terça-feira, 29 de agosto de 2023

FALANDO DO CONTO

 

CADA CONTO, UM PONTO

Ricardo De Benedictis

O saudoso prefeito Herzem ladeado por mim e por Ricardinho De Benedictis - Rádio Melodia

Falando sério, amigos, estive uma semana no leito do hospital e sempre recebia visitas de amigos, mesmo que ligeiras, nos horários disponibilizados, de 11 da manhã e de 5 da tarde. As visitas eram dos filhos que vinham sempre me ver e opinar sobre minha aparência, apesar da quebradeira geral que é o fato de estar preso a um leito hospitalar.

Dentre as visitas de amigos, filhos à parte, um deles quis saber sobre as constantes contações de um conterrâneo que é um poço de boas e hilariantes histórias sobre nossos conterrâneos, nem sempre verdadeiras, muitas tiradas das conversas de adolescentes que incentivados pelos mais experientes, passavam a reverberar seus contos e escolhiam pessoas conhecidas para protagonistas!

Numa dessas ele me perguntou explicitamente sobre um conto dando conta do sumiço de um amigo comum que desaparecera e o contista colocara como autor do seu cárcere privado, outro amigo, por sinal músico e contemporâneo. Eu prontamente lhe disse tratar-se de uma brincadeira sem qualquer maldade.

E agora fico pensando. Não teria eu, sido vítima de tantas novelas em Poções? Claro que sim e não tenho motivos para me aborrecer com os amigos. Se lembraram ou lembram de mim, é sinal de que estive em suas vidas, mesmo que pela enviesada porta da mentirinha. Atribui-se ao contador de histórias que ele sempre põe um ponto no seu conto. Isto quer dizer que quem conta tem o privilégio de dar sua versão dos fatos ali narrados. Se assim não fosse, que graça teria? E quando alguém quer manifestar-se sobre aquela ideia ele costuma dar um pontinho da sua elegância, do seu estilo. É assim que a vida segue seu rumo!

O bom mesmo é o humor que o contista utiliza para adoçar sua narrativa, oferecendo momentos hiláricos ou trágicos a situações nem sempre tão engraçadas assim.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

MORRE EX-PREFEITO HÉLIO RIBEIRO, AOS 86 ANOS

MORRE O EX-PREFEITO  HÉLIO RIBEIRO

Luís Carlos Fernandes na Coluna Taberna da História Conquistense narrando um pouco da vida de Hélio Ribeiro Santos, ex-prefeito de Vitória da Conquista que faleceu na tarde deste domingo (27) aos 86 anos. Hélio estava no Hospital SAMUR, onde passou por intervenções cardíacas e se recuperava na Unidade de Terapia Intensiva.

HÉLIO ERA UM GENTLEMAN

Hélio Ribeiro Santos é filho do comerciante Waldomiro Almeida Santos e Alayde Ribeiro Santos. Nascido no Distrito do Japomirim, hoje pertencente ao Município de Itagibá, Centro Sul da Bahia, mas naquela época pertencia a Boa Nova, situado à margem do Rio de Contas em frente a Ipiaú. Nasceu na fazenda de seu pai no dia 21 de dezembro de 1935. Aos 4 anos já estava morando em Jequié. Foi casado com Sônia Barreto Ribeiro Santos. Aposentado do Banco do Brasil, onde trabalhou entre 1955 a 1976, sendo adido da Ceplac [Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira] entre fevereiro de 1962 e abril de 1968, em Itabuna. Em Vitória da Conquista, além de comerciante [sócio da Waldomiro Almeida & Cia Ltda], diretor da LAVISA (Laticínio Vitória da Conquista S.A) e cafeicultor em Barra do Choça. Desenvolveu várias atividades sociais, com destaque para o Movimento de Cursilhos de Cristandade.

Ingressou na política a convite de Dilson Ribeiro de Oliveira (também de família tradicional de Jequié) que, a pedido de Pedral, o convidou para ser seu candidato a vice nas eleições de 1982, enfrentando Sebastião Castro (também do MDB e apoiado por Jadiel), Margarida Oliveira (do PDS de Antônio Carlos Magalhães) e Ruy Medeiros (do PT recém-criado por Lula e seus companheiros). Pedral escolheu bem seu vice, pois trazia para junto de si uma liderança fora dos quadros do MDB que agregava votos de dois importantes segmentos da sociedade: da Igreja Católica (pois ele era integrante do Movimento de Cursilhos) e do Comércio (pois era participante da Associação Comercial e Industrial de Vitória da Conquista e do Clube de Diretores Lojistas). Hélio aceitou na condição de participar também da gestão, inclusive mantendo um gabinete na Prefeitura. Pedral concordou e afirmou que lhe delegaria a supervisão da área financeira, não se limitando, portanto, à expectativa de possíveis substituições do Titular (por diversas vezes, em viagens rápidas de Pedral, cumpriu a substituição mantendo o ritmo das atividades administrativas).

