quarta-feira, 17 de agosto de 2022

VARGAS LLOSA DIZ QUE TORCE CONTRA PETISTA:

 

  • Não gostaria de ter que escolher entre Lula e Bolsonaro, diz Vargas Llosa

    Em entrevista à Folha, Nobel de Literatura peruano comenta a criação de seus romances, a eleição brasileira e sua conversão ao liberalismo


    COMPARTILHAMENTO ESPECIAL
    • Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha

      Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha

      Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha


    SALVAR ARTIGOS - Recurso exclusivo para assinantes 
  • 34

  • 13.ago.2022 às 23h15Marco Rodrigo Almeida

    Na Folha desde 2010, já passou por Ilustrada, Tendências/Debates, Poder e Ilustríssima

    [RESUMO] O Nobel peruano Mario Vargas Llosa, 86, um dos maiores escritores vivos e baluarte do liberalismo, comenta em entrevista a criação de seus livros e a influência central de Flaubert, explica o papel da alternância de narradores no romance moderno, critica a direita por ignorar a desigualdade, diz que não gostaria de votar em Lula ou Bolsonaro e relembra o que aprendeu ao disputar a Presidência do Peru em 1990.

    Mario Vargas Llosa é um personagem de enredo único na literatura atual. Ganhou o Nobel, disputou uma eleição presidencial, esmurrou Gabriel García Márquez em uma das mais lendárias contendas entre escritores, virou baluarte das ideias de direita, recebeu homenagens tanto de intelectuais quanto de empresários pelo mundo, defendeu com entusiasmo políticos pouco ou nada apreciados no meio literário, como Margaret Thatcher e Ronald Reagan.

    Consagrado no romance, controverso na política, o peruano acumulou adoradores e detratores em igual medida. Encarar esses dois aspectos, o artista e o homem público, com alguma perspectiva e isenção é a pedra no sapato de muitos que tomam contato com seus livros.

    Mario Vargas Llosa durante palestra no ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre, em 2016 - Luiz Munhoz/Recorte do Olhar/Folhapress Em repercussão na mídia, o pensador de direita vem levando a melhor sobre o ficcionista. Muitas das recentes menções a Vargas Llosa são de reações escandalizadas a suas preferências nas eleições latino-americanas —Keiko Fujimori no Peru (filha do ditador que o derrotou na campanha de 1990), o pinochetista José Antonio Kast no Chile, Jair Bolsonaro no Brasil.O jornal britânico The Guardian compilou alguns desses comentários. "Conseguir o apoio de Vargas Llosa é a maior lápide política. Parabéns a Lula", tuitou o cientista político espanhol Daniel Vicente Guisado; "Hasta nunca, Don Vargas Loser!", cunhou o brasileiro Sérgio Rodrigues, colunista da Folha.                                                                  Em entrevista à Folha por videochamada, no mês passado, Vargas Llosa moderou a preferência —ao que se sabe, nunca entusiasmada— que havia manifestado por Bolsonaro em maio, em palestra no Uruguai. O peruano afirmou ao jornal que não queria estar na pele do eleitor brasileiro para escolher entre o presidente e Lula, mas reforçou que torce sobretudo por uma derrota do petista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário