Senador Cid Gomes é baleado ao tentar invadir quartel no Ceará
Segundo o ex-governador do Ceará e ex-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), irmão de Cid, ele levou dois tiros, mas não corre risco de morte.
Cid, que está licenciado do Senado, dirigia uma retroescavadeira e tentou avançar sobre o portão do batalhão da cidade, tomado por policiais militares. O trator foi alvejado e teve os vidros estilhaçados.
O senador foi retirado por pessoas que o acompanhavam, consciente e andando, e levado ao hospital do Coração de Sobral. A assessoria de Cid informou que o senador passava por estabilização e que ele será transferido para a Santa Casa de Misericórdia de Sobral.
Nas redes sociais, Ciro Gomes disse que as balas não atingiram órgãos vitais.
"Meu irmão Cid Gomes foi vítima de dois tiros de arma de fogo por parte de policiais militares amotinados e mascarados em Sobral, nossa cidade. Até aqui as informações médicas são de que as balas não atingiram órgãos vitais apesar de terem mirado seu peito esquerdo", escreveu Ciro.
"Novos exames estão sendo feitos, mas a palavra aos familiares e amigos é de que Cid não corre risco de morte. Espero serenamente, embora cheio de revolta, que as autoridades responsáveis apresentem prontamente os marginais que tentaram este homicídio bárbaro às penas da lei", afirmou.
No início da tarde, Cid Gomes avisou por meio de rede social que chegaria em Sobral para tentar negociar o fim do motim dos policiais militares. Ele pediu que a população o acompanhasse até o batalhão.
Desde a noite de terça-feira (18), PMs fazem motim contra a proposta de reestruturação salarial feita pelo governo do Estado.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estava reunido com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), quando soube que Cid Gomes havia sido baleado.
Ele tentou, sem sucesso, ligar para o celular de Cid. Depois, entrou em contato com o ministro Sergio Moro (Justiça) e com o governador Camilo Santana (PT).
"Acompanho com preocupação os desdobramentos do ocorrido com o senador Cid Gomes, na tarde desta quarta-feira (19), em Sobral, no Ceará. Entrei em contato o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o governador do Ceará, Camilo Santana, para obter informações e garantir a segurança do parlamentar", disse Alcolumbre em nota.
Até o momento, três policiais foram presos e 261 são investigados por participarem do protesto, que foi proibido na segunda (17) pela Justiça.
Em meio aos atos, dois batalhões foram atacados por homens encapuzados, que roubaram dez viaturas em uma das unidades e esvaziaram pneus dos carros em outra.
Na segunda-feira (17), a Justiça havia determinado, a pedido do Ministério Público Estadual, que agentes de segurança poderiam sofrer sanções e até serem presos por promoverem movimentos grevistas ou manifestações no estado.
Em um dos ataques, no batalhão no bairro do Papicu, cerca de dez viaturas foram levadas. Em outro, na Barra do Ceará, os carros tiveram os pneus esvaziados. O governo vai investigar as ações, mas o secretário da Segurança, André Costa, disse nesta quarta-feira que podem ser policiais e até esposas de policiais envolvidos nessas ações.
Os protestos já chegam ao menos a sete cidades do interior do Ceará. Em Sobral, homens encapuzados, com o corpo para fora das janelas de viaturas da Polícia Militar, circularam pelo centro da cidade nesta quarta ordenando que comerciantes fechassem as portas.
Muitos só reabriram as lojas após a chegada de policiais civis e guardas municipais, que estão patrulhando algumas cidades do Ceará com a paralisação de parte da PM.
Desde o início de 2020, o governo de Camilo Santana (PT) e associações dos policiais e bombeiros militares negociam uma reestruturação salarial. Nesta terça-feira a proposta final foi enviada para a Assembleia Legislativa, que vai discutir o projeto e votar, mas parte da categoria não ficou satisfeita com o que foi definido.
A proposta de reestruturação salarial enviada prevê aumento de cerca de R$ 3.400 para cerca R$ 4.500 no salário dos soldados. O pagamento será feito em três parcelas (em março de cada ano) até 2022.
Inicialmente o oferecido havia sido aumento para R$ 4.200, em quatro parcelas, mas foi revisto após as associações que representam a classe terem rejeitado a oferta.
O governador disse que a proposta já está no limite do que o Estado pode oferecer.
O deputado estadual Soldado Noelio (Pros), que participou da negociação com o governo, diz que o projeto não satisfaz a categoria por não apresentar um plano de carreira para os policiais e bombeiros militares.
Segundo o governo, os policiais que participarem de protestos ou abandonarem o serviço serão excluídos da folha de pagamento. "Os comandos não irão tolerar atos de indisciplina e quebra de hierarquia", diz a nota do governo.
Camilo disse que pediu ao governo federal ajuda para o patrulhamento das cidades cearenses durante os protestos e o motim de parte dos PMs.
O contato foi feito, segundo ele, com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos.