Depois, quando Pedral foi coordenar a campanha vitoriosa de Waldir Pires para Governador da Bahia em 1986 e, em seguida, quando o mesmo Pedral foi assumir a pasta da Secretaria dos Transportes do Estado, é que Hélio Ribeiro assumiu, primeiro por cinco meses, depois, já como prefeito, por um período de um ano e cinco meses. Na sua administração, além de dar continuidade às obras programadas por Pedral [Hospital Municipal Esaú Matos, Feira Coberta do Bairro Brasil, Biblioteca Municipal José de Sá Nunes, macro-drenagem dos Bairros Jurema e Recreio], Hélio moveu gestões junto ao Governador do Estado Waldir Pires e ao Ministro da Educação Carlos Santana no sentido de implantar o Hospital de Base e o Cefet nesta cidade, doando os terrenos para a edificação desses equipamentos. Mas, a maior marca da gestão Hélio Ribeiro foi, certamente, com relação ao funcionalismo público municipal. Oriundo do Banco do Brasil, onde existia uma carreira de progressão funcional de acordo com o tempo de serviço e merecimento, adotou este mesmo critério para os funcionários administrativos e também para os professores municipais, com a implantação do PCCS (Plano de Cargos e Salários) e do Estatuto do Magistério, estabelecendo o piso salarial da categoria em 2.1 salários mínimos, além da Reforma Administrativa,

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

ARTIGO SOBRE ABL:

