quinta-feira, 30 de março de 2023

BOLSONARO CHEGA AO BRASIL

Desembarque no Aeroporto Internacional de Brasília | Bolsonaro chega ao Brasil após três meses nos EUA

Foto: Reprodução | Twitter

O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília, após temporada de três meses nos Estados Unidos da América. O Voo 7601 da Gol Linhas Aéreas Inteligentes em que ele estava chegou por volta das 6h40min desta quinta-feira (30). Ele era aguardado no saguão por seguidores. Apoiadores do ex-presidente que embarcaram no mesmo Boeing 737 MAX que ele, chegaram a fazer imagens da viagem. De acordo com o Partido Liberal, Bolsonaro deve participar de um evento fechado no decorrer do dia, com familiares e aliados.

 

quarta-feira, 29 de março de 2023

O BRASIL É UM PAÍS SÉRIO, OU NÃO?

 

 

Bolsonaro enfrenta cenário judicial complicado em sua volta ao Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pretende retornar ao Brasil na quinta-feira (30) após uma temporada de três meses nos Estados Unidos, vai se deparar com várias frentes abertas na justiça contra ele.                                                                                                                                       Pode ser condenado? -

Bolsonaro enfrenta cinco investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), passíveis de pena de prisão.

Quatro foram abertas durante seu mandato (2019-2022), enquanto na última, é investigado como suposto incentivador do ataque, em 8 de janeiro, às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Em um dos casos, Bolsonaro foi acusado por seu então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de interferir na Polícia Federal para proteger familiares, suspeitos de corrupção.

Ele também é investigado por divulgar desinformação sobre as urnas eletrônicas.

As outras duas investigações de que é alvo são por ter vazado informações confidenciais de uma investigação policial sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por declarações sobre a pandemia de covid-19, quando associou a vacina cotra o coronavírus a um suposto risco de contrair HIV.

Ao sair da Presidência e perder o foro privilegiado, uma dezena de pedidos de investigação recebidos pelo STF durante seu mandato começaram a ser enviados à primeira instância.

Entre eles, é acusado de "subversão da ordem" por sua participação em atos com falas antidemocráticas em 7 de setembro de 2021, quando atacou ministros do STF e disse que só deixaria a Presidência "preso, morto ou com a vitória".

No caso "muito pouco provável" de ser condenado em caráter definitivo e a penas máximas por estes crimes, o ex-presidente poderia ser condenado a até 40 anos de prisão, segundo Carla Junqueira, advogada e doutora em direito pela Universidade de São Paulo.

- Pode ser preso? -

Bolsonaro reconheceu os riscos legais que enfrentará assim que pisar no Brasil.

"Uma ordem de prisão pode vir do nada", disse ao Wall Street Journal, em entrevista publicada em 14 de fevereiro.

Segundo a legislação brasileira, alguém detido só poder ser preso e cumprir pena após o caso ter transitado em julgado, esgotadas todas as instâncias de apelação, ou se um juiz considerar, durante as investigações, que sua liberdade compromete o processo.

A primeira hipótese é pouco provável no curto prazo, em vista dos trâmites judiciais habituais.

A segunda tem um precedente recente: em 2019, o ex-presidente Michel Temer (2016-2018) foi preso menos de quatro meses depois de deixar o cargo por suposto desvio de recursos. Temer (MDB) ficou preso quatro dias, após os quais o Tribunal Regional Federal da 2ª Região reverteu a decisão do juiz de primeira instância Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que havia decretado sua prisão preventiva.

- Bolsonaro pode ficar inelegível? -

O ex-presidente também corre o risco de ser declarado "inelegível" devido às 16 ações que tramitam contra ele no TSE.

Se for condenado, poderá ser proibido de disputar eleições por oito anos, o que o deixaria de fora das presidenciais de 2026.

