E os coronéis do Planalto estavam bem armados.
As senhoras dos coronéis já tinham uma solução para o problema: elas haviam decidido que colocariam olheiros nos pontos mais altos da serra e nas principais entradas da cidade. Caso o vigilantes vissem ou ouvissem alguma coisa, desceriam e avisariam pros coronéis, que subiriam em comitiva e fora da cidade negociariam uma solução. Perguntariam aos chefes da Coluna quais eram as suas necessidades e se prontificariam a fornecer o que fosse necessário sem que houvesse hostilidade com o povo da cidade. Quando elas mandaram os maridos levarem essa ideia pra última reunião, todos concordaram. Deve ter sido Nossa Senhora das Vitórias que clareou. Os coronéis começaram a pôr o plano em ação de imediato: escolheram os rapazes mais fortes da cidade, os atletas da época, e os distribuíram nos pontos mais altos da serra. Cada um ficaria com uma montaria arriada, para não perderem tempo caso ocorresse alguma suspeita. Se acontecesse, a comitiva subiria para a serra, já estava tudo acertado entre os coronéis. Uns dariam dinheiro, outros gado, outros mantimentos. Fariam uma proposta bem chamativa, não queriam confusão, já que um bando de homens armados passando por dentro de uma cidade ordeira não ia terminar bem. O dono do bar exagerou um pouco quando disse que seria um massacre, mas ele tinha suas razões. Tinha uma família grande e bonita pensou até em mandá-los pro Simão, mas não adiantava: ninguém sabia por onde os revoltosos viriam. Ele estava tão preocupado que prometeu um barril de 50 litros de pinga e um saco da legítima Jurubeba Leão do Norte (nessa época era vendida em sacos de estopa, as 36 garrafas eram revestidas com palha). Aquela atitude causou admiração, Seu Duda não era de abrir a mão por nada, deve ter sido o medo de algum revoltoso se engraçar com Marivone. É nisso que dá casar com mulher bonita! Os coronéis escolheram Ivo pra ficar no Cruzeiro, era a passagem mais provável. Se os revoltosos viessem, com certeza seria por ali. Ivo era um atleta natural, praquela época um homem com 1,90m e forte se destacava em qualquer canto. Além disso, ele jogava futebol, praticava boxe, nadava… Era o homem certo. Daí o motivo de os coronéis o colocarem no ponto mais estratégico da Serra do Periperi. Ele era um grande corredor e tinha muita resistência. Quis até dispensar a montaria, mas os coronéis fizeram questão de deixar uma bom cavalo à disposição do olheiro atleta. Era uma questão de sobrevivência da
cidade, ninguém podia vacilar! As mulheres pediram aos coronéis para colocarem um jagunço no lugar de Ivo, ele era o único professor de educação física da cidade. Mas os coronéis sabiam que um jagunço não seria de total confiança, afinal, ele iria se encontrar com gente como ele, seria fácil ele se identificar com a Coluna. Tinha que ser Ivo, um jovem em que todos confiavam. Ele daria conta do recado. Dona Rosálio tava estranhando. Se a Coluna não tinha passado nem em Jequié nem em Poções, como é que estariam chegando aqui? Isso devia ser conversa fiada. Dona Turmalinda completou: “Pro lado do Verruga, também ninguém ouviu falar em revoltoso”. Ivo estava cochilando no ponto de vigília que lhe deixaram com um binóculo e uma montaria pra ele dar notícia de qualquer movimento suspeito… Mas o cochilo de Ivo tava pesado e ele deve ter sonhado com uma invasão dos revoltosos. Acordou com um grito agudo: “Te apruma, revoltoso”. Ivo nem olhou pra trás, nem se lembrou do cavalo, desceu a ladeira numa carreira alucinada. Por onde passava, arrebatava dois ou três curiosos. Quando chegou na casa do coronel que chefiava a comitiva, apontou pra serra e gritou: “Revoltosos!”. O coronel, mesmo desconfiado, escalou o resto da comitiva e subiu a serra a galope. Ivo já tinha cumprido seu papel, ficou sendo abanado e tomando garapa de cana pra recuperar. Já era um herói!