EXCELENTE TEXTO.
CONCORDO LITERALMENTE!!!
3 d 
A DECADÊNCIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Todas as grandes línguas de cultura têm academias de Letras. As primeiras, como a Academia Francesa e a Real Academia Espanhola, surgiram ainda nos séculos XVII e XVIII, quando as línguas nacionais começavam a se firmar como idiomas de prestígio e a fazer frente ao até então todo-poderoso latim. A nossa Academia Brasileira de Letras foi fundada em 1897 por iniciativa do grande mestre Machado de Assis e de Lucio de Mendonça, e seu lema é ‘Ad Immortalitatem’, “Para a Imortalidade”, donde seus membros serem conhecidos como “imortais”.
Desde sua fundação, a Academia tem sido reconhecida de maneira inconteste como a guardiã da língua portuguesa no Brasil e de sua literatura. Embora seja uma instituição de cunho privado, ao contrário de outras academias do gênero, sua influência penetra na esfera estatal, como, por exemplo, por ocasião das reformas ortográficas de 1943 e 1990, que se transformaram em leis. Na esteira da legislação sobre a ortografia, coisa que a maioria das grandes línguas do mundo não tem, a ABL publica também o VOLP — Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
Ilustres literatos e pensadores brasileiros, bem como grandes cultores do idioma pertencentes a outras áreas do saber, como médicos, professores, juristas e jornalistas, pertenceram às suas fileiras, tais como Ruy Barbosa, Olavo Bilac, Visconde de Taunay, Oswaldo Cruz, Clovis Bevilacqua, Silvio Romero, José do Patrocinio, Joaquim Nabuco, Aloysio Azevedo, Euclydes da Cunha, Laudelino Freire, Vianna Moog, Rachel de Queiroz, Guimarães Rosa, Barbosa Lima Sobrinho, e muitos outros.
No entanto, de tempos para cá, a Academia passou a acentuar uma prática que já era algo costumeira desde seus primórdios: eleger membros que pouco ou nada contribuíram para o enriquecimento do idioma e de sua literatura, mas apenas exerciam influência política ou popular. Basta dizer que até Getulio Vargas e Ivo Pitanguy foram imortais.
A eleição de figuras pouco representativas em termos de língua vem desde as origens: os fundadores da ABL decidiram escolher patronos para suas cadeiras, coisa que não existia em outras academias mais antigas, e, como apontou ainda em 1923 o acadêmico Afranio Peixoto num discurso na própria Academia, muitos desses fundadores escolheram como seus patronos nomes de qualidade literária duvidosa, como Adelino Fontoura e Pardal Mallet.
Mais recentemente, a ABL elegeu os ex-presidentes da república José Sarney, autor de Marimbondos de fogo, grande monumento de nossas letras (atenção: aqui há ironia), e Fernando Henrique Cardoso, autor da grande obra literária chamada Plano Real (ironia novamente). A indicação de Sarney deveu-se a Josué Montello, seu conterrâneo, que quis privilegiar — ou garantir uma reserva de mercado — ao Estado do Maranhão. Já FHC escreveu muitos textos acadêmicos (os quais ele posteriormente pediu que fossem esquecidos), mas, a meu ver, nenhum que tenha lustro em termos de apuro linguístico ou qualidade literária.
A seguir, veio o controverso letrista, escritor, místico e ex-hippie Paulo Coelho, aquele que não permite que os revisores corrijam seus (muitos) erros gramaticais e ortográficos porque, segundo sua visão místico-mercadológica, “Deus pode estar num erro de português”.
Então, seguindo o (mau) exemplo da Academia Sueca, que resolveu conceder o prêmio Nobel de literatura ao cantor e compositor americano Bob Dylan, a ABL admitiu mais recentemente os letristas de MPB Geraldo Carneiro, Antônio Cícero e Gilberto Gil, e também a atriz Fernanda Montenegro, o cineasta Cacá Diegues e o jornalista e comentarista “global” Merval Pereira, atual presidente da casa, que, à época de sua eleição, tinha apenas dois livros publicados (hoje tem três), sendo um deles uma coletânea de artigos e o outro uma série de reportagens feitas em coautoria.
Não nego o talento de alguns desses nomes ou o valor artístico de suas obras. No entanto, é preciso fazer algumas considerações. Primeiramente, se a Academia visa a contemplar perfis que muito contribuem ou contribuíram para o engrandecimento do idioma e de sua produção literária, então ela deveria agraciar os produtores de textos e não os simples reprodutores, como é o caso da atriz Fernanda Montenegro, que nunca escreveu uma linha em termos literários (seu único livro é uma autobiografia) e apenas reproduziu oralmente nos palcos e estúdios os textos de outrem.
O segundo ponto é que a ABL é uma academia de Letras, portanto voltada à linguagem verbal, sobretudo à escrita. Então, que sentido tem admitir produtores de discursos musicais ou audiovisuais, em que a linguagem verbal tem aspecto secundário e, por vezes, pouco importante? Em que pese a qualidade dos versos de Gil, seu registro escrito se encontra basicamente nos encartes de seus LPs e CDs (hoje em dia, com as plataformas de streaming, as letras das canções sequer têm versão escrita). Já Antônio Cícero teria sido eleito por versos como os de ‘Fullgas’? E por que Chico Buarque, nosso maior letrista e quem sabe maior poeta, vencedor do prêmio Camões, não está na Academia? Por que Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Cecilia Meirelles, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Érico Veríssimo e Mario Quintana nunca estiveram?
Este ano, o cartunista Mauricio de Sousa quase se tornou imortal; seria mais um criador cujo foco não é a língua e sim uma linguagem visual (o desenho) e cujos textos, voltados às crianças e vendidos em bancas de jornais, são propositalmente simplórios (ou “simplólios”, como diria o Cebolinha). Com todo o respeito ao brilhante cartunista, um de nossos orgulhos nacionais, em boa hora a Academia preferiu Ricardo Cavaliere, este sim um literato, estudioso e cultor do idioma, autor de relevantes contribuições à língua portuguesa.
Se o lema da Academia faz alusão à imortalidade, e se essa imortalidade é sobretudo da obra e não de seu autor, por que se privilegiam autores de obras descartáveis, como canções populares, filmes já datados ou romances soníferos?
Não há nenhum problema em que autores não ficcionistas, como cientistas, filósofos, filólogos, linguistas, gramáticos, juristas e jornalistas, façam parte da Academia, mas é preciso que tenham produzido obras de relevo em termos linguísticos e/ou culturais, que tenham dado contribuição significativa ao idioma. Entretanto, quer me parecer que o atual critério de escolha dos novos membros é mais político ou mercadológico do que de mérito acadêmico-cultural.
Com isso, a Academia Brasileira de Letras reproduz o que é o próprio Brasil: um país de privilégios, de pessoas “cordiais” (no sentido dado por Sergio Buarque de Holanda), em que amizade e compadrio valem mais do que conquistas pessoais e profissionais, enfim, um país pas sérieux. A ABL é hoje uma triste sombra do que um dia foi — se é que foi.
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ALDO BIZZOCCHI
Doutor em Linguística pela USP e pesquisador do NEHiLP-USP. Site: www.aldobizzocchi.com.br