Duas ações são por ataques verbais ao processo eleitoral e às urnas eletrônicas, enquanto outras denunciam o uso da máquina pública em benefício próprio durante as presidenciais de outubro, quando foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A investigação mais adiantada, que ameaça seu futuro político, segundo a imprensa, está relacionada com uma reunião que Bolsonaro realizou com embaixadores, em 18 de julho de 2022, em Brasília.

Nesse dia, ele exibiu um arquivo em Power Point com informações falsas sobre as urnas eletrônicas. A justiça analisa se houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

- Quais as consequências das joias sauditas? -

Outro escândalo revelado pelo Estado de S. Paulo e investigado pela Política Federal é o de vários kits de joias presenteadas pela Arábia Saudita, algumas das quais teriam entrado no Brasil de forma irregular.

As denúncias incluem um estojo da luxuosa marca suíça Chopard estimado em 500 mil reais, que Bolsonaro devolveu na semana passada por determinação do Tribunal de Contas da União; e um conjunto de relógio, colar e brincos de diamantes da mesma marca, que seriam destinados à sua esposa, Michelle.

Este conjunto, avaliado pela imprensa em 16,5 milhões de reis, foi apreendido na Alfândega quando a comitiva do almirante Bento Albuquerque, então ministro das Minas e Energia, tentou entrar com elas no Brasil em 2021.

Nesta terça, o Estadão reportou que Bolsonaro teria recebido em mãos um terceiro kit com valor superior a R$ 500 mil, que inclui um relógio Rolex em outro branco e diamantes, durante uma viagem à Arábia Saudita em 2019.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o caso pode configurar crime de peculato (apropriação de bens públicos) ou tributário pela entrada de bens privados sem a devida declaração e pagamento de impostos.

terça-feira, 28 de março de 2023

FAMÍLIA SERIA CULPADA? ONDE OS MONSTRINHOS SÃO CRIADOS?

 Mãe de aluno diz que alertou a escola em 2022 sobre 'brigas pesadas' e temia tragédia

Dona Maria relata que ligou diversas vezes para a direção da Escola Estadual Thomazia Montoro pedindo para que polícia fosse acionada. Filho contava sobre os problemas constantes e a violência. Uma professora foi morta e outras quatro pessoas ficaram feridas após serem esfaqueados por um estudante.


Mãe de aluno relata que temia por tragédia  — Foto: Reprodução/TV Globo 

Mãe de aluno relata que temia por tragédia — Foto: Reprodução/TV Globo

Maria das Graças, mãe de um aluno da escola Escola Estadual Thomazia Montoro, disse nesta terça-feira (28), em entrevista ao programa Encontro, que temia desde o ano passado que uma tragédia pudesse ocorrer na escola por conta de "brigas pesadas".

Ela ainda relatou que alertou a direção da escola diversas vezes, pedindo que a polícia fosse acionada.Maria das Graças acompanhado do filho que é aluno da escola que sofreu ataque em SP nesta segunda-feira (27) — Foto: Reprodução/TV Globo 

Maria das Graças acompanhado do filho que é aluno da escola que sofreu ataque em SP nesta segunda-feira (27) — Foto: Reprodução/TV Globo

"Eu tentei alertar a escola. Eu avisei a escola o ano passado, quando teve várias brigas. Cada briga que tinha eu ligava para ver se a gente conseguia ajudar as crianças. Cheguei a ligar e pedir para que fosse colocado a polícia lá dentro, pelo menos três vezes por semana", relatou dona Maria.

Quatro professoras e um aluno foram esfaqueados na manhã desta segunda-feira (27) dentro da sala de aula, na hora da chamada.

Uma das professoras, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário da USP.

"Eu tinha essa preocupação porque eram brigas pesadas, agressões físicas. Qualquer hora vai acontecer uma merda dentro dessa escola".