Quando os coronéis chegaram no local indicado pelo atleta, deram de cara com o tropeiro Dão Bilhete vindo com sua tropa de quarenta burros carregados de artigos oriundos da capital pra vender em Conquista na última feira antes do Natal. Os coronéis perguntaram pra ele se tinha visto algum movimento de revoltosos pelo caminho da capital pra cá. Ele relatou que a Coluna foi pro lado de Condeúba e Mortugaba, mas que agora já estava longe, e brincou: “O único rebelde que tem aqui é o meu burro, que batizei de Revoltoso”. Dão ainda contou que a Coluna pegou o povo de Condeúba de surpresa, mas em Mortugaba a coisa foi diferente, o pessoal já esperava e deu as caras. A briga foi feia.
A comitiva desceu a serra bem mais calma só de saber que a Coluna já estava longe. Fizeram uma reunião extraordinária na parte de cima da igreja e comunicaram à população que os revoltosos cortaram volta, passaram por Condeúba. Alguém devia ter falado pra eles que a coisa aqui era diferente…Tá pensando o quê?! Livraram a cara do atleta herói, nem contaram que a carreira que ele deu do Cruzeiro até o Centro foi por conta do tropeiro Dão Biilhete ter chamado o burro que lhe servia de montaria no grito: “Te apruma, Revoltoso!”…
Ivo fez uma compra vultosa na mão de Dão Bilhete, deixou até uma gorjeta gorda. Mas Seu Dão já tinha garantido que ninguém ia ficar sabendo da ocorrência no alto da Serra do Periperi. Até o nome do burro ele já tinha mudado pra Bentivi.
O encontro estava tenso. Os homens de bem da cidade estavam reunidos para discutir o que fazer caso os revoltosos passassem pela cidade. Era a terceira reunião dos coronéis em menos de 10 dias. Não se chegava a um acordo, não sabiam se iriam receber a Coluna como amigos ou inimigos. Tinham que arranjar um jeito de respeitar o governo, que eram contra aquela “marcha de gente sem o que fazer”. Mas também sabiam que se os revoltosos entrassem na cidade, iriam saquear e soltar os presos. Isso sem falar nas mulheres. Se eles tentassem, o jeito seria recebê-los à bala. Sò que os revoltosos eram um número bem maior, seria uma carnificina. E os coronéis do Planalto estavam bem armados.
As senhoras dos coronéis já tinham uma solução para o problema: elas haviam decidido que colocariam olheiros nos pontos mais altos da serra e nas principais entradas da cidade. Caso o vigilantes vissem ou ouvissem alguma coisa, desceriam e avisariam pros coronéis, que subiriam em comitiva e fora da cidade negociariam uma solução. Perguntariam aos chefes da Coluna quais eram as suas necessidades e se prontificariam a fornecer o que fosse necessário sem que houvesse hostilidade com o povo da cidade. Quando elas mandaram os maridos levarem essa ideia pra última reunião, todos concordaram. Deve ter sido Nossa Senhora das Vitórias que clareou. Os coronéis começaram a pôr o plano em ação de imediato: escolheram os rapazes mais fortes da cidade, os atletas da época, e os distribuíram nos pontos mais altos da serra. Cada um ficaria com uma montaria arriada, para não perderem tempo caso ocorresse alguma suspeita. Se acontecesse, a comitiva subiria para a serra, já estava tudo acertado entre os coronéis. Uns dariam dinheiro, outros gado, outros mantimentos. Fariam uma proposta bem chamativa, não queriam confusão, já que um bando de homens armados passando por dentro de uma cidade ordeira não ia terminar bem. O dono do bar exagerou um pouco quando disse que seria um massacre, mas ele tinha suas razões. Tinha uma família grande e bonita pensou até em mandá-los pro Simão, mas não adiantava: ninguém sabia por onde os revoltosos viriam. Ele estava tão preocupado que prometeu um barril de 50 litros de pinga e um saco da legítima Jurubeba Leão do Norte (nessa época era vendida