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Fatalidade no Futebol |

 

Jogador do Bahia de Feira e ex-jogador do Bahia sofre infarto e morre durante treino, aos 36 anos

Foto: Reprodução | Instagram

Deon, jogador de futebol do Bahia de Feira morreu nesta quarta-feira (9), durante um treino em Feira de Santana, Centro-Norte Baiano. A Federação Baiana de Futebol (FBF) informou que ele sofreu um infarto no campo. José Aldean Oliveira de Jesus, conhecido como Deon, tinha 36 anos e nasceu em Itapicuru, no Norte da Bahia. Ele atuava como atacante no time da Série D, em Feira de Santana, há cinco anos. Deon também passou pelo Esporte Clube Bahia e pela Sociedade Esportiva Palmeiras. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada, mas os profissionais de saúde já encontraram o atleta morto. Não há detalhes sobre o enterro do jogador. A assessoria do Bahia de Feira publicou uma nota de pesar nas redes sociais e lamentou a morte do atacante. O E. C.  Bahia, time em que o jogador atuou por cerca de três anos, também enviou nota à imprensa. No texto, a assessoria destacou que o atacante foi revelado pelo clube. “Com grande pesar, o Esquadrão lamenta o trágico falecimento do atacante Deon, revelado pelo clube. Aos 36 anos, José Aldean Oliveira de Jesus, baiano de Itapicuru, passou mal durante o treino de hoje do Bahia de Feira, onde atuava. Ao todo, entre 2006 e 2008, disputou 11 jogos no time profissional tricolor e marcou 4 gols. Nossas condolências e solidariedade a familiares e amigos”. Espera-se agora qie o clube dê apoio financeiro à família do jogador. Registramos nossos pêsames aos familiares e amigos do grande atleta que foi o Deon e vamos ver o que farão os clubes e a FBF.

terça-feira, 8 de agosto de 2023

MORRE A ATRIZ ARACY BALABANIAN, NO RIO

 

Morre Aracy Balabanian, aos 83 anos

Foto: Reprodução | Instagram
Morreu, aos 83 anos, na manhã desta segunda-feira (7), a atriz Aracy Balabanian. A artista, que havia sido diagnosticada com câncer no pulmão no fim do ano passado, estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada por familiares e amigos

terça-feira, 1 de agosto de 2023

MORRE O GRANDE ARTISTA PAULO PIRES!

PAULO PIRES MORRE AOS 71 ANOS!

Foto: BLOG DO ANDERSON

Um grande amigo e professor partiu para outro Plano Espiritual. Aos 71 anos, faleceu na manhã desta terça-feira (1), o professor Paulo Fernando de Oliveira Pires. Nascido em Afogados da Ingazeira, Paulo Pires chegou criança em Vitória da Conquista onde deixou o seu nome cravado na história da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), onde acabou de se aposentar após mais de quatro décadas de atividade. Ele também lecionou na FAINOR [Faculdade Independente do Nordeste], sempre atuando nos Colegiados de Ciências Contábeis e Administração. Um fiel parceiro do BLOG DO ANDERSON, Paulinho colaborava com diversas pautas. Ele deixa a sua eterna namorada, Terezinha Fernandes, e o filho estudante de Medicina, João Paulo Pires. Aos amigos, familiares e fãs do Mestre Paulo Pires, os sinceros sentimentos do BLOG DO ANDERSON. 

NOTA DO BLOG:

Paulo Pires foi professor por mais de 40 anos na UESB. Era um grande violonista, com repertório dos clássicos da MPB. Era afável, um cavalheiro de boa prosa e voz pequena que prendia a atenção da platéia com as belas músicas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Chico e vários outros nomes da nossa música que mudou a cara do Brasil.

Quando vim para Conquista, conheci seu irmão Junior Maravilha, com um repertório variado e uma bela voz, com o qual participei de muitas serestas. Paulo conheci depois e passei a admirar seu belo trabalho musical. Morreu muito cedo. Que Deus o tenha, caro amigo!