Na manhã desta terça, estudantes fazem uma vigília na porta da unidade.Vigília ocorre em frente à escola alvo de ataques em SP — Foto: Aldieres Batista/g1 

Vigília ocorre em frente à escola alvo de ataques em SP — Foto: Aldieres Batista/g1

O agressor, um aluno de 13 anos do oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras, apreendido por policiais e levado para o 34° DP, onde o caso foi registrado. O vídeo abaixo mostra o momento em que ele foi desarmado por duas professoras.

Professora imobiliza agressor para salvar vítima na escola Thomazia Montoro

Professora imobiliza agressor para salvar vítima na escola Thomazia Montoro

O governo paulista decretou luto de três dias pela morte da professora.

O estudante responsável pelos ataques está no Centro de Integração Inicial da Fundação Casa e passará pela audiência na Vara de Infância e Juventude nesta terça (28).

O corpo Elisabete Tenreiro é velado em cerimônia restrita aos familiares no Cemitério do Araçá, na Zona Oeste da capital. O vídeo abaixo mostra o momento em que a educadora é atacada.

segunda-feira, 27 de março de 2023

MORRE JUCA CHAVES, EM SALVADOR:

 

 MORRE JUCA CHAVES, AOS 84 ANOS!

O cantor/compositor Juca Chaves morreu na noite deste sábado (25), no Hospital São Rafael, em Salvador, vítima de insuficiência respiratória. Juca Chaves é um ícone da cultura brasileira, dono de uma trajetória incrível e inspiradora. Com seu humor inteligente e irreverente, suas músicas engajadas e seu ativismo social, Juca conquistou o coração do público e se tornou uma referência para diversas gerações de artistas e militantes. Juca, nome artístico de Jurandyr Czaczkes Chaves, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de outubro de 1938 e foi criado em São Paulo. Filho de Clarita e de um austríaco, naturalizado brasileiro, que montou a primeira fábrica de plásticos no Brasil.

Surgiu no cenário musical como um menestrel, misto de humorista, satírico e em oposição aos políticos que vêm saqueando o Brasil, desde sempre.

Sua carreira fez muito sucesso, desde o lançamento da música "Caixinha, obrigado". Caixinha, obrigado/A situação do Brasil vai muito mal,/qualquer ladrão é patente nacional/o policial quase sempre é uma ilusão/... Depois fez uma sátira sobre Juscelino "Presidente Bossa Nova", "Ana Maria", em homenagem à primeira esposa. E veio Juca pelos teatros e com um circo que  comprou para fazer suas apresentações no Rio, onde morou na Av. Niemayer, entre o Leblon e a Barra da Tijuca. Durante o regime militar fez uma sátira sobre a compra do porta-aviões e foi censurado, indo para Portugal, onde fez o mesmo com o ditador Salazar que o expulsou, encontrando abrigo na Itália e depois retornando para o Brasil. Mais tarde conheceu Yara com quem se casou e veio para a Bahia para morar em Itapoan na rua da Poesia. Aqui adotou duas crianças, Maria Clara e Maria Morena.

Grande perda para nosso país, de um artista inteligente e culto, de voz linda e violão seguro, que vai deixar saudades! Vá em paz, grande Juca Chaves.

sábado, 25 de março de 2023

ROBÉRIO ALVES CUNHA MORRE EM ILHÉUS:

MORRE EM ILHÉUS ROBÉRIO ALVES CUNHA
Aos 74 anos de idade, faleceu em Ilhéus, ontem o saudoso amigo Robério Alves Cunha, de importante família da região. Seu irmão, saudoso Pedro Alves Cunha foi prefeito de Poções por duas vezes.
Robério faleceu de problemas respiratórios e no 'santinho' abaixo, os detalhes de velório e sepultamento.
Aos familiares e amigos os nossos maiores sentimentos. Que ele descanse em paz!


 

quinta-feira, 23 de março de 2023

LULA TEM DE DESCER DO PALANQUE?