em sacos de estopa, as 36 garrafas eram revestidas com palha). Aquela atitude causou admiração, Seu Duda não era de abrir a mão por nada, deve ter sido o medo de algum revoltoso se engraçar com Marivone. É nisso que dá casar com mulher bonita! Os coronéis escolheram Ivo pra ficar no Cruzeiro, era a passagem mais provável. Se os revoltosos viessem, com certeza seria por ali. Ivo era um atleta natural, praquela época um homem com 1,90m e forte se destacava em qualquer canto. Além disso, ele jogava futebol, praticava boxe, nadava… Era o homem certo. Daí o motivo de os coronéis o colocarem no ponto mais estratégico da Serra do Periperi. Ele era um grande corredor e tinha muita resistência. Quis até dispensar a montaria, mas os coronéis fizeram questão de deixar uma bom cavalo à disposição do olheiro atleta. Era uma questão de sobrevivência da
cidade, ninguém podia vacilar! As mulheres pediram aos coronéis para colocarem um jagunço no lugar de Ivo, ele era o único professor de educação física da cidade. Mas os coronéis sabiam que um jagunço não seria de total confiança, afinal, ele iria se encontrar com gente como ele, seria fácil ele se identificar com a Coluna. Tinha que ser Ivo, um jovem em que todos confiavam. Ele daria conta do recado. Dona Rosálio tava estranhando. Se a Coluna não tinha passado nem em Jequié nem em Poções, como é que estariam chegando aqui? Isso devia ser conversa fiada. Dona Turmalinda completou: “Pro lado do Verruga, também ninguém ouviu falar em revoltoso”. Ivo estava cochilando no ponto de vigília que lhe deixaram com um binóculo e uma montaria pra ele dar notícia de qualquer movimento suspeito… Mas o cochilo de Ivo tava pesado e ele deve ter sonhado com uma invasão dos revoltosos. Acordou com um grito agudo: “Te apruma, revoltoso”. Ivo nem olhou pra trás, nem se lembrou do cavalo, desceu a ladeira numa carreira alucinada. Por onde passava, arrebatava dois ou três curiosos. Quando chegou na casa do coronel que chefiava a comitiva, apontou pra serra e gritou: “Revoltosos!”. O coronel, mesmo desconfiado, escalou o resto da comitiva e subiu a serra a galope. Ivo já tinha cumprido seu papel, ficou sendo abanado e tomando garapa de cana pra recuperar. Já era um herói!
Quando os coronéis chegaram no local indicado pelo atleta, deram de cara com o tropeiro Dão Bilhete vindo com sua tropa de quarenta burros carregados de artigos oriundos da capital pra vender em Conquista na última feira antes do Natal. Os coronéis perguntaram pra ele se tinha visto algum movimento de revoltosos pelo caminho da capital pra cá. Ele relatou que a Coluna foi pro lado de Condeúba e Mortugaba, mas que agora já estava longe, e brincou: “O único rebelde que tem aqui é o meu burro, que batizei de Revoltoso”. Dão ainda contou que a Coluna pegou o povo de Condeúba de surpresa, mas em Mortugaba a coisa foi diferente, o pessoal já esperava e deu as caras. A briga foi feia.
A comitiva desceu a serra bem mais calma só de saber que a Coluna já estava longe. Fizeram uma reunião extraordinária na parte de cima da igreja e comunicaram à população que os revoltosos cortaram volta, passaram por Condeúba. Alguém devia ter falado pra eles que a coisa aqui era diferente…Tá pensando o quê?! Livraram a cara do atleta herói, nem contaram que a carreira que ele deu do Cruzeiro até o Centro foi por conta do tropeiro Dão Biilhete ter chamado o burro que lhe servia de montaria no grito: “Te apruma, Revoltoso!”…
Ivo fez uma compra vultosa na mão de Dão Bilhete, deixou até uma gorjeta gorda. Mas Seu Dão já tinha garantido que ninguém ia ficar sabendo da ocorrência no alto da Serra do Periperi. Até o nome do burro ele já tinha mudado pra Bentivi.
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