Equipes que coletam testes
para pesquisa nacional sobre coronavírus são detidas e agredidas
O estudo pretende testar amostra de
33.250 pessoas em 133 cidades, em todos os estados
Testes rápidos de Covid-19
Foto: NICOLAS ASFOURI / AFP
EM ESTADOS DO NORTE/NORDESTE:
Equipes da primeira pesquisa sobre a
epidemia de Covid-19 estão sendo detidas pela polícia, impedidas de trabalhar
por governos municipais ou agredidas nas ruas. O estudo pretende testar amostra
de 33.250 pessoas em 133 cidades, em todos os estados. O objetivo é estimar
quantos brasileiros já foram infectados pelo novo coronavírus, o que auxilia o
planejamento do combate à doença e o seu estudo científico.
Em Santarém (PA) a polícia levou a
equipe da pesquisa para a delegacia e apreendeu os testes para a Covid-19.
Houve detenções em São Mateus (ES), Imperatriz (MA), Picos (PI), Patos (PB),
Natal (RN), Crateús e Serra Talhada (CE), Rio Verde (GO), Cachoeiro do
Itapemirim (ES), Caçador (SC) e Barra do Garça (MT), afirmam os coordenadores
do trabalho, da Universidade Federal de Pelotas, e o Ibope, que faz o trabalho
de campo.
Em vários municípios, o material de
testes foi destruído, e as equipes do estudo tiveram de abandonar a cidade e
desistir da pesquisa, afirmam os coordenadores. A pesquisa é financiada pelo
Ministério da Saúde e foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
Em Mossoró (RN), os entrevistadores
relatam que foram agredidos na rua, acusados de violar a quarentena; em Crateús
(CE), as autoridades disseram que não poderiam garantir a segurança do pessoal
da pesquisa.
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