 

 Moro lamenta declaração de Lula sobre vingança: 'Gera risco para mim e para a minha família'

Sergio Moro (União - PR) criticou a fala de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os sentimentos de vingança que o presidente disse ter nutrido enquanto estava preso em Curitiba

Lula em modo palanque incomoda aliados, diplomatas e EUA

***ARQUIVO***BRASÍLIA, DF, 15.03.2023 - O presidente Lula (PT) durante a cerimônia de lançamento do Pronasci II, em Brasília. (Foto: Gabriela Biló/Folhapress)
***ARQUIVO***BRASÍLIA, DF, 15.03.2023 - O presidente Lula (PT) durante a cerimônia de lançamento do Pronasci II, em Brasília. (Foto: Gabriela Biló/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A verborragia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não deixou o chamado modo palanque após a vitória na eleição de outubro passado, tem deixado o campo do folclore político e passado a preocupar aliados e integrantes do governo.

O mais recente episódio ocorreu na terça (21), quando em entrevista ao site esquerdista Brasil 247 o petista disse que Operação Lava Jato foi orquestrada em conjunto com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para destruir empreiteiras brasileiras.

"Tenho consciência de que a Lava Jato fazia parte de uma mancomunação entre o Ministério Público brasileiro, a Polícia Federal brasileira e a Justiça americana, o Departamento de Justiça", afirmou, confundindo o Poder Judiciário e o órgão equivalente ao Ministério da Justiça nos EUA.

Ele já havia feito tal ilação sem provas antes, que tentou inclusive levantar na Justiça brasileira, com o mesmo argumento apresentado na terça. "Era para destruir. Porque as empresas da construção civil brasileira estavam ocupando espaço no mundo inteiro", afirmou.

Lula desconsidera que só a Petrobras recebeu quase R$ 7 bilhões de volta em acordos de leniência, repatriação e colaboração de empreiteiras e outras firmas envolvidas com corrupção apurada pela Lava Jato.

Iniciada em 2014, a ação desmontou a política organizada no Brasil, terraplanando o terreno para a ascensão de Bolsonaro. Ela que caiu em descrédito devido a abusos, como os de seu juiz-símbolo, Sergio Moro, ex-ministro do governo anterior e hoje senador pelo União Brasil do Paraná.

Uma coisa, apontam diplomatas brasileiros e americanos ouvidos, é fazer uma acusação de envolvimento de um governo amigo em tal ação enquanto se está fora do poder. Outra, com consequências, é fazê-lo sentado na cadeira de presidente.

Para turvar o cenário, há o fato de que Lula irá viajar na sexta (24) para a China, missão que está sendo vista com extrema cautela pelo Departamento de Estado americano. Desde a campanha eleitoral, quando conversavam sobre o cenário brasileiro de forma reservada sobre Lula, diplomatas de Washington focavam suas questões acerca da posição do petista sobre a rival geopolítica dos EUA na Guerra Fria 2.0.

O governo de Joe Biden, hostil a Jair Bolsonaro (PL), fez gestos inéditos de apoio ao sistema eleitoral colocado em dúvida pelo então presidente brasileiro, que ajudaram a esfriar os ânimos de setores com ambições de ruptura institucional, que sonhavam com a repetição do apoio de Washington visto no golpe militar de 1964.

Lula havia começado com uma jogada tática inteligente, indo até Biden de forma algo improvisada para uma conversa antes da visita oficial à China. Ali, focaram no que é agenda comum: ambiente e democracia. O plano de Lula para mediar a paz na Ucrânia, que o líder Xi Jinping irá certamente elogiar em Pequim para se mostrar imparcial apesar da aliança com a Rússia, foi basicamente ignorado.

No Itamaraty, a busca por uma política independente é tradição, mas as posições brasileiras têm sido equilibradas para demonstrar equidistância. O que preocupa diplomatas, contudo, é a animosidade antiamericana transparecida por Lula, que remonta ao discurso tradicional da esquerda brasileira.