Em janeiro de 2019, durante ações de facções criminosas por todo o estado, o governo federal enviou agentes da Força Nacional para auxiliar no policiamento.
O Ministério da Justiça divulgou nota em que informa que está acompanhando a situação no Ceará e "analisando as providências que podem ser tomadas".
"Já foram enviadas equipes da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal para Sobral para garantir a segurança do senador Cid Gomes", diz o comunicado.
Cid Gomes é senador licenciado. Ele se afastou em dezembro para cuidar das eleições municipais no Ceará. Em seu lugar assumiu seu suplente Prisco Bezerra (PDT-CE).
Sobral é a base eleitoral de Ciro Gomes, candidato a presidente derrotado em 2018 e que apoia o governador Camilo Santana.
Cid foi governador do Estado em momento semelhante de crise com a PM, em 2012.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estava reunido com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), quando soube que Cid Gomes havia sido baleado.
Ele tentou, sem sucesso, ligar para o celular de Cid. Depois, entrou em contato com o ministro Sergio Moro (Justiça) e com o governador Camilo Santana (PT).
"Acompanho com preocupação os desdobramentos do ocorrido com o senador Cid Gomes, na tarde desta quarta-feira (19), em Sobral, no Ceará. Entrei em contato o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o governador do Ceará, Camilo Santana, para obter informações e garantir a segurança do parlamentar", disse Alcolumbre em nota.
Até o momento, três policiais foram presos e 261 são investigados por participarem do protesto, que foi proibido na segunda (17) pela Justiça.
Em meio aos atos, dois batalhões foram atacados por homens encapuzados, que roubaram dez viaturas em uma das unidades e esvaziaram pneus dos carros em outra.
Na segunda-feira (17), a Justiça havia determinado, a pedido do Ministério Público Estadual, que agentes de segurança poderiam sofrer sanções e até serem presos por promoverem movimentos grevistas ou manifestações no estado.
Em um dos ataques, no batalhão no bairro do Papicu, cerca de dez viaturas foram levadas. Em outro, na Barra do Ceará, os carros tiveram os pneus esvaziados. O governo vai investigar as ações, mas o secretário da Segurança, André Costa, disse nesta quarta-feira que podem ser policiais e até esposas de policiais envolvidos nessas ações.
Os protestos já chegam ao menos a sete cidades do interior do Ceará. Em Sobral, homens encapuzados, com o corpo para fora das janelas de viaturas da Polícia Militar, circularam pelo centro da cidade nesta quarta ordenando que comerciantes fechassem as portas.
Muitos só reabriram as lojas após a chegada de policiais civis e guardas municipais, que estão patrulhando algumas cidades do Ceará com a paralisação de parte da PM.
Desde o início de 2020, o governo de Camilo Santana (PT) e associações dos policiais e bombeiros militares negociam uma reestruturação salarial. Nesta terça-feira a proposta final foi enviada para a Assembleia Legislativa, que vai discutir o projeto e votar, mas parte da categoria não ficou satisfeita com o que foi definido.
A proposta de reestruturação salarial enviada prevê aumento de cerca de R$ 3.400 para cerca R$ 4.500 no salário dos soldados. O pagamento será feito em três parcelas (em março de cada ano) até 2022.
Inicialmente o oferecido havia sido aumento para R$ 4.200, em quatro parcelas, mas foi revisto após as associações que representam a classe terem rejeitado a oferta.
O governador disse que a proposta já está no limite do que o Estado pode oferecer.
O deputado estadual Soldado Noelio (Pros), que participou da negociação com o governo, diz que o projeto não satisfaz a categoria por não apresentar um plano de carreira para os policiais e bombeiros militares.
Segundo o governo, os policiais que participarem de protestos ou abandonarem o serviço serão excluídos da folha de pagamento. "Os comandos não irão tolerar atos de indisciplina e quebra de hierarquia", diz a nota do governo.
Camilo disse que pediu ao governo federal ajuda para o patrulhamento das cidades cearenses durante os protestos e o motim de parte dos PMs.
O contato foi feito, segundo ele, com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos.
Em janeiro de 2019, durante ações de facções criminosas por todo o estado, o governo federal enviou agentes da Força Nacional para auxiliar no policiamento.
O Ministério da Justiça divulgou nota em que informa que está acompanhando a situação no Ceará e "analisando as providências que podem ser tomadas".
"Já foram enviadas equipes da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal para Sobral para garantir a segurança do senador Cid Gomes", diz o comunicado.
Cid Gomes é senador licenciado. Ele se afastou em dezembro para cuidar das eleições municipais no Ceará. Em seu lugar assumiu seu suplente Prisco Bezerra (PDT-CE).
Sobral é a base eleitoral de Ciro Gomes, candidato a presidente derrotado em 2018 e que apoia o governador Camilo Santana.
Cid foi governador do Estado em momento semelhante de crise com a PM, em 2012.
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