Hoje, já há comentários entre americanos de que Lula está sendo injusto com Biden, que trabalhou em prol de uma transição pacífica de poder no Brasil. Eles lembram que, se a China é o maior parceiro comercial brasileiro, posto que atingiu no governo Lula-2 em 2009, os EUA seguem sendo os segundos, isso para não falar na conexão cultural inerente ao fato de que ambos são países ocidentais.

No campo doméstico, aliados importantes do presidente consideram que ele precisa moderar seu tom. O presidente de um partido vital de seu arco de governo afirma que ele poderia ser menos enfático em sua campanha contra o Banco Central independente, por exemplo, mas compreende que para o Planalto é bom haver um bode expiatório enquanto o governo sofre para fazer deslanchar sua agenda legislativa.

O mesmo é dito, com menos convicção da utilidade, sobre as críticas à privatização da Eletrobras. Esse político afirma que mesmo Lula sabe da inviabilidade política de reverter a venda, até por falta de apoio no Congresso, e que erra ao falar para sua base à esquerda.

Enquanto Bolsonaro fornece a matéria-prima, como no caso dos atos golpistas do 8 de janeiro ou no episódio das joias da Arábia Saudita, diz o aliado, tudo bem. O problema é a insistência nos gestos à ala minoritária de seus apoiadores com itens que desagradam a maioria deles .

Um petista próximo do presidente avalia que nada disso não vai mudar, dado que Lula está, segundo ele, "com sangue nos olhos como se fosse seu último mandato". Mas ele aponta gestos conciliatórios também: o petista está levando consigo para a China uma comitiva bastante representativa de setores que eram associados ao bolsonarismo no agronegócio, por exemplo.

O problema maior, diz esse aliado, é o estilo. Na mesma entrevista ao 247, o petista lembrou que, quando estava preso, dizia que "só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro", em referência ao ex-juiz que o sentenciou à cadeia.

Não foi o primeiro palavrão público usado por Lula em sua carreira política, longe disso, como o episódio em que chamou o então presidente Itamar Franco de "FDP" em 1993 lembra. O emprego do recurso, algo que aconteceu pontualmente em seus primeiros mandatos, tornou-se comum no governo de Bolsonaro.

quinta-feira, 16 de março de 2023

MORRE LÚCIA SOUZA SILVA. GRANDE PERDA PARA CONQUISTA:

 

MORRE LÚCIA SOUZA SILVA, AOS 68 ANOS

Foto: Divulgação

Com muito pesar nosso BLOG informa o passamento de Lúcia Souza Silva. Aos 68 anos, Lúcia parte deixando uma grande marca de serviços prestados em Vitória da Conquista com o Detalhes Instituto de Beleza, localizado no lendário Bosque da Paquera. O funeral acontece no Salão Nobre da Pax Nacional [Rua Olavo Bilac, 04 – ao lado da Capelinha do São Vicente] com sepultamento às 11 horas da sexta-feira (17), no Cemitério Parque da Cidade. Aos amigos e familiares, os sinceros sentimentos do BLOG OPINIÃO DA IMPRENSA E BLOG CIDADE EM FOCO.

quarta-feira, 15 de março de 2023

JANAÍNA PASCOAL: A DESDITA DA POLÍTICA

 

 

Janaina Paschoal encerra mandato na mira de esquerda e direita, mas não se aposenta

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Janaina Paschoal está de saída da Assembleia Legislativa de São Paulo enxovalhada por esquerda e direita.

O término de seu mandato como deputada estadual é também o fim de um ciclo que vai da queda de Dilma Rousseff à ascensão e derrota de Jair Bolsonaro (PL), com o --para ela doloroso-- retorno do PT ao poder, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Autora, ao lado de Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, do pedido de afastamento da ex-presidente, a advogada e professora de direito da USP chegou à Assembleia em 2019 com impressionantes 2 milhões de votos, a maior votação de um parlamentar na história do país, incluindo federais.

Reprovada pelos apoiadores de Dilma, Janaina logo ganhou também a rejeição de bolsonaristas, inconformados com suas críticas pontuais ao então presidente. Irredutível sobre a decisão de concorrer ao Senado em 2022, ficou distante da vaga, com pouco mais de 447 mil votos.

Ela afirma que Bolsonaro e aliados fizeram de tudo para atrapalhar sua candidatura, com emissários tentando convencê-la a desistir em favor do ex-astronauta Marcos Pontes (PL), por fim o eleito. "Se tivesse concorrido à reeleição ou a [deputada] federal, eu teria conseguido, mas não me arrependo."

Janaina considera que desagradar diferentes lados é a prova de que, como parlamentar, conservou o espírito de independência, sem corromper suas ideias ou seguir cartilhas cegamente. "Eu não obedeço a ninguém", diz ela, que detesta ser chamada de bolsonarista. "Sempre fiz contrapontos."

Antipetista convicta e conservadora em temas como aborto e drogas, a paulistana de 48 anos tomou gosto pela política e não descarta voltar a concorrer. Rejeita prontamente a ideia de tentar a Prefeitura de São Paulo, mas nem por isso se fecha a possibilidades, como uma cadeira de vereadora.

Tampouco se decide sobre continuar filiada ao PRTB, depois de ter passado pelo PSL, legenda que também abrigou Bolsonaro. A professora se declara uma democrata avessa à obrigatoriedade de vinculação partidária para quem quer concorrer e defende candidaturas avulsas.

Desde o dia em que as urnas sacramentaram seu fim de ciclo, os pensamentos de Janaina se voltaram para o retorno às salas de aula da Faculdade do Largo de São Francisco, onde leciona desde 2003 e se vê, há tempos, como voz isolada em um ambiente coalhado de progressistas.

Sua reapresentação ao trabalho, no entanto, virou uma crise.

No fim de janeiro, estranhou ao saber que disciplinas que lecionava antes de virar deputada não estavam reservadas para ela ao fim de sua licença não remunerada. A universidade diz que seguiu os trâmites normais e que ela reassumirá o posto.

O processo foi ainda atravessado por um levante estudantil. O Centro Acadêmico XI de Agosto lançou um manifesto relatando "perturbação" com a volta da docente, chamada de "principal fiadora jurídica da extrema direita". Disse que ela deu "uma contribuição indecente para o país" com o impeachment.

Rebatida por outra parte dos estudantes e por professores, que veem intolerância e violação à liberdade de cátedra, a manifestação pediu também que a universidade mandasse a parlamentar apresentar seu cartão de vacinação contra a Covid-19, uma vez que ela é contrária à imunização obrigatória.

Aí se deu uma coincidência: uma lei de autoria da própria deputada e de colegas bolsonaristas, recém-sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), proíbe cobrar o comprovante. Os alunos reivindicaram que, mesmo assim, a faculdade exigisse o documento. Janaina já disse que tomou uma dose da Pfizer, mas, após "uma reação alérgica muito forte", foi orientada a não receber as demais.

O retorno à vida docente, sua única certeza após se despedir da Assembleia, deverá ser gradual, começando por substituições de professores em licença. "Nunca falei de política em sala de aula, diferentemente do pessoal da esquerda. Nem de eleição, partido, ideologia, nada."

Além da queda da obrigatoriedade de exibir a carteira vacinal, Janaina cita como destaque do mandato sua lei que dá à grávida o direito de optar pela cesárea no SUS. Pela iniciativa, ganhou de adversários rótulos como os de inimiga do parto normal e porta-voz do lobby da classe médica.

"A deputada contribuiu muito com o Parlamento paulista", diz o presidente da Assembleia, Carlão Pignatari (PSDB), para quem a bagagem dela no direito ajudou na elaboração de leis e na fiscalização do governo. Até rivais, nos bastidores, reconhecem qualidades e elogiam a assiduidade dela no plenário.

Para Carlão, a colega foi "um exemplo" com o hábito de estudar os projetos, além de "ter sido sempre muito criteriosa e atenciosa".

A Janaina de ânimos mais serenados que passou pelo Legislativo ficou longe da imagem celebrizada pelo "discurso da cobra", uma fala exaltada contra o PT feita em 2016 num palanque em frente à USP. O período como deputada até teve um ou outro arroubo de oratória, mas nada comparável ao episódio em que, com os cabelos tremulando enquanto dava rodopios, bradou: "Acabou a República da cobra!".

Houve, sim, momentos insólitos. Em 2019, ela subiu à tribuna a pedido do então colega de PSL Douglas Garcia para anunciar a homossexualidade do deputado. Em 2020, indignada com a postura de Bolsonaro na pandemia, afirmou que "esse senhor" tinha que "sair da Presidência da República". A relação com a base do ex-presidente, já problemática, afundou de vez.

Janaina se dizia leve, há algumas semanas, enquanto reunia os objetos do gabinete para desocupá-lo. Um quadro de São Jorge e as imagens de santos que ornamentavam a mesa (Irmã Dulce, Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora Desatadora dos Nós) seriam retirados por último.

De aprendizado ficou, segundo a deputada, a frustração de que parte considerável do eleitorado, em todos os espectros, despreza a atuação técnica de parlamentares. "Pedem favor, querem projetos de nome de rua, homenagem, dia da doença tal. Fui atacada porque não xingava o [ex-governador] João Doria!"

Por ora, tem vontade de continuar participando do debate público em entrevistas, eventos e nas redes sociais, já que opiniões não lhe faltam.

"Acho que o presidente [Bolsonaro] não pode ser o nosso candidato, senão nós vamos perder de novo", diz, torcendo para que despontem até 2026 outros líderes da direita, como Tarcísio, o governador Romeu Zema (Novo-MG) e o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), "que é um bom menino".

Bolsonaro "já mostrou que não tem" condição de exercer a função. "Não conseguiu entender que era necessário abrir o leque. Fechou [o discurso] no núcleo duro. Apoiá-lo para 2026 vai ser burrice", segue ela, que diz ter votado em Simone Tebet (MDB) no primeiro turno e em Bolsonaro no segundo.

Lula, avalia ela, abandonou "o bom discurso de vitória", de tom pacificador, e foi para um rumo sectário. "Ele voltou a ser aquele Lula raiz. Parece que está caminhando para os mesmos erros do Bolsonaro, mas, como ele tem apoio de muitos setores, talvez isso o sustente mais."

O texto biográfico fornecido à Assembleia define a deputada como crítica da "dominação exercida pelo esquerdismo" no Brasil e fala em "ditadura que aos poucos vem se instalando" --risco que, para Janaina, não existia sob Bolsonaro. "Ele lançou bravatas, mas não fez nada de ditatorial." Com a esquerda de volta, ela diz que seu temor ressurge. "Eles são muito mais inteligentes, capazes. Muito mais."

RAIO-X

Janaina Conceição Paschoal, 48 Advogada, é professora licenciada de direito penal na Faculdade de Direito da USP, onde fez sua graduação e doutorado. Trabalhou na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e no Ministério da Justiça antes de abrir seu escritório de advocacia. Tornou-se conhecida por ser coautora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro (então no PSL) em 2018 e foi eleita pelo mesmo partido deputada estadual em São Paulo para a legislatura 2019-2023.

sexta-feira, 3 de março de 2023

RICARDO DE BENEDICTIS - SONETO

 

SONHO IMORTAL

Ricardo De Benedictis

 

Quero sonhar contigo

No voo dos meus martírios,

Nos prazeres dos empírios,

Tu sempre presa em mim!

 

Os meus amores sentidos

São como naus navegando

Maré mansa nos gemidos

Das leves brisas, singrando!

 

Eu sou teu sonho flutuante

Que não cessa por instante

Porque quer ser imortal

 

Assim pois, amo esta vida

De amor e paz preenchida

No eterno sonho, afinal!